Bessie
DOIS DIAS ATRÁS
As coisas com Reagan estavam cada vez piores.
Eu me recusava a acreditar nisso até descobrir a quão próxima ela estava de Erick.
O meu mundo desmoronou. As minhas chances com ela tinham acabado e o pior de tudo era que eu não tinha a quem culpar. Foi erro meu, vacilo meu, deslize meu. Eu quis provar para ela que conseguiria ser a pior pessoa que ela conhecia, me empenhei em conseguir o seu desprezo, mas fui além dos limites, extrapolei as barreiras e não só consegui isso, como consegui fazer com que ela se aproximasse de quem estava esse tempo todo esperando a oportunidade perfeita para colocar o time em campo, atacar e fazer gol.
O problema é que Erick estava fazendo vários gols.
Passei dias pensando no que fazer. Pensei em ir pedi-la em namoro, afinal eu ainda guardava as alianças que tinha comprado em Nova Iorque e não me importaria nem um pouco em passar por cima de Erick, ou seja lá do que Reagan estivesse tendo com ele, passaria por cima de quem quer que fosse preciso para recuperar o amor da minha vida. Pensei em reconquistá-la mandando flores e presentes, marcando sua vida com a minha presença de novo. Pensei em tentar lhe fazer ciúmes só para tentar descobrir se ela ainda sentia alguma coisa por mim. Aí eu me toquei no fator X da questão: Mark. Quando ele descobrisse que meus planos para o futuro não incluiria continuar trabalhando no Burn Ground, eu estaria ferrada.
Casar não foi a ideia mais brilhante que me veio à cabeça, mas se eu já tinha conseguido manter Reagan longe e ela estava bem e feliz, tudo o que eu precisava fazer era casar com Lucca Devito para que Mark não tivesse dúvidas de que Reagan não significava mais nada para mim. Mark jamais tentaria algo contra um advogado importante, pois sabia que seria o seu fim se fizesse isso, e por mais que me doesse casar com um homem que não amo, se Lucca quisesse o meu perdão um dia, ele ia entrar nessa junto comigo para proteger o amor da minha vida. Eu ia casar, sabia disso, mas odiava a ideia de ser esposa de alguém que não fosse da minha menina. Reagan me odiaria e eu também me odiaria, apesar de deixar claro para Lucca que o nosso casamento seria um casamento casto. Se para proteger a vida da mulher que amo eu precisasse sacrificar mais uma coisa na minha vida, eu faria isso sem pensar duas vezes.
Eu não sabia exatamente o porquê de isso ter me vindo em mente numa tarde quente e ensolarada de Eugene, onde deveria ter sido de chuva como tantas previsões alertaram, mas era aquilo. Eu precisava casar. E rápido.
Casar com um homem que é louco por você não é tão difícil, por isso é que Lucca Devito foi o meu escolhido. Ainda tinha grande mágoa e ressentimento por tudo o que esse homem tinha me feito, algumas vezes era difícil olhar para a sua cara e forçar um sorriso ou educação da qual tanto me esforcei por anos para me encaixar no meio da alta classe e assim não envergonhar meus clientes mais ricos e poderosos. Só que eu não tinha escolha, não dava para eu pegar um avião e ir embora para outro país, Lucca era o pai do meu filho e gostando ou não, eu teria que aprender a engolir isso até o resto da minha vida.
Dei início ao plano, o convidei para jantar em um dos seus restaurantes preferidos, o Oui Monsieur. Conversamos sobre tantas coisas que chegou um momento em que eu já não fazia ideia de qual era o assunto, fingia ainda ouvi-lo, nisso, empurrando mais uma taça de vinho, outra de champanhe e dois copos de uísque. Precisava embebedá-lo, ou o mínimo que se aproximasse disso, precisava de Lucca soltinho e disposto a fazer o que eu tinha certeza que jamais voltaria a me perguntar depois de ter me forçado uma gravidez que eu não desejava. Ele precisava me pedir em casamento. E eu aceitaria. Me tornaria a sua esposa e fingiríamos ter o casamento perfeito, seríamos o casal que estamparia todas as capas das revistas que ele sai de mês em mês devido à popularidade do seu trabalho. Ele é um homem rico e cobiçado, a imprensa não perderia a chance de publicar sobre a mulher que fisgou o coração do melhor advogado do país.
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Love Affair
RomanceEla quase a atropelou. Se aquilo fosse o destino lhe dizendo que, para conhecer o amor da sua vida, Reagan Gray precisava ver a morte passar diante dos seus olhos, talvez ela já tivesse tentado fazer isso antes. Ela não era uma suicida e nem nada do...