CARLA
Dois meses Depois
Disse a Arthur que eram muitas coisas para uma grávida pensar, mas ele nem deu bola. Não aceitou esperar. Insistiu no casamento e o que eu poderia fazer se não concordar? Na verdade, minha maior vontade no momento – além de ver o rostinho de meu filho que estava a caminho – era casar o quanto antes com Arthur e viver em nossa casa com Maria Clara. Apesar de todo o trabalho que estava dando, de todas as dores de cabeça, no final valeria a pena.Não faltava tanta coisa assim... Meu apartamento e o dele já estavam vendidos por uma quantia alta, que nos possibilitou comprar uma casa enorme e maravilhosa num bairro nobre da cidade. Trocamos até nossos carros, mobiliamos a casa com os presentes de casamento e com os próprios móveis novos que compramos... Nos saímos muito bem em administrar juntos o nosso dinheiro, assim como tudo o que fazíamos. Maria Clara não cabia em si de felicidade! No momento parecia ser a criança mais feliz do mundo, aguardando ansiosamente o dia do casamento para poder morar na nova casa... Não faltava tanto tempo assim, apenas mais alguns dias. Sua euforia era tanta que cedeu o quarto em frente ao nosso para o irmãozinho, alegando que perderia o medo de dormir em cima sozinha para que o bebê ficasse mais perto de nós. A maturidade com que lidava com a chegada do irmão me surpreendia, deixava Arthur boquiaberto por sua cabecinha feita. Não poderia ser uma filha melhor...
Apesar de estar beirando os quatro meses de gravidez ainda não sabíamos o sexo do bebê, fato que deixava Arthur de cabelo em pé! Minha sogra dizia que era menina por causa do formato de minha barriga, hiper-redonda, e não pontuda... A médica apostava em um menino. Veríamos em breve, já que no próximo ultrassom seria possível saber, finalmente!
Contei para meus pais sobre o bebê e o casamento, pois em breve chegariam os convites e de nada adiantaria ocultar por muito tempo. Minha mãe, por incrível que pareça, ficou radiante com a ideia de um novo neto e feliz por minha história ter se resolvido da melhor forma possível. Meu pai, pela primeira vez em quase oito anos, me deu um abraço quando me viu e beijou meu rosto, dizendo que me amava. Apesar de guardar tristeza, fiquei radiante com a nova forma que me tratavam.
O casamento não seria algo grande. Apenas uma cerimônia simples para amigos e família. Fomos persuadidos por Maria Clara, que insistiu muito para haver uma festa e tudo. Ao final, gostei muito de tudo o que Arthur organizou... Gil do vigor fez um vestido maravilhoso para mim, projetado para grávidas. Não fiquei tão gorda, afinal, a barriga não estava tão grande quanto ficou na gravidez de Maria Clara. Claro, a diferença era nítida! Eu me cuidava, fazia os exercícios, comia direito e tinha Arthur, representando quase a médica ao meu lado, cuidando de mim toda hora do dia. Pensando bem, nunca houve uma melhor época em minha vida. Estava cada coisa em seu devido lugar, a felicidade era tamanha que parecia inexplicável.
Carla: Thaís, Arthur ainda não chegou? — perguntei saindo de minha sala e andando até sua mesa para pegar uns papéis.
Thaís: Não, senhorita... Ainda não — por mais que tentasse não conseguia tirar os olhos de minha barriga.
Desde que a mesma começou a aparecer nunca vim trabalhar com ela tão em evidência. Sempre usei batas, vestidos, casacos... Algo que escondesse um pouco... Mas agora, no auge das 17 semanas, era quase impossível ocultar o volume em meu ventre. Os empregados da Empresa só falavam disso, especulavam, era o assunto do momento! Circulava em todos os jornais, revistas de moda e na internet. Meu bebezinho era celebridade e nem mesmo havia chegado ao mundo. O Baby CarThur Número 2. Como o chamavam, Carthur era a junção do meu nome e do Arthur, tínhamos até fã clube de casal e tudo!
Carla: Ok. Quando chegar peça para pegar aqueles papéis lá no RH e me trazer
Voltei para a sala notando que todo o departamento não tirava os olhos de minha blusa branca apertadinha, evidenciando muito a barriga. Revirei os olhos. Porém, como na vida nada é cem por cento perfeito, havia a parte que me preocupava um pouquinho... Essa parte se chamava Delux.
(Look da Carla)
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O Secretário.
FanfictionSinopse: Aos 30 anos Carla Diaz era a mais nova Diretora do departamento de moda de uma Empresa famosa. Linda, durona, odiada por todos, ocupada e mãe solteira, não tem tempo para se dedicar a nada que não seja ao trabalho e a filha Maria Clara, de...