Capítulo 124 :

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Arthur: Cócega ou beijo? Qual castigo você merece, dona Maria Clara?

Maria Clara: Ah papai, nenhum dos dois... — torceu o nariz — Se bem que prefiro beijo. Cócegas não...

Arthur: Cócegas? Ok! Então vai ser cócegas!

As risadas de Maria Clara enchiam toda a sala de espera do hospital. As grávidas olhavam para os dois com certa doçura no olhar... Tinha como não se derreter com os encantos daquela dupla? Sentada no colo do pai, Maria Clara parecia uma princesinha usando um vestido cor de rosa e uma sandália branca com casaquinho branco. Seu cabelo enorme caia ao redor de seu corpo conforme tentava fugir das cócegas de Arthur, que se empenhava em fazê-la rir muito. O mesmo exibia um sorriso de lado a lado, vestido casualmente com jeans e camisa moletom.

 O mesmo exibia um sorriso de lado a lado, vestido casualmente com jeans e camisa moletom

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Carla: Por favor, se comportem crianças... — falei chegando à sala de espera após voltar do banheiro. Caminhei devagar em direção aos dois, que me olharam atentamente.

Arthur: Olha aí Maria Clara... Para de rir alto. — parei em frente aos dois.

Maria Clara: Ai papai, que coisa feia... Se comporta! — repreendeu-me olhando para a mãe com carinha de anjo — Vem cá mamãe, me deixa ouvir o meu irmão se mexendo... — sorrindo cheguei mais perto e deixei que grudasse seu ouvido em minha barriga já grande. Maria Clara arrastava a cabecinha pela superfície de minha blusa azul escura e tentava achar o ângulo correto para ouvir o irmão — Papai, tá mexendo! — anunciou rindo muito, como sempre fazia quando sentia o irmão mexer.

Arthur: Deixa o papai ver... — colocou sua mão enorme também em minha barriga — Cadê meu garotão?

Carla: Não começa com essa palhaçada. É menina. — repreendi. Arthur ignorou e ficou sorrindo como um idiota acompanhando o bebê se mover.

Maria Clara: Ué! Até ontem era menino... — me olhou de baixo ainda com a cabeça em minha barriga — Oi bebê, sou eu, sua irmã Maria Clara. Será que ele me ouve papai?

Arthur: Talvez sim querida... — deu de ombros — Da pra acreditar? Ele se move!

Maria Clara: Claro pai... Ele está vivo! — falou como se fosse óbvio — Depois de hoje vamos poder usar o nome dele, mãe? — Há tempos Maria Clara estava querendo chamar o bebê pelo nome que ela e Arthur haviam escolhido caso fosse um menino. Lucas era o escolhido, mas impus a vontade de que antes de terem a certeza do sexo não havia nome.

Carla: Depois de hoje sim. Já escolheram o nome da menininha? — acariciei minha barriga quando os dois pararam de prestar atenção no bebê, que agora estava mais calmo. Sentei-me ao lado de Arthur, que me abraçou pelos ombros delicadamente, beijando meu cabelo.

Arthur: Amor... Porque insiste nisso? É um meninão que está aí dentro... Nosso Lucas. — revirei os olhos e dei de ombros.

Era difícil dizer que estava dentro de mim e, sendo assim, eu sabia? Foi assim com Maria Clara... Tive a certeza de que era uma garotinha e realmente era! Mesmo antes de saber, as coisas dela já eram todas cor de rosa. Porém, agora era diferente... Tanto Arthur quanto Maria Clara desejavam um menino a todo custo! Ele queria um menino para ser seu garoto, conseguir dele aquela parte protetora que precisaria comigo e com Maria Clara. Já Maria Clara queria garantir a posição de princesinha do papai, a única neta, sobrinha e prima da família... Não queria disputar o posto e talvez fosse mais fácil ser um menino para ela. Para todos.

A doutora me chamou e foi, como sempre, aquela coisa toda. Maria Clara e Arthur chamavam atenção onde estavam, brincando com a doutora, que dava corda para a empolgação de ambos. Mas também teve a parte séria, onde falamos sobre a rapidez que minha barriga estava crescendo, sobre o tamanho do bebê e que meu parto seria prematuro. Apesar de tudo meu maior medo era a hora de nascer... Com os traumas da primeira cesariana que havia sido horrível, decidi fazer parto normal da segunda vez. Arthur estava apavorado com minha decisão, tentando a todo custo me convencer de fazer a cirurgia para retirar o neném aos nove meses. Porém, minha posição era irremediável.

Anne: Parto normal então? — confirmou enquanto fazia o ultrassom.

Carla: Sim... — confirmei olhando a tela. Agora que estava grande era fácil de identificar o bebê e sua posição. Estava com forma, à cabeça visível, assim como grande parte do corpinho.

Arthur: Ela quer me deixar louco doutora. Isso sim. — fez um biquinho olhando a tela também, erguendo Maria Clara em seu colo para que a pequena pudesse ver o irmão.

Anne: Querido, vai dar tudo certo... Relaxa! O bebê vai ficar bem, assim como Carla. É algo natural da vida e... Veja só! — praticamente gritou tapando a própria boca — Estão vendo?

Maria Clara: Não! O que é? O que é? — dizia empolgada no colo de Arthur, estreitando os olhinhos para ver o neném.

Anne: Finalmente essa coisinha abriu as pernas. E você vai ter uma irmã, Maria Clara. — um sorrisinho abriu em meu rosto quando Arthur ficou pasmo, assim como Maria Clara.

Carla: Eu disse... — suspirei sentindo lágrimas em meus olhos — Falei que era menina.

Arthur: Menina? Poxa... De novo! — pensei, por um momento, que haveria algum tipo de desilusão por parte de Arthur, mas não! Ele estava quase chorando olhando para o rostinho de Maria Clara, talvez imaginando como fosse sua nova princesinha.

Maria Clara: Sério? — Ela não expressou muito interesse.

Carla: Ah filha... Não vai me dizer que não gostou! — praticamente choraminguei. Arthur se abaixou e beijou minha testa com delicadeza. Pude sentir toda sua emoção a partir daquele pequeno gesto.

Maria Clara: Gostei sim mamãe. Já estou pensando no nome dela. — confessou.

Anne: É? Será que pode me dizer algum da lista dona Maria Clara? — pediu com um sorrisinho pretensioso. Maria Clara negou, abraçando o pescoço de Arthur e deitando em seu ombro.

Maria Clara: Segredo!

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