O Terror Dos Mares

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Barcos chegavam, barcos saiam do porto de Sanin. O fluxo de mercadorias não parava. Apesar de fazer a economia girar, tinha suas dificuldades. Não bastava as tempestades, os ladrões não hesitavam em amedrontar seus navegantes, tiravam tudo que pudesse ser carregado, vendido.

Jhon Helgar sabia disso. Um capitão experiente à frente da sua tripulação sobre os oceanos. Entretanto, nem mesmo sua vasta experiência conseguiu livrar-lhe das espadas desses malfeitores das águas.

Sua família; mulher e filho de colo o fortaleciam a não perder a cabeça, a sempre continuar trabalhando, mesmo em meio as dificuldades. Jhon esforçava-se em não sair desse caminho, mas não era nada fácil controlar os sentimentos, ainda mais depois de ter sido roubado, dias atrás.

Um membro da tripulação entrou em sua cabine e falou sobre mudar a maré a favor. Helgar conhecia seus companheiros, compartilhavam dos mesmos sentimentos de fúria e dor, motivadores ideais. Mas como capitão, tinha que manter-se firme diante sua tripulação. Ainda que os mares sejam uma terra sem lei, resistir era uma ordem inquestionável.

Dias e dias passaram-se, mas nada tinha mudado. Roubos atrás de roubos. O medo não deixava as pessoas fazerem alguma coisa.

Jhon resolveu agir, mas não da maneira esperada.

Muitos foram os roubos.

As coisas tinham saído do controle. Jhon Helgar não parava. Aquilo o consumia. Ele tinha caído, sucumbido a tentação. Sua ânsia de querer mais e mais o fez afastar-se da terra firme.

Mas tudo tem seu preço.

Sua família, assim como os outros de Sanin, recusaram que seus entes queridos não retornariam mais para casa, mas, com o passar dos dias, começaram a aceitar as consequências que os mares proporcionavam aos seus navegantes.

Os roubos diminuíram significativamente, um alívio para os moradores de Sanin. Mas o fluxo de embarcações no porto não aumentou, como era esperado. Boatos de barcos desaparecendo espalharam-se no meio do povo. No entanto, muitos continuaram a navegar. A necessidade não podia submeter-se ao medo. Mas quando as embarcações retornavam, os tripulantes pareciam que tinham deixado suas almas na posse do mar, emitiam apenas o silêncio. Porém, aqueles que ousavam em falar, suas palavras saiam como sussurros.

"Está lá... No encontro do céu com o mar... Esperando. "

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