O Olho De Dragão IV

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Um bom tempo tinha se passado sobre a estrada e algumas fissuras e tremores já podiam ser notados. A tenção tomava conta de todos, pois sabiam que não tinham muito tempo, o artefato deveria ser colocado, devolvido no seu lugar, na Montanha-tempestade, antes que tudo virasse ruina.

Não demorou muito para que a carga parasse. Uma enorme árvore estava obstruindo o caminho.

"Mas que raios! – exclamou um soldado ao lado do lanceiro a frente puxando as rédeas do cavalo fazendo-o parar. "Temos que dar a volta.

"Não! Esse é o caminho mais rápido para colocarmos o artefato no seu devido lugar. Se dermos a volta no Bosque-de-ferro demoraremos muitas horas.

A terra veio a tremer mais bruscamente.

"Tempo é algo precioso, não podemos gasta-lo. " – completou o lanceiro segurando firme em sua arma, olhando o soldado ao seu lado e para aqueles que estavam atrás dele.

"Temos que fazer alguma coisa e rápido. " – disse o soldado.

As árvores do Bosque-de-ferro tinham sua peculiaridade. Quando elas caem de forma puramente natural, suas fibras permanecem no mesmo estado, mas se são modificadas por meios não naturais, meios humanos, todo o seu tronco, galhos e folhas se enrijecem, honrando seu nome, tornando-as ferro-puro.

 subitamente  uma flecha fincou-se no meio deles.

Os cavalos da carroça inclinaram-se para trás relinchando e quebrando o elo que os prendiam, fugindo, derrubando o baú com o artefato. Uma esfera de coloração azul e brilhante, na qual, destacava-se uma fenda escura no seu interior, lembrando claramente um olho de um réptil. Um olho de dragão.

"Protejam o artefato! " – gritou um soldado.

Todos ficaram atentos e olhando ao redor. Kaleff já pegara algumas pedras para seu estilingue.

Os arqueiros restantes atiraram suas flechas nos vultos que moviam-se entre as árvores, sobre elas e no interior dos arbustos. Mais duas flechas. Dois lanceiros ao chão. Seus cavalos sumiram na floresta.

Kaleff envolvido ao seu escudo de ursos atirava com seu estilingue. Araau lançava seu escudo na tentativa de acerta algum. Suli dava suporte com sua aura esverdeada em Araau e com seu orbe sobre um arqueiro próximo a ela na sua linha de visão.

"Apareçam! – gritou Araau olhando ao redor. "Tem medo de mostrar suas caras feias!?

Num súbito, as flechas pararam. Os três estavam entorno do artefato acompanhados de alguns soldados, não muitos.

De repente, arqueiros apareceram sob seus capuzes de trás dos arbustos e das copas das árvores.

Os tremores se intensificaram e abriram rachaduras bem maiores do que as anteriores, engolindo assim algumas árvores ali próximas.

"E aí pessoal? Tudo bem com vocês? " – disse Araau comendo seu biscoito. "Estamos com um pouco de pressa.

"Uma hora dessas? " – questionou Kaleff

"Onde ele guarda tudo isso? " – pensou um soldado mais afastado.

"Acho melhor você ouvir seu amiguinho. " – comentou um dos arqueiros.

"Não tem hora para comer! " – soltando seu poderosos martelo sobre o chão, tonteando alguns arqueiros. "E eu estou com fome. "

Os outros arqueiros atiravam suas flechas sobre o grupo. Umas caíam diante as faces dos ursos que envolviam Kaleff, já outras, ricocheteavam-se no escudo de Araau depois que ele o armara, no qual, emanava-se uma energia pulsante. As flechas refletidas voltavam para seus atiradores, acertando alguns deles que não conseguiam desviar.

Outros apareciam de trás das árvores atirando. Kaleff retribuía com seu estilingue. Araau continuava refletindo as flechas com seu escudo armado. Suli ficava atrás deles curando-os instantaneamente com seu orbe e sua aura esverdeada.

Não demorou muito até todos os mercenários estarem ao chão. Mas ainda assim o mundo deles corria perigo.

Suli olhou para o horizonte e sobre a montanha-tempestade um círculo de nuvens escuras estava se formando, lembrando um funil. Raios azuis saiam o interior dele.

"Não temos muito tempo! " – exclamou suli olhando para eles e apontando para a montanha.

"Vamos! " – bradou um soldado inclinando seu cavalo.

"Correr não será o suficiente. " – continuou a pequena de cabelos rosados.

De repente eles escutaram um rugido.

"Mas quatro patas gigantes é." – comentou Araau apontando para Kaleff transformado.

Mais raios e trovões.

"Partiu! " – exclamou Araau subindo nas costas do urso segurando nas longas mechas que lembravam os dreads de Kaleff e ajudando Suli que segurava o olho de dragão a montar também.

"Para o alto e avante! " – gritou Araau apontando com seu martelo.

"Vão! Vão! – exclamaram os soldados de Dunsan.

Pulando o tronco da árvore, mergulharam no horizonte na direção da montanha-tempestade. O chão atrás deles estremecia.

Sobre a montanha o buraco abria ainda mais. Raios no interior dele chocavam-se com a terra.

A subida até o pico contornava toda a montanha. Pedras vinham contra eles, mas desviavam-se facilmente devido a velocidade do urso.

"Rapido, Kaleff! Rápido! " – ordenava Araau.

Garras e presas já demostravam sua imagem no interior do buraco.

Chegando no topo da montanha, Suli rapidamente saiu das costas do urso e correu, elevando-se do chão aumentando sua velocidade de movimento, indo diretamente a uma abertura dentro da montanha, na qual, uma pedra em seu interior tinha o formato do mesmo tamanho do artefato. Conseguindo assim colocar o olho de dragão em seu lugar.

Instantaneamente o buraco sobre a montanha fechou-se. As nuvens negras desapareceram, deixando no lugar o nascer do sol. As rachaduras sobre a terra não existiam mais. Tudo voltara ao normal.

"Conseguimos? "

"Sim, Araau. Conseguimos. " – Abraçando-o.

Os soldados na entrada do bosque comemoraram levantando suas armas.

"Iiihaaa! " – comemoru Araau erguendo seus braços.

Ficando de pé, Kaleff rugiu.

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