O Encontro

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Bryan forçou a porta com seu pé. O som abrupto do trinco rompeu-se e ecoou pelo local. Soldados de armaduras negras e mantos vermelhos invadiram o estabelecimento pela liderança da Força de Nidon.

Não encontraram nada.

Outra casa ali próxima foi selecionada. O trinco rompeu-se. Tudo foi revirado sem o menor consentimento. Bryan, nervoso, ordenou a retirada dos homens e apontou outra localidade ali na região Entre-cidades.

Invadiram passando por cima de tudo, até dos moradores. Tudo quanto era porta fechada, que trazia suspeita, foi arrombada.

Desceram alguns degraus e chegaram a parte inferior do reino; a Cidade-baixa, onde a única coisa que os cidadãos tinham para agarrarem-se e não sucumbirem ao vazio, era o fio delicado da esperança.

Era final de tarde, mas ali, o sol já tinha se ocultado, apenas alguns feixes de luz vagavam sobre os telhados dos níveis superiores. Todas as casas, as pessoas.... Não tinham distinção. Os clamores eram iguais. Mas não era por isso que os Escarlate estavam ali. Era para o cumprimento da lei.

Um dos soldados apontou.

"Vão" - ordenou Bryan.

A perseguição foi eminente. Ruas, vielas.... Um labirinto. Mas nada que viesse dificultar as ações daqueles homens de armaduras negras.

A perseguição levou-os até uma praça. Os soldados mediram forças com alguns, segundo eles, rebeldes, entorno da fonte que localizava-se na área central.

Os moradores ali presentes, revoltaram-se com as atitudes brutais dos homens do rei. Mesmo guardados pelos fortes muros, eles protegiam uns aos outros.

Um sussurro ecoou no meio dos gritos e palavras de ondem.

"Bryan... " - disse uma voz cansada pelo tempo.

Um daqueles considerados criminosos escapou do soldado que o segurava, mas foi jogado ao chão por Bryan e submetido a um forte soco vindo da Força de Nidon.

Os olhos que o avistaram, amedrontaram-se.

Um homem de idade avançada jogou-se por cima de Bryan, no qual, lançou o sujeito para longe, fazendo-o rolar-se sobre o terreno de paralelepípedos.

O homem teve sua cabeça apoiada por sua esposa, na qual, seus olhos melancólicos debruçaram-se sobre ele.

"Como ousam enfrentar a Força de Nidon e irem contra a lei do seu rei? " - bradou Bryan em questionamento no meio da população com aqueles supostos criminosos em sua posse.

A mulher trouxe o esposo para mais perto do seu peito. As lágrimas escorriam em suas bochechas e os ferimentos ardiam por sobre seu marido.

"Esta tudo bem?" - perguntou a esposa em desespero.

"Sim" - disse o marido não escondendo a dor.

Mesmo sem querer usar uma espada, Bryan soltou um olhar que cortou a população ao meio e penetrou profundamente sobre aquele senhor que o enfrentara.

"É ele..." - disse ela.

"O que? Do que está falando? " - questionou o marido.

"Nosso... filho" - disse a esposa sob soluços.

"Já faz muito tempo " - fez força para levantar-se, mas em vão. "Não diga besteiras" - continuou o pobre homem em gemidos.

"Toda mãe reconhece o seu filho" - disse ela com os olhos cheios d'água aos olhos afiados de Bryan, quando este, virou as costas para eles.

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