Você precisa do toque de uma mulher em você.

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REAGAN

DOIS DIAS ANTES DA BESSIE VIAJAR

Não, eu não deveria estar aqui, digo a mim mesma e recuo para trás, tirando a mão da maçaneta da porta do seu quarto. Bessie me mandou uma mensagem às 03h43minn da madrugada dizendo que precisava me ver e eu acordei com a sua chamada perdida, e precisei pular a janela e pegar um táxi para vir vê-la. Não tem nada de sexy em estar de pijama com uma blusa maior que eu e uma calça tão folgada que caberia mais duas de mim dentro. E pantufas, às malditas pantufas de urso polar que ganhei de Danon na semana passada. Vou até o espelho na parede do corredor para o quarto de quem não tenho coragem para bater na porta e quando vejo o meu próprio reflexo quero correr. Estou horrível, meu cabelo está desengrenhado, estou sem maquiagem e a minha cara ainda está com marcas dos lençóis da cama.

— Você não deveria ter vindo — murmuro para o meu reflexo abatido e preguiçoso, repreendendo a mim mesma por algo que não pensei duas vezes antes de vir.

Ouço um risinho atrás de mim, ela não faz questão de disfarçar o quanto estou ridícula no meu pijama. Me sinto ainda pior quando me viro e a encontro completamente nua à minha frente. Bessie e eu fizemos amor diversas vezes, mas eu nunca vou me acostumar em vê-la com cada centímetro de pele exposta e isso causa aquele contato direto com o meu sexo. Ela nunca foi o tipo de mulher modelo da Victoria Secrets, mas acho que se a vissem da forma como eu a vejo, todas aquelas mulheres magras e esbeltas sentiriam inveja. A sua beleza não está apenas em seu rosto com traços delicados, olhos verdes e sobrancelha delineadas, mas é um conjunto onde tudo se abrange quando ela, com seus longos cabelos negros, o joga todo para um lado e me chama com o seu dedo indicador.

Os músculos no meu abdômen se enrijecem quando ela toca o bico do seu seio endurecido e desce a mão até a barriga, acariciando a mesma com o dedo do meio em movimentos circulares.

Dou um passo em sua direção e paro, minhas pernas não obedecem às súplicas do meu cérebro gritando desesperadamente "não ande, corra, corra." Me sinto fraca com a maneira como ela me olha, os olhos verdes escurecidos e atentos em mim como se pudessem atravessar o meu ser, a minha alma. Passo a língua entre meus lábios para umedecê-los e Bessie se encosta contra a parede e me observa, a pouca luz que emana do abajur do seu quarto me permite contemplar a sua silhueta e o sorriso malicioso em sua boca.

— Vai ficar parada aí me olhando? — ela pergunta, mas a minha boca seca e não consigo pronunciar uma só palavra. Bessie sorri de canto, se divertindo com a minha falta de jeito. Ela entra no quarto e volta com a cinta nas mãos, voltando a se encostar contra a parede. Ela balança o acessório para mim. — Vista isso.

Estremeço.

Ela quer que eu comande?

Bessie joga a cinta aos meus pés e seus olhos se fixam ali por mais tempo que o necessário, ela pressiona os lábios um no outro para conter o riso.

Ótimo, minhas pantufas ridículas conseguem fazer algo além de me envergonhar.

— Você não vai vestir? — pergunta e pego a cinta, me dando conta de que é a mesma que ela usou na última vez que transamos. — Tira a roupa.

Eu obedeço, rendida, agarrando a barra da minha blusa e a passando por cima da minha cabeça, jogando a peça no chão ao meu lado. Bessie suspira quando retiro o sutiã, parece respirar com dificuldade pois consigo ouvir o esforço que ela faz para que seus pulmões consigam capturar oxigênio. Abaixo a minha calça junto com a calcinha, não prolongando por mais tempo a minha demora em responder as suas provocações. Visto a cinta, a apertando bem em minha cintura, ajustando de forma que fique presa e sem riscos de soltar quando eu estiver dentro dela.

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