Em uma outra vida, eu seria sua garota.

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Reagan

FLASHBACK

Saio do banheiro com a sua toalha branca de algodão egípcio em volta do meu corpo, o tecido é tão suave e macio que demoro mais do que necessário para levantar da cama e criar coragem para revirar o closet de Bessie. É enorme, duas ou três vezes maior que o meu quarto, tudo devidamente separado por cores e tipos de peça; vestidos, camisas sociais, saias, calças, bolsas, sapatos. Meu estômago embrulha quando encontro a sua coleção intocável de jaquetas de couro italiana, sua peça preferida, ela usava uma dessas jaquetas quando nos conhecemos, mas não tenho lembranças boas com a peça. Quando Bessie e eu temos problemas e nos magoamos, ela sempre está usando uma dessas jaquetas, então quando a vejo em uma, quero correr na direção oposta.

Experimento várias de suas roupas, mas nenhuma me serve, principalmente as da sua última gaveta composta por roupas maiores que o seu tamanho. Acabo optando pela saia de cintura alta e uma camisa social, dou uma voltinha em frente ao espelho me sentindo uma secretária recém contratada que não faz a mínima ideia do que a aguarda, um riso nervoso escapa da minha garganta com a minha imaginação fértil. Faço a minha maquiagem e passo um dos batons da coleção de Bessie, cor marsala, um dos meus preferidos.

Dou um sobressalto quando suas mãos envolvem minha cintura e me abraçam por trás, o cheiro do seu perfume impregna pelo closet. Ela beija o meu pescoço, dando um beijo lento e demorado no meu ponto mais fraco e arrepio, sinto os pelinhos da minha pele se eriçarem e me encolho em seus braços, acariciando os mesmos que me envolvem quando ela apoia o queixo em meu ombro. O reflexo no espelho mostra duas mulheres totalmente diferentes, estou com a aparência de mulher mais velha e madura por conta da roupa, mas gosto do que vejo, porque quebra um pouco a imagem de adolescente quando estou ao lado dela. Bessie está uma deusa, eu tento não a devorar com os olhos, mas é impossível. Bessie torna tudo impossível usando o vestido vermelho constituído em corpete transparente, cinto de cetim e saia de tule. O vermelho lhe cai bem e na sua boca a torna irresistível para qualquer um que a olhe.

— Acho que estou com ciúmes... — digo, quando ela me aperta em seus braços quentes. — Esse top transparente revelando a curva dos seus seios não é um pouco demais?

— Quer que eu tire? — sussurra em meu ouvido, mas nego com a cabeça. Bessie me vira para encará-la nos olhos e envolvo meus braços em torno do seu pescoço, lhe tirando um sorriso doce dos seus lábios vermelhos. — Tem certeza de que quer fazer isso? Porque eu posso desmarcar e a gente pode passar o resto da noite fazendo amor na minha cama. Estou pensando numas maneiras bem interessantes de tirar a sua calcinha.

Arqueio uma sobrancelha, boquiaberta.

— E quem disse que estou usando calcinha? — provoco.

Bessie engole em seco e isso me faz gargalhar mais alto que o normal.

— Está mentindo, Srta. Gray — fala convicta, mas fico em silêncio para que ela saiba que não estou mentindo. — Não está? Diga que está, porque tem algo me molhando aqui embaixo. Quer sentir?

Arfo.

Quero, eu quero sentir, quero tocá-la e transar com ela pelo resto da noite, mas não posso. Ontem à noite quase fizemos amor, não na sua forma carnal, mas fizemos, porque não houve nenhum outro momento juntas em que eu pude sentir que os seus sentimentos por mim fossem tão reais. Dormimos juntas, agarradas, sentindo o cheiro uma da outra, pele com pele, quando acordei e vi o seu rosto sorrindo ao me ver dormir, tive a sensação de ter sido levada aos céus no mesmo instante. Bessie tinha acordado duas horas antes de mim e ficou na cama me observando e respirando tão suavemente para que nada pudesse interromper o meu sono. Ficamos ali até quase uma da tarde quando decidimos levantar para comer e assistir a algum programa juntas. Ela me falou como estava viciada em programas de culinária, então passamos o resto da tarde inteira vendo confeiteiros fazerem o impossível com comida.

Love AffairOnde histórias criam vida. Descubra agora