O Colosso

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Vários dias passaram-se e a preocupação continuava. A tigela com água ao lado da cama nunca ficava vazia. Dominus era provido de uma estrutura imponente, devido ao seu tamanho semelhante a uma montanha, braços como troncos e pernas como torres de um castelo, era conhecido entre a tribo como o Colosso.

Ele sempre deixava o recipiente cheio para tentar amenizar a temperatura de sua esposa através do pano molhado que colocava sobre sua testa. Porém, estava para piorar aquela situação.

Quando a noite cobriu aquelas terras pálidas de Hessir, Dominus foi despertado por vários barulhos, palavras de ordens, sons de animais.... Rapidamente levantou-se e pegou sua arma. Ele não usava nada relacionado a lâminas; sem espadas, machados, adagas nem lanças. Sua arma era um escudo. Um baita escudo dividido em duas partes; uma para cada braço, que quando juntadas, revelava a imagem de um Preza-de-Gelo.

Saiu de sua casa.

Toda a tribo estava sendo atacada. Um grupo estava saqueando os animais. Era uma tribo bem unida, mas cada família tinha suas criações. Não era muito os animais, mas eram deles. Proporcionavam a carne, o couro e o leite.

Dominus defendeu sua casa na medida do possível e juntamente com outros membros, ajudaram a defender a tribo.

Foram poucos minutos, que pareceram eternos. Mas conseguiram trazer um fim as atividades dos saqueadores.

Depois do pesadelo ter passado, Dominus voltou ao lado de sua mulher. Sentiu que ela não estava mais quente. Alegrou-se. Mas o sorriso dos seus lábios durou por um breve momento. Ela estava fria, mesmo com as grossas camadas de pelos sobre ela. Seu corpo estava como lá fora, dominado pelo gelo.

Dominus chamou-a duas, três vezes. Mexeu em seus ombros, mas ela não respondeu a ele.

A neve começou a cair sobre os pinheiros. Mas dentro de sua casa, águas quentes rolaram dos seus olhos. 

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