DOIS MESES DEPOIS
REAGAN
Dou três leves batidas na porta do automóvel que balança para cima e para baixo como se estivesse pulando no ritmo da música que ecoa distante de dentro das paredes da casa de Carter. A noite está mais fria do que me lembro antes de apagar no gramado, me encolho esperando que Serena Redfield baixe o vidro da janela do motorista para poder me ouvir antes de ser flagrada transando dentro do seu carro e ser exposta para a mídia que adoraria massacrá-la para tentar atrair uma imagem negativa para as empresas de seus pais, a Redfield Luxury. Impaciente, bato no vidro mais uma vez, pronta para ignorar a pior cena da minha vida diante dos meus olhos; a herdeira de uma das maiores marcas de cosméticos do mundo transando com Bessie Lotrov.
O vidro baixa e para o meu alívio encontro um par de olhos azuis hipnotizantes, claros como águas de oceano cobertas pelo nascer do sol. A reconheço de imediato, Bree Young, a grande empresária que está conseguindo construir um verdadeiro império no mundo da publicidade, há boatos de que ela tem se dedicado com o propósito de superar o seu pai e antigo chefe, Michael Young.
Arregalo os olhos quando vejo Serena Redfield sentada no colo de Bree Young, com uma perna de cada lado, usando os braços para cobrir os seios saltados do seu vestido tomara que caia. As mãos possessivas e firmes da empresária em suas costas os escondem perfeitamente contra o seu corpo e Serena fica de costas para mim para poder subir o seu vestido, olho ao redor à procura dos paparazzi que tanto as observavam, mas nada vejo e isso me deixa ainda mais apreensiva.
— Tem paparazzi de olho em vocês duas — cochicho e ambas olham em volta, precisamente Bree Young que analisa o local como se estivesse à procura de quem fosse cometer um homicídio. — Vim avisar porque achei que você e Bessie...
Bree ajuda Serena subindo o zíper do seu vestido às costas.
— Serena e Bessie o quê? — indaga a empresária no seu tom de voz mais arrogante. — Aposto que é só mais uma aproveitadora querendo dinheiro para ficar de bico fechado.
— Se você estivesse com outra pessoa, sim, talvez eu tentasse tirar uma boa quantia de dinheiro pelo meu silêncio, mas a sua sorte é que me importo com Serena — digo, encarando os seus olhos furiosos fixos em meu rosto.
Bree Young cerra o maxilar, noto como o mesmo se destaca em seu rosto quando ela desvia o olhar do meu. Se acha que por ter dinheiro e poder vai me amedrontar, está muito enganada, já enfrentei coisas muito piores do que alguém que nasceu tendo a vida perfeita com direito a tudo que desejasse.
— Não, não saia pela porta do passageiro — aviso, quando Serena faz menção de sair do colo de Bree. — Saía por aqui, pela porta do motorista, assim pensarão que você estava sozinha e os paparazzi vão te acompanhar. Aí a sua amiga — enfatizo na palavra sem olhar para quem me fuzila como se quisesse me aniquilar da face da terra — pode dar o fora daqui enquanto você os distrai.
— É um bom plano, Reagan. Obrigada! — a loira me agradece, mas antes de sair do automóvel ouço o estalar de beijos trocados. A voz de Bree Young soa muito baixa, inaudível, mas o riso que escapa da garganta de Serena me faz perceber o quanto ela realmente é apaixonada pela Srta. arrogância. — Por onde vamos?
Seguro em sua mão e a guio para frente da casa como se tivéssemos acabado de chegar na festa. Serena sorri, cumprimenta quem a reconhece e sussurra para mim o quanto está grata por eu a ter salvo do que seria um verdadeiro caos com os seus pais. Não demora cinco minutos para que flashes de câmeras nos fotografem, tento esconder o rosto da violação de espaço dos paparazzi enquanto Serena Redfield faz uma reverência digna de princesa para os três homens que estavam escondidos na moita com suas câmeras profissionais. Ela olha para o seu Bentley Continental GT Speed prata rapidamente, tenta conversar com os paparazzi a fim de distraí-los, mas não é o suficiente para que Bree Young consiga sair sem ser notada. Dou um passo à frente, cochichando uma besteira qualquer no ouvido de Serena apenas para roubar toda a atenção para nós, passando meu braço pela sua cintura e deixando que os curiosos comecem a questionar sobre quem sou e o que somos.
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Love Affair
Roman d'amourEla quase a atropelou. Se aquilo fosse o destino lhe dizendo que, para conhecer o amor da sua vida, Reagan Gray precisava ver a morte passar diante dos seus olhos, talvez ela já tivesse tentado fazer isso antes. Ela não era uma suicida e nem nada do...