Capítulo 34 :

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CARLA

Eles estavam rindo a cerca de uma hora seguida! Como era possível ficar paparicando uma criança por uma hora todinha? Mas mesmo assim ele me trouxe o que lhe pedi antes de sequer ser repreendido.

Arthur: Mais alguma coisa? — Ele perguntou parado em frente a minha mesa.

Terminei de ler o documento que lhe pedi e ergui os olhos para ele. Estava com a camisa suja de canetinha rosa, justo aquela que Maria Clara segurava agora sentada na mesa dele.

Maria Clara: Mamãe estou com fome... — nós dois olhamos para ela juntos.

Carla: Ótimo! — peguei a carteira enquanto falava — Arthur será que poderia levar a Maria na lanchonete pra comer alguma coisa?

Arthur: Claro, vai ser um prazer — piscou para mim e lhe estendi uma nota de cinquenta, que não sei por que recusou, apenas me deu as costas.

Maria Clara: Sim! O que agente vai comer?

Como estava com o gesso menor, envolvendo apenas a área machucada, Maria Clara estava usando muletas agora ao invés de cadeira de rodas. Arthur segurou sua mãozinha e a ajudou a andar de forma melhor.

Arthur: O que quiser — deu de ombros abrindo a porta — Podemos comer torta de chocolate... É meu doce favorito!

Maria Clara: JURA? — praticamente gritou — É o meu também! — A porta se fechou e apenas fiquei ouvindo as vozes deles sumindo pelo corredor, ecoando nas paredes.

Separar Arthur e Maria Clara já era carta fora do baralho. Ele era a única pessoa que fazia minha filha feliz dessa forma, o único que lhe arrancava sorrisos sem muito esforço, aquele que tinha seu amor sem precisar se desdobrar em cem para consegui-lo. Tirar Arthur da vida dela faria de mim uma vilã, uma sem coração, uma ciumenta mal amada e na verdade... Não existe ciúme em mim em relação aos dois. É tão natural que parece que foi assim a vida toda. Seria, pelo menos, se Maria Clara tivesse um pai... Se um dia a vida os afastasse devido a quaisquer circunstancia, não seria eu a culpada por tal feito. Ninguém poderia apontar para mim dessa vez.

Lembrei do rostinho dela perguntando se poderia vir comigo para a Empresa na hora em que dei uma passadinha em casa. Era radiante, eufórico, alegre... Não consegui dizer não. Em segundos Graça havia feito uma bolsa com canetinhas coloridas e revistas de pintar e entregue para Maria Clara .

Maria Clara: Vou pintar com o Arthur — Ela comentou orgulhosa — Fiz um desenho pra ele.

Voltei ao trabalho mais tranquila do que antes. Não sei por que, mas confio muito em Maria Clara com Arthur.

ARTHUR

Gil: E ainda dói muito sua perninha minha pequena Rainha?

Gilberto, Gustavo, Beto, Melanie, Thaís, Vitória e mais um monte de funcionários estavam ao redor da mesa que eu e Maria Clara estávamos sentados. Ao contrário do que pensei, ela lidava muito bem com a atenção do publico ao redor, comia sua torta de chocolate com amêndoas de forma graciosa, ao mesmo tempo em que respondia o que perguntavam.

Maria Clara: Não dói mais não tio Gil — deu de ombros cortando um pedaço da torta quase inteira em seu prato — Só incomoda ficar com esse gesso.

Arthur: É, mas logo ela já vai tirar —,toquei seu ombro e ela riu.

Thaís: Ai querida, fico tão feliz que você esteja bem... — sua voz era um tanto chorosa — Sinto muito por sua perna.

Maria: Não tem problema! Eu já posso até mexê-la... — continuou comendo a torta.

Vitória: E você tá dando uma de babá hoje? — quando percebi que a pergunta era para mim, deparei com todos os olhares em direção a minha resposta.

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