Capítulo 19 :

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Segunda-feira. ARG!

Thaís: Bom dia senhorita Diaz! — ao contrário dos outros dias, não sei por que, assenti ao bom dia dela — Precisa de alguma coisa? — começou a caminhar ao meu lado com sua prancheta em mãos.

Carla: Um analgésico, uma xícara de café e uma bolsa de gelo — não sei por que, mas para mim era meio impossível pedir esse tipo de coisas para meu secretário. Thaís ainda era minha estepe.

Thaís: Sim senhorita. Um minuto! — desviou o caminho e segui para minha sala.

Era tarde para meu horário, cerca de dez e meia da manhã. Passei a noite acordada com a Maria Clara, que insistia em falar dos filmes que assistiu com Graça. Fiquei imaginando o que Arthur estaria fazendo em minha ausência... Assim que cheguei perto da sala e coloquei a mão sobre a fechadura dourada... Ouvi uma melodia vinda lá de dentro.

"Eu sobrevivo sem carinho, pra ninguém me machucar. Eu ando desacreditado o amor passou e fez estrago e o melhor é me fechar".

Reconheci de imediato sua voz. Fiquei prestando atenção na letra... Identifiquei-me um pouco com ela. Abri a porta lembrando que Thaís logo voltaria. Quando o fiz, Arthur parou de cantar e me olhou fixamente. Sentado em sua mesa, ele escrevia algo ao mesmo tempo em que digitava breves passagens no computador.

Arthur: Bom dia senhorita Diaz — cumprimentou com um sorriso lindo.

A primeira coisa que notei foi que ele estava todo de preto. Camisa, calça, sapatos... Tudo. Estava lindo usando aquela cor, algo que tirou meu ar por breves segundos. Ignorei seu bom dia e apenas vi seu sorriso se alargar ainda mais.

Carla: O Gil já apresentou os modelos? — coloquei as coisas sobre minha mesa e me sentei logo, explodindo de dor de cabeça.

Arthur: Não senhorita — percebi que se levantou e veio na direção de minha mesa com alguns papéis — Disse que ficarão prontos até amanhã. Ainda falta concluir algumas coisas — me entregou os papéis — Olhe, aqui estão todos os pedidos.

Carla: Ok — coloquei meus óculos e comecei a analisar os pedidos. Ele prosseguiu parado no mesmo lugar.

Arthur: A senhorita fica muito bem de óculos — quando ergui os olhos para ele de forma agressiva, a porta se abriu. Era Thaís, e ao vê-la cheia de coisas, Arthur se aproximou para ajudar.

Thaís: Analgésico, chá morno e bolsa de gelo! — colocou as coisas sobre Arthur, que com jeitinho pegou todos os objetos.

Carla: EU DISSE CAFÉ! — praticamente gritei — Qual é Thaís, pode ser ou tá difícil?

Thaís: Oh meu Deus! Desculpe-me senhorita é que... — quando começou a se explicar, Arthur me olhou rapidamente com cara de sua desprezível! e se voltou para Thaís.

Arthur: Tudo bem Thaís, pode voltar pro seu trabalho. Eu pego o café pra minha patroa, essa é minha obrigação.

Thaís: Ok Arthur, obrigada — e saiu rapidamente — Com licença — fiquei observando Arthur colocar a bolsa de gelo sobre minha mesa e o analgésico.

Arthur: Já volto senhorita, vou buscar seu café.

Carla: Não precisa, deixa o chá morno ai mesmo — continuei olhando para o papel, ignorando-o — Pode voltar ao trabalho. Não esquece de ligar para o cliente especial.

Arthur: Sim senhorita...

De repente me envergonhei de mim mesma. Respirei fundo e tomei o chá morno, que já estava praticamente gelado. Engoli o analgésico e coloquei a bolsa de gelo na cabeça. Não consegui tirar os olhos de meu secretário, lembrando do jeito que me olhou. Nenhum deles nunca ousou me encarar daquela forma, como se me dissesse que estava errada. E ele havia sido tão gentil com a Thaís... Enquanto trabalhar, pude ouvir bem baixinho a melodia da música de antes saindo de seus lábios. Não pude gritar para ele calar a boca, simplesmente não saiu.

" Aí você vem me deu proteção, baixou minha guarda, mexeu com a emoção. Tiro fulminante no meu coração, já era, jara o Amor".

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