The Guardians

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Ele não aguentava mais entrar e sair das minas. Não aguentava mais aquela vida, aquele sofrimento para poucas moedas, enquanto outros enriqueciam a custas dele. Dentro de casa o mundo podia ser diferente, mas não era. O casal passou a ser duas pessoas completamente opostas. Compartilhavam o mesmo teto, mas praticamente não se olhavam. Então, ele tomou uma decisão.

Ao fundo da Taverna, ficou esperando. Tomou dois goles da cerveja e pousou o copo na mesa. Não demorou muito e uma pessoa chegou, mais precisamente um soldado. Um soldado do Exército-dourado. Foi uma conversa rápida. O soldado entregou-lhe um saco de moedas enquanto ele deu-lhe uma chave sobre a mesa.

No outro dia a mesma coisa: fundo da Taverna. O copo de cerveja. Outro soldado. Saco de moedas e a chave.

Assim, os dias se repetiram. O mesmo lugar. Soldados diferentes. Moedas e chave.

Ele não trabalhou mais nas minas. Comprou uma casa maior e mais bonita. Aquele que era desconhecido, passou a ser conhecido. Um homem de negócios. Seus clientes... seus 50 clientes eram fixos, não faltavam um dia sequer. Todos vinham atrás de sua mercadoria. Todos vinham atrás de sua... mulher.

Isso chamou atenção de mais alguém...

Certa noite, os soldados estavam em suas vigilâncias.

Em uma das torres, dois vigilantes conversavam entre si. Falavam de uma pessoa específica: "Ela é boa". Outrora: "Ele é sortudo", e em outros momentos... "Regacei".

Minutos depois, um deles desceu da torre.

"Vou mijar"

O outro ficou com os olhos para a direita, depois para a esquerda. Outrora, andava em círculos. Ficou nessa atividade por um longo tempo esperando seu companheiro, que não voltava.

"Ah, qual é? Será que não achou o banheiro, ou esqueceu o caminho de volta? "

Tempo depois, decidiu descer e saber onde o amigo estava. Procurou aos arredores da torre, e nada. Foi mais adiante com seu arco apontado, mas nada também. Girou sobre seus calcanhares para a esquerda e avistou alguém sentado atrás de uma coluna. Aproximou-se lentamente.

Era seu amigo. Ele estava morto. Ajoelhou-se diante dele, olhou mais de perto por alguns segundos. Verificou ao redor, mas não havia ninguém. Mas quando levantou-se e girou no próprio eixo...

- POW! –

Despencou-se com uma bala na testa sobre o colo do amigo. Diante deles, olhos totalmente brancos brilhavam dentro da sombra.

(-2)

Numa outra noite, os soldados trocaram de turno para dar continuidade a vigilância da prisão. Guardas na entrada do corredor que dava acesso as celas e outros, no meio do túnel; dois em volta de uma mesa de madeira e um sentado atrás dela.

Não precisou de muito tempo... cinco soldados foram levados ao chão. Um até que tentou enfrentar aquele que estava lá dentro, mas foi recebido pela mesa que ficou sobre ele.

Uma névoa negra de dois olhos totalmente brancos materializou-se diante do soldado caído.

"Você" – apontou a arma. "Inocente. Não faça isso" – falou Bill para o soldado. O Cobrador passou seus olhos nos prisioneiros dentro das celas e deixou o local.

(-7)

~~

Era final de tarde, início de noite. Um soldado aproximou-se daquele que estava vigiando a entrada da cidade.

"Tá liberado" – tocou no ombro do soldado.

"Oh, obrigado"

"Como está a família? "