Espera aí, você chamou ela de que?

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Reagan

Droga.

Disco pela terceira vez o número de telefone de Carter, mas cai na caixa postal mais uma vez. Retoco a minha maquiagem, o lápis de olho e o batom marsala, encaro a mim mesma no reflexo do espelho e solto um rápido riso nasal ao me dar conta de que Danon tinha razão quando me viu descer as escadas para procurar o carregador do meu celular, eu estou linda. Ter a cor dos meus olhos ajuda muito, porque quando entram em contraste com o lápis de olho, ganham um destaque de dar inveja a qualquer um, pelo menos é o que Hierly me disse. Cinza é a cor dos Gray, a marca registrada da minha família, da minha única família que consiste em duas pessoas: Danon e mamãe, sangue do meu sangue, apesar disso não significar absolutamente nada porque Hierly me recebeu de braços abertos.

Ou quase abertos.

Bom, o importante é que ela me recebeu, ainda que na força do ódio.

A buzina lá fora ecoa pela rua silenciosa, muito mais alta que o normal e coloco meu celular entre os seios no top que estou usando. Dou uma volta no espelho para conferir a minha roupa, nada muito vulgar, top e uma saia longa em tule preto transparente, o hotpants da mesma cor me dá um visual ousado e moderno, nada parecido com a Reagan Gray que eu conheço, exatamente como Meredith Miller queria que eu me vestisse. Os meus cabelos estão soltos e ondulados nas pontas, caídos sobre os meus ombros, especificamente de um só lado.

— Querida? Sua amiga está esperando lá fora. — Danon me avisa, depois de dar três leves batidas na porta do meu quarto para anunciar a sua entrada. — Você é a mulher mais bonita que eu já vi na minha vida, mas não conte isso para a sua tia.

Dou um risinho e me inclino para abraçá-lo. Danon inspira o meu perfume e quando me solta, a sua sobrancelha está arqueada daquele jeito que deixa claro o está por vir: um sermão. Ele me olha de cima a baixo, fixa em meu rosto, apoia as mãos na cintura e coça a barba por fazer enquanto eu ajeito o meu salto no pé esquerdo que está me incomodando, agarrando a minha cadeira de estudos para não perder o equilíbrio.

— Se tiver qualquer problema vai ligar pra mim? — ele pergunta.

Termino de ajeitar o meu salto e sorrio para ele.

— Danon, é claro que sim, mas não vou entrar em nenhum problema, eu prometo. — lhe dou um rápido beijo no rosto e ele me ajuda a descer as escadas para me acompanhar até a porta. — Não me espere, vai dormir. Trabalhou muito hoje — me inclino para o lado a procura de Hierly que está sentada no sofá comendo pipoca. — Você também, Hierly. Nada de virarem a noite me esperando chegar.

Ela olha para o marido em busca de apoio, mas Danon ergue as mãos se rendendo.

— Prometemos — me garante e me dá um último beijo no rosto. — Mas o celular vai dormir ao meu lado, então..

— Eu sei — o interrompo, sorrindo de canto. — Eu ligo pra você.

Danon assente orgulhoso e satisfeito comigo por saber de suas regras e por obedecê-las, ele particularmente sabe que eu não quebraria nenhuma das coisas das quais me impõe, pois tenho uma dívida de eterna gratidão por tudo o que fez por mim, porém, se fosse com Hierly, certamente eu bateria a porta ligando o "foda-se". Nada contra a minha tia, mas todas as suas regras são demasiadamente exageradas e me dá no mínimo umas duas ou três horas para sair com os amigos, mas com Danon é diferente e por isso sempre que quero sair ou fazer alguma coisa é para ele que eu corro.

Hierly detesta, mas se isso a irrita, me faz amar ainda mais pedir permissão ao meu tio por isso.

— Uau! — Meredith grita da sua Mercedes e faço uma breve reverência como se ela fosse da realeza, porque está parecendo isso: uma princesa. — Se eu soubesse que você iria vestida assim, eu teria vindo pelada pra competirmos sobre quem consegue arrancar mais suspiros durante a noite.

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