REAGAN
Depois de toda a minha investigação sobre o meu pai, John Wilson, eu decidi que precisava ir atrás de Jessica Platte ou de Dabria Wilson, a ex-mulher dele. Sei que a mídia muita das vezes nos informa sobre muitas coisas, mas ela também esconde certos assuntos quando lhe é conveniente e, por esse motivo, falar pessoalmente com as pessoas envolvidas nessa situação é o melhor caminho a se seguir se eu quero descobrir mais coisas sobre o meu pai.
Pai... Ainda é difícil para mim abrir a minha boca para falar "meu pai". Não posso acreditar que um homem como John possa ser o meu progenitor, porque ele era um policial honrado, admirado por todos e deveria dar o bom exemplo e espalhar o bem pelo mundo, mas parece que ele decidiu fazer tudo ao contrário. Mesmo que tivesse lá os seus motivos, não posso acreditar que alguém possa ser tão cruel assim. Espancar, estuprar ou querer matar alguém não resolveria nenhum de seus problemas e nem sequer seria capaz de mudar tudo o que já tinha acontecido entre Jessica e sua mulher.
E é por isso que estou aqui, batendo na porta da mulher que um dia foi a minha madrasta e que provavelmente nem sabe da minha existência, assim como eu nunca soube da sua. Respiro fundo algumas vezes antes de tocar a campainha, mas finalmente faço e um loira simpática aparece para atender a porta.
— Bom dia, docinho — me cumprimenta com um sorriso no rosto enquanto coloca seus brincos na orelha, terminando de se arrumar para o trabalho provavelmente. — Em que posso ajudar?
— Bom dia... — digo com a voz trêmula.
Pigarreio algumas vezes antes de prosseguir e a loira me encara com atenção enquanto me recomponho.
— Estou procurando por uma mulher chamada Dabria Wilson — digo finalmente.
— Wilson? — questiona com surpresa. — Ela se separou de John há muito tempo, então agora ela atende por Dabria Green, mas quem é você, mocinha? E como sabe que o sobrenome de casada dela é Wilson?
— Hum, desculpa, é que eu não fazia ideia de qual era o sobrenome de solteira dela — respondo sincera. — Pode dizer para ela que a filha de John Wilson está aqui?
A mulher à minha frente fica pálida assim que eu termino de falar. Seus olhos não piscam e me sinto corar diante de seu olhar inquisitivo sobre mim. Ela parece chocada por me ver diante dela, como se eu fosse uma assombração ou algo muito ruim.
— Dabria! — ela grita e uma mulher morena surge na sala. Pela foto que eu vi na internet, essa é a minha madrasta. — Essa menina está aqui na porta dizendo que é filha do John.
Dabria olha surpresa para a sua amiga e engole seco.
De repente, sinto-me estranha. Talvez tenha sido uma péssima ideia aparecer aqui sem avisar nada antes. Não quero imaginar o quanto deve ser confuso uma adolescente que você nunca viu na vida aparecer na sua porta se dizendo filha do seu ex-marido que morreu anos atrás.
— Que tipo de brincadeira é essa agora? — pergunta para mim, querendo fechar a porta na minha cara, mas sou mais rápida e consigo impedir, segurando a mesma. — Olha só, garota, se quer uma entrevista, deveria ter ligado antes. Tentar mentir para mim para conseguir vantagens só me faz detestar ainda mais essas revistas sensacionalistas.
— Calma — peço gentilmente. — Eu não trabalho para a televisão ou revista, nada do tipo. Por que não me deixa entrar e conversamos? Você era a esposa do meu pai e eu só estou aqui porque preciso de respostas que a internet não pode me oferecer, então acho que você é a única que pode me dar alguma informação.
Ainda relutante, Dabria encosta um pouco a porta para cochichar com sua amiga loira, mas abre alguns segundos depois, permitindo a minha entrada. Sento no sofá da sala e a esposa do meu pai fica em pé, de braços cruzados, tentando assimilar o que está acontecendo. A mulher loira parece mais chocada do que a própria Dabria e isso me intriga. Se Dabria é a ex-mulher de John, por que então sua amiga é quem parece incomodada com o fato dele ter uma filha perdida?
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Love Affair
RomanceEla quase a atropelou. Se aquilo fosse o destino lhe dizendo que, para conhecer o amor da sua vida, Reagan Gray precisava ver a morte passar diante dos seus olhos, talvez ela já tivesse tentado fazer isso antes. Ela não era uma suicida e nem nada do...