A noite cobriu toda aquela terra pálida. Os moradores de Uren encontravam-se em suas camas. A líder da tribo virou-se para o outro lado onde estava deitada. O sono pesava nas pálpebras dos seus olhos. Empereur, seu filho, em sua tenda, dormia também.
O vento gélido soprava. As folhas farfalhavam, mas muito mais que o mexer das folhas, eram o mover dos pés dos inimigos. Olhos ocultos cercavam toda a tribo
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Tudo estava escuro. Quieto. Frio. A fumaça branca saia de suas narinas, rolava-se em sua frente e dissipava-se no ar. Seus olhos estavam fixos no chão. Sua companhia no minúsculo ambiente, era o feixe de luz prateado da lua.
Depois que seu filho foi embora, decidiu segui-lo e vigiou-o por alguns dias na tribo. Mas tal ação o fez ser pego, como espião. Assim, seus dias tornaram-se solitários dentro da prisão gélida que encontrava-se.
Entretanto, as coisas mudaram naquela noite. O silencio deixou de existir. Foi rompido por gritos. Morin olhou para cima, assustado. Som de passos agitados, palavras de ordens e tinir de ferros chegaram até ele pela minúscula abertura da única porta circular presa ao alto de sua cabeça.
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Pega de surpresa, a líder da tribo observou todo o desespero que estava acontecendo do lado de fora: o fogo sobre o gelo, corpos ao chão...
"Protejam a líder! " – ordenou Empereur quando chegou. "Não se preocupa mãe, eu estou aqui"
Um invasor tentou ataca-los, mas foi rapidamente jogado ao chão por Empereur. Outro teve a mesma atitude, e mais uma vez Empereur interveio sobre a situação através dos seus machados.
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Morin tentou escapar, mas o movimento das mãos foi impossibilitado por dois cilindros de ferro, que o deixavam presos. Morin bateu os cilindros nas paredes, mas nada. Fez mais algumas tentativas, mas só depois de muito esforço conseguiu romper a ferragem, depois de deixa-la totalmente congelada. Suas mãos livres do aprisionamento mostravam-se Gelo-puro, lembrando um cristal. Fumaça saia delas.
Depois de muito tempo, Morin não precisava mais do cristal do seu cajado. Todo aquele poder, agora, fluía dele.
Assim, conseguiu sair da prisão. Mas acabou sendo pego novamente pelos guerreiros da tribo.
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Empereur tirou sua mãe dali juntamente com outros guerreiros, mas tal saída não teve tanto efeito assim, acabaram sendo cercados um pouco mais adiante.
Machados, escudos, espadas... mais invasores estavam chegando.
De repente, os inimigos começaram a cair. Mais homens estavam defendendo a líder. Isso motivou Empereur que lutava ao lado da mãe.
Um machado de pé e um corpo no chão. Uma espada de pé e um corpo no chão. Um escudo de pé e mais um corpo no chão. Porém, isso era só uma parte do numeroso grupo que invadira a tribo, mais era uma parte muito significativa, porque dentre os guerreiros de Uren que ficaram de pé, os olhos de Empereur avistaram...
"Você..."
Morin estava no meio deles.
"O que você está fazendo aqui? " – Empereur questionou.
"Senhora... Desculpa. O prisioneiro... ele quer ajudar" – falou um guerreiro.
"Prisioneiro? " – questionou mais uma vez.
"Recebi relatos de alguém observando aos arredores da tribo, numa atitude muito suspeita. Então, o capturamos. " – respondeu sua mãe.
"Depois que você foi embora, eu o segui. " – Morin deu um passo à frente.
"Por que? " – Empereur adiantou-se.
"Queria saber como você estava" – Morin respondeu.
"Por que essa preocupação comigo? " – fez outra questão.
"Porque... Porque..." – tentou falar.
"Senhora, tem mais deles vindo" – alertou outro guerreiro.
"Empereur..." – chamou sua mãe.
"O que, mãe? " – olhou para ela.
"Eu sou seu pai" – afirmou Morin.
Empereur voltou seus olhos para Morin. Estava confuso. "Não... Não... Não pode ser" - andou de um lado para o outro. "Não é verdade. Meu pai foi embora. Fala pra ele mãe!"
Sua mãe ficou em silencio.
"Você..." – Empereur segurou firme em seus machados, mas não conseguiu segurar a lagrima que escorreu dos seus olhos.
"Filho. " – chamou sua mãe.
"Sai daqui! " – falou Empereur sob lagrimas na direção de Morin.
"Por favor..." – implorou seu pai.
"Vai embora! " – Empereur aumentou ainda mais o tom de sua voz.
"Filho..." – Morin foi em sua direção lentamente.
"Eu não vou falar de novo" – os dedos envolveram ainda mais nos machados.
"Senhora, temos que ir" – chamou outro guerreiro.
"Não" – falou a líder. "Não vamos sair daqui e ele não vai embora. "
"O que? " – Empereur ficou surpreso. "A senhora vai aceitar ele? Depois de tudo? "
"Eu sei, filho. Não é fácil. Mas toda ajuda é bem-vinda. E ele é a nossa melhor opção. "
"Mas mãe! " – exclamou Empereur.
"Eu entendo. " – falou sua mãe. "Mas não podemos deixar que destruam nosso lar. "
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The Guardians
FantasiO universo de "The Guardians" é repleto de fantasia, no qual, encontra-se bondade, maldade, companheirismo, individualismo. Por ironia, sorte ou azar, eles foram selecionados minuciosamente com habilidades distintas pelo destino. Explore esse unive...