Carla: Mas é assim que tem que ser! — tirou minha mão de seu rosto — É assim por que...Arthur: Por quê?
Carla: Porque já sofri com o erro dos outros e hoje em dia não admito que ninguém erre! Não posso tolerar erros do meu pessoal, não posso fazer com que outra pessoa se prejudique pelo nosso erro... — voltou a chorar.
Arthur: Que erro foi esse que te custo à vida toda? — sussurrei perto de seu rosto — Me conta.
Carla: Não posso — afastou-se um pouco mais de mim — Não posso. Você é amigo da Maria Clara. Pode dizer a ela e tudo o que menos quero é que ela saiba!
Arthur: Por que ela não pode saber?
Carla: Porque ainda não entende e não é o momento! — de repente ela ficou de pé e de costas para mim. Também me ergui.
Arthur: Tem a ver com o pai dela? — me aproximei um pouco.
Carla: Tem — respondeu seguramente.
Arthur: Eu sei que esse homem te machucou muito, mas acabou — usei um tom despreocupado — Já passou! Hoje é uma mulher independente, forte, cuida da sua filha sozinha... Acabou.
Carla: Acabou... — ironizou — Acabou pra você que não passou por nada do que passei.
Arthur: Posso perguntar uma coisa?
Carla: Não — quando percebi meu corpo estava a cinco centímetros das costas dela.
Arthur: Maria Clara foi feita com ou sem o seu consentimento? — abaixei o olhar e esperei uma bela patada. Porém tentei.
Carla: Nada importa agora... — Carla se virou —- Eu amo a minha filha!
A resposta era sim.
Arthur: Droga... — abaixei o rosto e segurei a testa apertando os olhos. Revolta. Essa era a palavra certa!
Carla: Por que você se importa? — ironizou e não chorava mais — Isso desgraçou a minha vida e não a sua! — sem pensar, segurei em seus braços meio que a apertando.
Arthur: Está enganada! — parei de apertá-la — Por culpa dessa pessoa tenho que perder as esperanças com... — você. Não terminei, pois bateram na porta.
Carla: Me solta — murmurou baixinho e concentrada — Agora! — a larguei e voltei para meu trabalho.
Passamos o dia nos lamentando isolados em nossos cantos da sala. Mal nos olhávamos, nem sequer nos falávamos. Na hora do almoço desci só pra conversar, pois estava sem fome. Distraí-me com o pessoal, que planejava novamente a festa dos funcionários. Seria de um jeito peculiar agora... Iriamos numa sexta-feira à noite para a casa de campo dos pais de Thaís e voltaríamos no domingo de manhã.
Gil: Gente, isso vai ser incrível! — Gil estava todo envolvido com o pessoal agora. Era quase lei passar o almoço em nossa companhia.
Melanie: Vai mesmo gente... Posso levar minha sobrinha?
Thaís: Claro... Vai ser um lance meio familiar. Lá é grande, cabe muita gente! — bateu palminhas.
Vitória: Topa Arthur? Se você for eu vou...
Arthur: Topo — assenti — Estou precisando sair e relaxar. Vou levar meu sobrinho e minha mãe também... As minhas irmãs trabalham direto, é raro terem folga.
Gustavo: Opa! Você tem irmãs? — Ele se aproximou interessado — E como elas são?
Melanie: Que idiota... — jogou uma batata frita nele. Eu sabia que os dois estavam meio brigados nos últimos dias. Crise.
Arthur: Thaís é a mais velha. Eu e a caçula Daniela. — resumi –- Ah, elas são... Minhas irmãs! — dei de ombros e todos riram.
Gil: Vou levar um bofe bem sarado... Bronzeado, tudo de bom! — as meninas começaram a rir.
Beto: Acho melhor deixar as crianças em casa!
Voltei a minha sala realmente pensando sobre a tal viajem de final de semana. Iria ser interessante passear um pouco e levar o Pedro. O garoto só ficava preso em casa com minha mãe, já que Thaís trabalhava direto mesmo e Dani trabalhava em uma confeitaria. Pensei também em Maria Clara. Ela iria ficar feliz em poder viajar e com certeza lá teria um lago. Seria a oportunidade perfeita para cumprir a minha promessa de jogar pedrinhas no lago com ela.
Assim que entrei na sala, foi meio que um susto. Carla estava falando ao telefone e quem estava sentada na minha mesa pintando desenhos?
Maria Clara: Arthú!
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O Secretário.
FanfictionSinopse: Aos 30 anos Carla Diaz era a mais nova Diretora do departamento de moda de uma Empresa famosa. Linda, durona, odiada por todos, ocupada e mãe solteira, não tem tempo para se dedicar a nada que não seja ao trabalho e a filha Maria Clara, de...