Promessa

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Lívia estava devidamente trajada com a armadura no meio do campo de batalha, bem na fronteira de Lahoj com a floresta Mar-verde. Ninguém sabia que a filha do rei estava entre os soldados. Lívia certificou-se muito bem dessa parte ocultando seus cabelos negros dentro do elmo branco.

A Espada-longa que familiarizou-se envolvia-se em suas mãos.

Golpes e mais golpes eram desferidos por ela. Descendentes, ascendentes, na horizontal, golpes verticais pesavam sobre os soldados nidonianos na fronteira.

Lívia esquivava-se das investidas que sofria. Outrora rolava-se, usando desse artifício para derrubar alguns inimigos. Mesmo sentindo o peso da arma em suas mãos, a fraqueza estava muito longe de abate-la.

A filha do rei defendia firmemente a cidade dos seus invasores e isso refletia também na ajuda que ela proporcionava aos seus companheiros, livrando-os da morte, quando jogava sua arma de arremesso, que mais lembrava um bumerangue, abatendo os inimigos e recebendo-a para seu domínio, depois que ela voava sobre o campo de batalha.

Bryan decidiu tirar um numeroso grupo de soldados da linha de frente, deixando Saikon nessa posição. Lívia acompanhou o grupo.

Embrenharam-se entre as árvores e atacaram o exército inimigo. Mais uma vez Lívia soltou sua espada sobre os soldados de Nidon e jogou sua arma de arremesso, não os deixando levantar.

A cada passo, Lívia ajudava seu reino a chegar mais perto da vitória, fazendo os corpos dos inimigos ficarem ao chão. Alguns fugiram, mas a teimosia de Lívia em não querer ficar com o grupo, a fez persegui-los.

O terreno irregular e as várias árvores dificultaram, mas os foragidos, tanto soldados, como seus cavalos, estavam feridos, não conseguiriam ir muito longe.

Lívia desferiu golpes nas folhagens para não perde-los de vista, mesmo eles já tendo distanciado.

Ela os perseguiu por um período relativamente curto, pois conseguiu ouvir um relincho de cavalo, e sua sonoridade sinalizava cansaço.

Lívia desferiu mais dois, três golpes nos galhos a sua frente, e quando acreditou que tinha pegado aquele que fugira, foi surpreendida quando avistou o que estava no final da ladeira. Não era o inimigo, muito menos sua montaria. Era um Adnel-das-planícies.

Um animal de pelagem brilhosa, na cor branca. Um longo rabo dourado. Seu pescoço cobria-se com uma camada farta de mechas douradas também. Sobre sua testa despontava um longo chifre também dourado, levemente curvado. Seus olhos de um castanho escuro, quase pretos.

Lívia fez sinal de recuar por conta do conhecimento desse animal. Comportamento agressivo. Movimentos imprevisíveis. Mas conteve-se, pois observou um ferimento em uma de suas patas que eram revestidas com uma grande quantidade de pelos também. Ela tentou mais uma vez sair dali, sabia do perigo, mas não conseguiu. Ficou.

Aproximou-se lentamente dele.

"Está tudo bem. " - colocando sua mão a frente. "Está tudo bem. " - tirando seu elmo.

O animal agitou-se tentando desvencilhar-se dela e a situação que ele se encontrava, mas em vão. Sua pata permanecia presa e ferida.

Ela então aproximou-se mais uma vez, jogando um pouco de água sobre o ferimento dele, depois de pega-la no riacho próximo dali.

"Não precisa ter medo. "

O animal tranquilizou-se um pouco.

Lívia forçou-se em tirar as pedras que o prendiam e feriam-no. Os olhos do animal olharam para ela.

Terminado de tirar tudo que obstruía o animal, ele tentou correr com seus cascos, mas em vão, sua pata não ajudou e o cansaço das várias tentativas pesaram em seu corpo.

Comovida com a situação, Lívia ajoelhou-se diante dele, oferecendo um pouco de água com o seu elmo. Ele meio receoso, bebeu. Olhou novamente para aquela que estava lhe ajudando. Mas num súbito, a imagem de uma espada veio cortando o ar, rapidamente de cima para baixo. Instantaneamente aquele animal fez uma áurea dourada sair dele e revestir ambos dentro de uma esfera, protegendo-os. Percebendo a situação, Lívia rapidamente girou em seus calcanhares e desferiu um cortante golpe da sua espada na horizontal, derrubando seu oponente. Sua respiração ficou acelerada mediante ao que lhe tinha acontecido. 

Seus olhos foram para aquele animal.

"Você..." - respirando rápido.

Lívia passou sua mão no rosto do Adnel.

"Você me protegeu...Obrigada. Serei eternamente grata por isso. Não sei como, mas cuidarei de você." - passando sua mão sobre a pata inchada e com ferimentos. "Isso é uma promessa. "

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