Uma semana depois.
Maria Clara parecia não querer dormir. Estava deitada ao meu lado com seus olhinhos tristes, mesmo após ter falado com o pai por um longo tempo. Comecei a fazer carinho em seu cabelo, me lembrando de uns anos atrás quando aquela garota não passava de um pequeno bebê que eu mal sabia como lidar. Contei com a ajuda de muitas pessoas para poder me tornar o que sou... Mas nenhuma delas me deu o incentivo que Maria Clara me dava.
Talvez não fosse coincidência esse laço tão grande entre mim, ela e Arthur. Pensei por várias vezes em me desfazer daquele bebê, mas ao senti-la... Ao ver seus olhos pela primeira vez tudo mudou; assim como aconteceu com Arthur. Tudo era monótono, as esperanças em relação ao amor se esvaíram para mim e aí... Ele aparece na minha sala com pinta de galã e um tanto desengonçado, sem parecer intimidado como os outros, mas sim se comportando de maneira amena. Aquele sorriso... Os olhos. Tive certeza que deveria dispensá-lo antes que aquilo me afetasse. Então Maria Clara entra na jogada e nos une. Não podia ser coincidência!Respirei fundo. Aqueles dias que passei longe dele estavam sendo de bom e, ao mesmo tempo, mau uso. Tudo me lembrava ele, mesmo nos momentos mais improváveis. Liguei para a Delux e quem atendeu foi Thaís Braz.
Thaís: Não, senhora Diaz, Arthur não está. Acabou de sair para uma reunião importante. — explicou do outro lado da linha. Suspirei derrotada. Demorei tanto para tomar a iniciativa e quando o faço... Ele saiu?
Carla: Certo, Thaís. Será que pode me informar como ele anda se portando na Empresa? — comecei a segurar as lágrimas. A pergunta trazia duplo sentido. Perguntei sobre a Empresa, mas queria mesmo saber dele.
Thaís: Está muito bem, senhorita. Todo mundo está elogiando seu trabalho, mesmo que em apenas uma semana. Deu conta do desfile de sábado, está tudo quase pronto, mas... Está um pouco triste, abatido, não sai da sala pra nada, apenas para ir embora. Pobrezinho. De longe se nota que algo está acontecendo em sua vida.
Carla: Sabe se ele chega mais tarde?
Thaís: Imagino que não. Pelo que ouvi, Arthur, Gustavo e uns rapazes vão sair hoje, após o expediente.
Aquela ligação mais cedo não fez bem para mim, apenas me deixou mais sensível. Era ridículo ficar longe e ficar sofrendo, não era? Quase no mesmo momento em que beijei a testa de Maria Clara e me aproximei mais ainda dela, o telefone tocou. Quer dizer, o celular anunciou uma mensagem de texto. Olhei para o lado brevemente, encarando o aparelhinho rosa sobre a cômoda. Estiquei-me e o peguei curiosa.
Era uma mensagem de Arthur.
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O Secretário.
FanfictionSinopse: Aos 30 anos Carla Diaz era a mais nova Diretora do departamento de moda de uma Empresa famosa. Linda, durona, odiada por todos, ocupada e mãe solteira, não tem tempo para se dedicar a nada que não seja ao trabalho e a filha Maria Clara, de...