O Chefe Tribal

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A madeira estalava consumida pelo fogo. As chamas laranjas balançavam, soltando pequenos pontos luminosos, no qual, instalavam-se de modo passageiro no céu sem estrelas, pois logo dissipavam-se e sumiam pelo vento gélido daquelas terras brancas.

Homens, mulheres, jovens, crianças, velhos... Todos estavam em suas casas semiesféricas feitas de madeira e coro de animais. As fogueiras entorno delas não deixam a escuridão envolver tudo.

Alguns homens de armas em mãos, guardavam a tribo. Pequenos grupos espalhavam-se no lugar. Conversavam entre si, outros caminhavam sozinhos, mas sempre de olhares atentos. Tudo estava normal, como qualquer outro dia.

Estava.

Tudo mudou.

As fogueiras que sempre venciam o frio, dessa vez, sucumbiram a escuridão.

Calor, luz... Sumiram.

O medo espalhou-se por Elfgar. E isso chegou até a casa do chefe da tribo. O chefe, então, agiu como tal, soberano, sem medo. A ordem tinha que ser mantida. Kahafazz, seu filho, a tudo presenciou o agir do pai. Entretanto, os dias passaram-se, os meses passaram-se, mas as noites continuaram as mesmas. O povo até que suportou no começo, contudo, a infinita escuridão continuou sufocando seus corações.

Comer não era fácil. Mas o líder da tribo sempre procurava dar o seu melhor para a sobrevivência do povo elfgarense. Porém, a comida que já era escassa, passou a não existir mais, e o caos começou a viver em seu lugar.

Sem terem o que comer, a aldeia e as aldeias ali próximas, entraram em desespero e atacaram umas às outras. A família de Kahafazz tentou defender-se, mas não teve grande sucesso. Seu pai ficou ferido, impossibilitado de andar. Entretanto, Kahafazz aprendeu muito bem os ensinamentos do pai sobre caça.

Todos estavam atrás de comida, recursos. Ele foi direto na fonte: os Preza-de-gelo. Caçar, matar... Até para o mais habilidoso não era uma tarefa fácil. Mas ele foi além. Domou um. Com o poder daquele animal, poderia ajudar sua família, e assim, trazer a ordem para seu lar e todas as tribos.

Assim se fez.

Conseguiu recursos. Estruturou a tribo e muitas outras no fornecimento de alimentos. Seu pai e sua mãe ficaram muito orgulhosos dele. Mas o antigo líder não sabia que tudo isso teve como base a brutalidade e a selvageria.

Anos depois, Kahafazz teve um filho. Este, cresceu sob os ensinamentos do pai, e ganhou notoriedade sobre os membros da aldeia, na qual, não parava de expandir suas fronteiras ao norte de Hurander. Kahafazz, então, deu-lhe um presente pelos seus feitos: um imponente machado-gancho, para dar continuidade ao legado que estava sendo construído.

Muitos vinham com fome para o novo chefe tribal, mas nem todos queriam ser alimentados. Muito mais do que o alimento e recursos, não queriam ser submetidos aos regimentos impostos por ele.

Kahafazz, o chefe tribal, fez vários aliados nesta caminhada, mas com isso, ganhou muitos inimigos.

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