Love Affair

Destinos cruzados.

BESSIE

Deixo meu corpo exausto cair na bancada da pia do banheiro depois do terceiro orgasmo proporcionado por Bree Young. Lucca saiu do corredor alguns minutos atrás, antes do meu segundo orgasmo. Homens... Sempre tão previsíveis. Tenho certeza que se estivéssemos em uma cama, essa seria a hora que ele viraria para o lado e dormiria, cansado demais para uma segunda rodada ou, pior ainda, uma terceira, mas nada disso define minha parceira da vez. Bree Young é aquilo que chamamos de "completa" na cama, porque se tem uma coisa que ela não faz, é se cansar com facilidade. Sempre funcionamos muito bem juntas, sempre fomos amantes incríveis, ela era uma das minhas melhores clientes e depois se tornou algo a mais, chegando a me pedir em casamento no ano passado e eu cheguei a aceitar, mas desisti depois de ver o quanto Serena ficou abalada com a notícia. Serena sempre será a minha prioridade. É a única pessoa que me restou nessa vida, é a única que se importa comigo de verdade e tudo o que eu puder fazer para não magoá-la, eu faço sem pensar duas vezes.

— Você é mesmo uma cadela, Srta. Lotrov. Gemendo como uma vadia na minha mão enquanto o seu advogadozinho de merda pensa que é para ele — ela passa a língua pelo meu queixo e sobe até minha boca, colando nossos lábios em um beijo urgente e desesperado.

Suas mãos firmes em minha cintura me mantém sentada com as pernas abertas enquanto nos beijamos e ela aproveita para se esfregar em mim como pode. Quando o ar nos falta, nos afastamos mais uma vez e um riso fraco escapa dos meus lábios. Seguro no queixo de Bree com uma mão, fazendo-a olhar dentro dos meus olhos.

— Não é muito diferente de mim, Srta. Young. Afinal, não foi você quem largou sua noiva sem graça na mesa para vir atrás da cadela aqui? — desço o meu vestido, arrumando o mesmo como posso. A expressão em seu rosto se fecha, se tornando rígida novamente. — Francamente, Bree, com a Polly Pocket latina eu não importo, mas com Serena...

— Polly Pocket? — suas sobrancelhas arqueadas evidenciam toda sua confusão. — Está comparando minha noiva com uma boneca?

— Sim, com a Polly Pocket: pequena e cabeçuda — dou de ombros. Seus olhos faíscam nos meus por um momento, mas o contorno de um sorriso em seus lábios demonstra que ela achou graça da minha brincadeirinha. — O que foi? Achou mesmo que eu ia chamar aquela vadia sem sal de Barbie? Meu amor, você já teve uma Barbie na sua vida, mas é tão cega e burra que a deixou escapar.

Bree balança a cabeça negativamente e se afasta de mim, aproveitando o maior espaço entre nossos corpos para vestir sua roupa.

— Certamente está se referindo a si própria como Barbie? — nego com a cabeça. — Srta. Lotrov, deixe-me lembrá-la de que foi você quem decidiu romper o nosso noivado, apenas um mês depois de ter aceitado o meu pedido e até hoje não me deu nenhuma explicação plausível para isso.

Desço da bancada da pia e caminho até Bree, parando bem à sua frente, com meu rosto bem próximo ao seu. Toco levemente na gola de sua blusa social e a ajeito da maneira correta, dobrando-a do jeito que bem que sei ela gosta de usar. Sua mão desliza até o meu traseiro, que ela aperta com força enquanto observa cada um dos meus movimentos.

— É tão cega que não consegue se dar conta de que falo de Serena e não de mim mesma — digo pausadamente, de maneira mais clara para que ela compreenda o que quero dizer. — Você é tão idiota que não percebe que sua melhor amiga é louca por você desde sempre. Serena é a mulher perfeita para você, Brianna, e te ama com todo o coração, mas você é tão mesquinha que só consegue enxergá-la como uma diversão, uma distração para os seus dias difíceis, sempre deixando-a de lado, oferecendo suas migalhas para ela, que aceita de bom grado só para ter qualquer coisa que venha de você.

Bree engole em seco, como se parte dela soubesse que existe esse sentimento em Serena, mas temendo que ele chegue a se concretizar.

— Não quero te depreciar, mas realmente não levo em conta conselhos alheios para a minha vida. E sem ofensas — seus lábios se aproximam da minha orelha e quase posso sentir que ela sorri, mas na posição que estou não consigo olhar em seu rosto para saber se o sorriso é verdadeiro — Eu não aceito conselhos de uma garota de programa. Serena é carente de atenção, não há nada relativamente romântico no que ela sente por mim, então pare de colocar o nariz onde não é chamada.