CARLA
Não sei se Arthur estava apenas se esforçando ou se aquele sorriso que não saia do rosto dele era mesmo felicidade... Apenas sei que estava sendo muito bom andar com ele pelo shopping e dar uma olhada em coisas de bebê.
Arthur: Será que vai demorar a sabermos o sexo? Precisamos começar a comprar as coisas do bebê... — Ele comentou olhando uma prateleira cheia de roupinhas dobradas e coloridas.
Carla: Arthur... Não acha que está exagerando um pouco? Não tem nem dois meses! Calma... Relaxa! Quando estiver lá para o quarto mês nós começamos a pensar nisso... — peguei um vestidinho cor de rosa com desenhos de coração e mostrei para ele. A peça era tão pequena que era quase impossível imaginar alguém dentro daquilo.
Arthur: É, os bebês já estão tops desde cedo. Isso parece um desenho do Gil do vigor — estreitou o olhar pegando o vestido e vendo de perto. Gargalhei.
Carla: Põe isso na cestinha. Vou levar! — arthur me olhou como se eu fosse um extraterrestre.
Arthur: Por quê?
Carla: Porque é bonito. Até parece que não viu as fotos de Maria Clara bebê... Parecia uma mini moça. Own! Que gracinha! — peguei em sua mão e sai puxando-o na direção da caixa — Mudei de ideia! Quero outra menininha... As coisas de menina são mais bonitinhas.
Arthur: Você muda de ideia a cada meia hora amor... Quer dizer, Carla. — apenas sorri e torci os lábios — Se for um menino quero só ver aonde vai parar esse vestido.
Carla: Coloco em você. — dei de ombros e paramos na fila para pagar. Arthur ficou atrás de mim e me abraçou pela cintura. A situação pareceu normal, principalmente quando ele me deu um beijo longo no cabelo. Encostei-me nele e suspirei — Está sendo tão legal ficar grávida. Nunca pensei que ia gostar tanto.
Arthur: Pois é... Temos que curtir enquanto Maria Clara não sabe. Antes da crise de ciúmes, das fraudas e do choro. — Ele enumerava bem humorado — Também estou gostando.
Carla: Dá pra parar de lembrar dessa parte? — repreendi me afastando dele quando chegou nossa vez de pagar — O que a gente vai comer? — talvez meus olhos tenham brilhado.
Arthur: Vamos aonde você quiser, já falei.
Carla: Oba! — até a moça do caixa riu da minha felicidade.
Arthur havia terminado de comer há um tempinho e estava olhando para meu rosto fixamente, sem desviar um segundo, me deixando sem graça. Prossegui comendo, me deliciando com o lanche, tentando não corar demais com toda aquela expressão de derretimento em seu rosto lindo.
Carla: Acho que quando ficamos grávidas a comida tem mais sabor. Sei lá, isso não é normal. — comentei e ele não mudou o jeito de me olhar, apenas sorriu — O que foi Arthur? Estou suja?
Arthur: Não, você está linda. — deu de ombros delicadamente e roubou uma batata de minha bandeja — E bom... Eu queria te perguntar uma coisa.
Carla: Pode perguntar. Estou comendo, sendo assim, também estou feliz! Nada abala meu humor de grávida agora. — Ele sorriu mais ainda e piscou um pouco nervoso, ajeitando o cabelo.
Arthur: Você ainda está brava comigo chuchu? — ergui os olhos para ele e terminei de mastigar o hambúrguer lentamente. Neguei com um aceno antes de poder falar.
Carla: Não, para falar a verdade, estou muito satisfeita com você. — ganhei um sorriso mais lindo ainda, largo e vasto.
Arthur: Então... Já me perdoou por tudo?
CARLA
Carla: Já. Faz muito tempo. — assumi tomando um gole de refrigerante — Acho que nunca fiquei braba, só meio baqueada. Aí quando o bebê chegou... Bem, não tem como ficar brava com você depois de uma coisa tão linda como essa. Sério, está sendo maravilhoso viver isso do seu lado. — ok, corei um pouco ao vê-lo ficando envergonhado com certo tom de humor.
Arthur: Isso me deixou mais confiante. — abaixou um pouco o rosto — Então ok. Vou pegar um sorvete pra você.
Carla: Sorvete? Ai que delícia! Tem que ser de chocolate. — Ele ficou de pé e assentiu.
Arthur: Já volto...
Arthur se afastou na direção do McDonald's e fiquei terminando de comer, acabando com o resto das batatas, porém não pude evitar pensar sobre onde nos levaria todas aquelas perguntas estranhas. Apenas o observei comprando o sorvete... Algo me dizia que surpresas estavam por vir... E se ele estava com outra? E se iria dizer que já não sentia mais nada por mim? O medo irracional se propagava em meu ser, mas era impossível cogitar uma forma natural de introduzir o assunto namoro dentro de nossos assuntos. A resposta veio pronta.
Arthur voltou e colocou um sundae de chocolate em minha frente. Presa a colher do sorvete havia um anel muito brilhante... Não sei como conseguiu colocar aquilo ali, mas perdi o ar por não sei quantos segundos apenas contemplando a arte. Fiquei sem saber o que fazer!
Arthur: Não vai falar nada? — olhei do anel para ele em pânico, engolindo a respiração e o nervosismo aparente -– Poxa...
Carla: O que... Quero dizer... Está me pedindo em namoro de novo? — ao ouvir a mim mesma dizer as palavras tudo soou mais leve e respirei fundo, aliviada. Levei uma das mãos ao peito.
Arthur: Não. — falou como se fosse óbvio, trazendo a cadeira para mais perto de mim, de modo a ficarmos muito perto um do outro. Paralisei.
Carla: Como não? — peguei a colher do sorvete e tentei tirar a aliança dali.
Arthur: Não estou te pedindo em namoro... Mas sim em casamento. — como se a aliança queimasse a deixei cair sobre a mesa. Arthur me olhou assustado — Carla?
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O Secretário.
FanfictionSinopse: Aos 30 anos Carla Diaz era a mais nova Diretora do departamento de moda de uma Empresa famosa. Linda, durona, odiada por todos, ocupada e mãe solteira, não tem tempo para se dedicar a nada que não seja ao trabalho e a filha Maria Clara, de...