Capítulo 36 :

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Quando saímos juntos da Empresa, não preciso nem dizer que todos ficaram olhando como se fossemos alienígenas. Arthur carregou a Maria Clara no colo até meu carro e foi engraçado ver a forma como ela estava se achando no colo dele. Combinamos de cada um ir no seu carro enquanto eu o seguiria. A ideia de ir a casa dele não me agradava, porém não havia nada que minha filha me pedisse que cogitasse ser recusado. A curiosidade também me consumia por um lado... Ele era tão misterioso que me fazia querer saber mais sobre o homem pelo qual estava apaixonada.

Chegamos a um apartamento de classe média aos arredores da cidade. Parecia um cenário perfeito para um homem solteiro, bonito, com dinheiro e sem compromisso. Maria Clara ficou deslumbrada e eu meio que sobrando na conversa dos dois. Falar com ele depois da conversa que tivemos mais cedo me causava calafrios. Por pouco não deixei meus sentimentos transparecerem.

Assim que a porta do apartamento dele que morava no último andar foi aberta, tivemos a visão de um lugar totalmente organizado. Pelo menos a sala de estar era; havia um chinelo no canto, uns cartões sobre a mesinha, mas o lugar era limpinho, organizado até demais para um homem.

Arthur: Querem conhecer minha casa? — perguntou ainda com a Maria em seu colo, algo que parecia não lhe incomodar. Abri a boca para dizer que não precisava, quando Maria Clara fez isso antes.

Maria Clara: Claro que sim! — ele estava olhando para mim. Fiquei sem graça e os segui enquanto Arthur apontava todos os cômodos para ela, dizendo também sobre os quadros da parede, as fotos que tinha.

Arthur: Esse aqui é meu quarto — por alguns instantes fiquei perdida; o quarto dele era tão... Ele, que pareceu um sonho — Desculpa a bagunça... Não tinha ideia de que teria duas moças na minha casa; se soubesse por certo teria dado um jeito nessa zona.

Maria Clara: Ah, não tem zona aqui... — falou olhando em volta — A sua casa é muito legal! Podemos jogar aquele vídeo game lá na sala?

Arthur: Mas é claro que podemos! — respondeu a ela, mas estava absorta demais para entender o que houve depois.

Os dois saíram pela porta e fiquei lá olhando o quarto dele. O cheiro de Arthur estava em todas as partes, irradiando até mesmo dos móveis modernos do quarto. Voltei à sala logo em seguida; os dois estavam sentados no sofá com o vídeo game ligado na televisão. Sentei-me no sofá da outra ponta e apenas fique observando; Maria Clara parecia estar em sua própria casa. Já tinha pegado bala do pote, tirado a sandália e o casaco... Estava no sofá jogando vídeo game.

Maria Clara: O que agente vai comer? — ele riu da cara que fiz.

Carla: Ô menina... Sua folgadinha! A senhorita vai comer na sua casa... — Arthur logo me cortou.

Arthur: Não precisa. Eu peço uma pizza... Do que vocês gostam? — Ele se esticou para pegar o telefone na mesinha. Não precisei nem falar nada, é claro!

Maria Clara: Eu gosto de milho com queijo! — praticamente pulou de alegria. Talvez por ter a oportunidade de ficar mais tempo ao lado de seu melhor amigo.

Arthur: Posso te dizer que eu também amo milho com queijo? — Arthur começou a discar o numero da pizzaria — E você? — Ele me olhou fixamente.

Carla: O que vocês comerem eu como... — dei de ombros.

Maria Clara: Ela também gosta dessa Arthú. E de frango — olhei para ela de forma engraçada. Arthur se ergueu para pedir a pizza e Maria Clara ficou jogando o jogo não ligando muito para minha presença.

Os dois comeram a metade da pizza de queijo com milho inteira, enquanto eu comi um pedaço e meio da de frango e deixei o resto na geladeira dele. Fiz questão de ajuda-lo a limpar a cozinha. Lavei a louça enquanto ele secava e guardava. Maria Clara ficou sentadinha na mesa conversando com a gente, não deixando nunca o assunto cair em nós. Algo que foi ótimo! Quando estávamos na varanda do apartamento e ele mostrou o violão para Maria Clara, foi questão de minutos para que a pequena pegasse no sono.

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