Capítulo 73 :

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Carla: É! Queijo... — desviou o olhar para mim e abri os braços. Em seguida se arrastou até meu peito, deitando sobre minha pele — Derretido, sabe?

Arthur: Adoro queijo derretido! — apertei-a mais perto de mim e senti sua pele quente em contato com a minha, também em uma temperatura elevadíssima.

Carla: Oh, novidade... Aprendi a comer queijo assim com Maria Clara! Se ela gosta, consequentemente você também vai gostar... — revirou os olhos e tocou meu rosto brevemente, apoiando o rosto nas mãos enquanto me olhava — Sabe de uma coisa? Tem algo que gosto mais do que queijo.

Arthur: Espero que seja eu... — brinquei vendo seu sorriso.

Carla: Acertou! — piscou e riu. Nós rimos juntos um pela risada do outro.

Arthur: Nem quando falamos sério deixamos de ser nós mesmos, não é? — obviamente, referi-me ao fato de termos acabado de fazer amor e estarmos falando de queijo na cama. Vi suas bochechas corando aos poucos e ela deu de ombros lindamente.

Carla: É o que somos... — Se ergueu e me beijou rapidamente — Podemos comer queijo?

Arthur: Nem acabamos de fazer o filho e você já está com desejo? — abracei-a por trás e beijei seu rosto enquanto comia o bendito queijo derretido num pratinho em cima do balcão. Ouvi sua risadinha.

Carla: Filho? Tá doido? — encostou o corpo ao meu, parado atrás do dela. Gargalhei e lhe beijei novamente.

Arthur: Está gostoso o queijinho que eu fiz pra minha prenda? — imitei o sotaque caipira do filme que vimos a pouco na TV e ganhei mais risadas. Parecia que o som da voz dela era o meu combustível, o que me fazia feliz e me dava força para continuar.

Carla: Está uma delicia... — coloquei uma das mãos por baixo da blusa longa que usava, acariciando suas coxas nuas — Assim você me desconcentra.

Arthur: Posso perguntar uma coisa? — Ela parou de comer na hora, abaixando o garfo e ficando imóvel.

Carla: É sobre...

Arthur: É — vendo seu constrangimento, tentei fazer com que tudo parecesse natural.

Ficar com outras mulheres, viver situações variadas me renderam certa experiência... Carla me intrigou e algo me dizia que isso era algo importante

Arthur: Não te... Machuquei de alguma forma, certo? Acho que não me perdoaria se houvesse ti ferido de alguma forma, mesmo que não tenha sido de maneira nenhuma intencional...

Carla: Não, quero dizer... — largou a comida totalmente, abaixando os braços e ficando tensa. Virou-se para mim lentamente, abaixando o olhar de forma constrangida — Foi um pouco desconfortável... Mas é por que não costumo fazer essas coisas, sabe?

Arthur: Não?

Carla: Não... Na verdade... — se deteve e mordeu os lábios hesitante, sorrindo um pouco envergonhada. Toquei seu rosto e me lembrei de suas palavras na praia, quando citou uma possível única vez ter sido horrível.

Arthur: Pode me falar... — continuou calada, mas deitou o rosto em minha mão. Sorri vendo seus olhos hesitantes, seu rostinho confuso — Te vendo assim nem parece ser aquela mulher durona que ocupa a cadeira de Diretora do Departamento de Moda da Delux. A Rainha.

Carla: É que não sou assim todo o tempo — deu de ombros e se endireitou — Essa sou eu.

Arthur: Será que essa Carla que eu tanto amo pode me contar o que queria me dizer a uns minutos? — usei um tom persuasivo e parece que caiu.

Carla: Foi meio que... A primeira vez que... Bom, que estive com um homem, sabe? — sempre esperei ouvir coisas desse tipo de Carla, mas nunca pensei que estaria tão despreparado em frente à situação.

Aquilo foi estranho pelo fato dela ter uma filha, porém ao mesmo tempo intrigante. Algo me dizia que iria me causar raiva, ódio... Mas, por outro lado, havia a parte que me sussurrava algo novo, impossível de ser descrito com palavras.

Arthur: Isso é lisonjeiro — abracei sua cintura a trazendo para perto de mim — É sempre bom ser o primeiro, mas... Não preciso falar que isso não faz o menor sentido. Ou preciso? — ela sorriu, mas torceu os lábios e foi crescendo de repente, perdendo a figura submissa e encantadora de antes.

Carla: Aconteceram coisas comigo, sabe?

Arthur: Que tipo de coisas?

Carla: Coisas... Mas que me deram o melhor presente da minha vida.

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