Capítulo 125 :

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Após o exame fomos para a casa de minha sogra, a primeira pessoa que receberia o convite de casamento de nossas mãos. Talvez não existisse no mundo uma avó mais ansiosa do que ela!

Beatriz: Cadê o barrigão da vovó? — disse com uma voz meiga em minha direção. Me deu um beijo no rosto e se abaixou para beijar sobre minha barriga.

Arthur: Mãe... É outra menina. — a empolgação em sua voz era nítida! Estava me abraçando de lado com tanta ternura que era impossível me desfazer de sua companhia. Desde que saímos do hospital encontrava-se mais dengoso que nunca, ao contrário de Maria Clara, que estava pensativa...

Arthur: Ah, eu te disse que era menina... — gabou-se — Conheço barriga de grávida. E Maria Clara? Gostou? — sussurrou quando a pequena passou correndo para o quarto do primo após falar oi para a avó.

Carla: Ah... Disse que gostou, mas... No fundo sabemos que ela queria um irmão. Já tínhamos até o nome, lembra? — adotou uma expressão de tristeza.

Beatriz: Tomara que ela se acostume com a ideia logo. Aposto que vai adorar quando ver o neném... É uma menina muito doce. — aquelas palavras me acalmaram. Talvez fosse nítida a minha preocupação — E a doutora deu previsão para o parto? Estou ansiosa para ver essa carinha linda...

Arthur: Disse que vai ser parto normal, mãe. Só para me torturar! — torceu os lábios.

Beatriz: Normal? Ai querida, coitadinha de você... — riu e me abraçou. Fiquei calada com uma carinha de espanto — Onde está meu convite?

Carla: Ah, aqui. — abri a bolsa e peguei seu convite — Ficou uma graça... Pelo menos eu achei! — dei de ombros e entreguei a ela, que observou os adornos dourados com expectativa.

Beatriz: Ficou lindinho mesmo. Graças a Deus que vocês finalmente vão se casar e dar uma família para essas menininhas. Já passava do tempo! Quer comer bolo de laranja querida? Acabou de ficar pronto!

É óbvio que aceitei. Comi bolo de laranja até não poder mais, irritando Arthur um pouquinho, que ficava me dizendo que eu iria passar mal. Não deu outra! Cheguei em casa de noite e comecei a vomitar. Como nossa casa ainda não estava totalmente mobiliada, ficávamos no apartamento de Arthur enquanto não oficializamos o casamento, já que o meu havia sido vendido antes e o dono já se apropriara do imóvel.

Carla: Onde ela está? — me referia a Maria Clara quando Arthur sentou-se ao meu lado em sua cama. Enjoar ainda fazia parte de minha rotina, ele estava acostumado.

Arthur: Acabou de tomar banho. Como não tem lição, deixei que assistisse à TV. — explicou — E você? Vomitando o bolo de laranja todo não é dona Carla? — riu e me abraçou de lado sobre a cama.

Carla: Para de graça! — fechei os olhos e me ajeitei para ficar de pé — Ficar sentada me incomoda, não consigo deitar de barriga para baixo... O que devo fazer? — comecei a andar de um lado pro outro no quarto — E olha que nem estou assim tão grande.

Arthur: Carla relaxa... Ande, dá um tempo, sente-se. Quer uma água? — parei perto do espelho e fiquei me olhando. Seu reflexo era visto por mim no espelho.

Carla: Devem estar falando de mim à beça na Delux... — comentei com carinha de poucos amigos — Imagina só... O que foi que ouviu ultimamente?

Arthur: Ah, pelo amor. Não estão falando nada e... — o olhei com desprezo quando passou por mim, descendo em direção à cozinha. O segui — Ok. Só comentaram do seu humor. Anda péssimo!

Carla: Claro! Estou cinco quilos mais gorda! Deveria estar feliz? — ironizei sentando-me à mesa quando Arthur pegou um pote de gelatina de morango e colocou entre nós, sentados lado a lado.

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