ARTHURArthur: Bom, então é isso senhorita — arrumei minha cadeira em seu lugar, ajeitei as coisas e fechei tudo como deveria fazer na sexta-feira — Já estou de saída.
Olhei o relógio para checar se eram mesmo cinco horas. Pelo que era possível ver da sala, todos já estava se retirando de suas mesas aos poucos. Carla me olhou sentada em seu lugar, vasculhando sua bolsa enorme e cor de rosa, combinando com seu vestido do dia. Seda rosa claro.
Carla: Viu minha chave do carro? — questionou afoita, procurando mais avidamente.
Dei um passo à frente e peguei o molho de chaves pousado sobre a ponta de sua mesa. Assim que ouviu o barulho de chaves se chocando, ergueu os olhos para mim. Corou na hora
Carla: Ah! Obrigada...
Arthur: De nada — pisquei para ela — Estou indo.
Carla: Sim, tudo bem — assentiu — Fizemos um trabalho ótimo hoje.
Arthur: Muito bom — sorri — Boa noite... — fui caminhando de costas em direção a porta — Até domingo.
Carla: Até domingo — Ela disse sem me olhar, mas com a voz meio desacreditada.
Assim que saí da sala, suspirei por ter me livrado da companhia dela; por um lado era terrivelmente gratificante ficar ali e ser elogiado pelo meu trabalho como fui hoje; estar na presença daquela mulher que me encantava era quase um privilégio imensurável. Porém... Havia o lado em que sabia que era restritamente profissional toda ou qualquer relação com ela... E também... Minha chefe estava longe de ser o tipo de mulher que se consegue por uma sedução barata, o que dirá se interessar por um homem como eu, que sempre estava rodeado de outras mulheres, que não era estável... ? Ela me odiava!
Gustavo: E ai garanhão? — Achei estranho o fato de todos terem ido embora sem se despedir de mim, encontrei Gustavo no térreo ao sair do elevador.
Arthur: Oi cara — sorri para ele que estava indo em direção ao estacionamento — Qual é a boa? O que aconteceu? Todos saíram cedo hoje...
Gustavo: Não. Todos não te esperaram hoje — corrigiu-me com um olhar meio engraçado. Começamos a caminhar juntos.
Arthur: Mas por quê?
Gustavo: Porque pensamos que iria para casa com outra pessoa — seu tom esbanjava duplo sentido. Franzi a testa e ele me deu um tapinha no ombro — Com a patroa. Você sabe...
Arthur: Não, não sei! — parei de andar meio nervoso e o encarei — O que está havendo? Pensei que a questão eu e Carla estivesse sanada!
Gustavo: Primeiro você não vai para o almoço, depois a Thaís entra na sala e te vê sentadinho no arroxa com a poderosa... — sussurrou com um sorriso meio malicioso — A qual é Arthur! Vocês...
Arthur: Nós estávamos cheios de serviço! — corrigi de forma bem humorada — Isso não tem nada a ver... Sério! E quer saber cara, não devo satisfação da minha vida pra ninguém. Não gostou? Morde as costas! E é melhor eu ir.
Gustavo: Não Arthur, de boa. Não fica chateado, só falei pra não ficar um clima chato segunda.
Arthur: Tudo bem — apertamos as mãos — De boa, to de boa. Até segunda.
Entrei no carro e fiquei lá sentado um tempinho. Encostei a cabeça no banco e respirei fundo. Ao mesmo passo em que as coisas iam bem com a patroa, todo o pessoal virava a cara para mim. Ao mesmo passo em que as coisas iam bem com o pessoal, a patroa ficava irada comigo! O que fazer? Pra que lado pender? Dar uma de puxa saco e perder a galera, ou ficar ao lado da galera e deixar a patroa irada? O que estava acontecendo nesse emprego?
Enquanto esperava na fila para sair do estacionamento, vi a Carla descendo e falado ao celular. Tinha uma expressão linda, carregava sua bolsa e caminhava de forma glamurosa. Pelo jeito deveria ser a Maria Clara do outro lado da linha... Estreitei os olhos, porque a cada dia que passava eu queria mais saber quem era o pai da filhinha dela.
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O Secretário.
FanfictionSinopse: Aos 30 anos Carla Diaz era a mais nova Diretora do departamento de moda de uma Empresa famosa. Linda, durona, odiada por todos, ocupada e mãe solteira, não tem tempo para se dedicar a nada que não seja ao trabalho e a filha Maria Clara, de...