Capítulo 33 :

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Carla: Mas é assim que tem que ser! — tirou minha mão de seu rosto — É assim por que...

Arthur: Por quê?

Carla: Porque já sofri com o erro dos outros e hoje em dia não admito que ninguém erre! Não posso tolerar erros do meu pessoal, não posso fazer com que outra pessoa se prejudique pelo nosso erro... — voltou a chorar.

Arthur: Que erro foi esse que te custo à vida toda? — sussurrei perto de seu rosto — Me conta.

Carla: Não posso — afastou-se um pouco mais de mim — Não posso. Você é amigo da Maria Clara. Pode dizer a ela e tudo o que menos quero é que ela saiba!

Arthur: Por que ela não pode saber?

Carla: Porque ainda não entende e não é o momento! — de repente ela ficou de pé e de costas para mim. Também me ergui.

Arthur: Tem a ver com o pai dela? — me aproximei um pouco.

Carla: Tem — respondeu seguramente.

Arthur: Eu sei que esse homem te machucou muito, mas acabou — usei um tom despreocupado — Já passou! Hoje é uma mulher independente, forte, cuida da sua filha sozinha... Acabou.

Carla: Acabou... — ironizou — Acabou pra você que não passou por nada do que passei.

Arthur: Posso perguntar uma coisa?

Carla: Não — quando percebi meu corpo estava a cinco centímetros das costas dela.

Arthur: Maria Clara foi feita com ou sem o seu consentimento? — abaixei o olhar e esperei uma bela patada. Porém tentei.

Carla: Nada importa agora... — Carla se virou —- Eu amo a minha filha!

A resposta era sim.

Arthur: Droga... — abaixei o rosto e segurei a testa apertando os olhos. Revolta. Essa era a palavra certa!

Carla: Por que você se importa? — ironizou e não chorava mais — Isso desgraçou a minha vida e não a sua! — sem pensar, segurei em seus braços meio que a apertando.

Arthur: Está enganada! — parei de apertá-la — Por culpa dessa pessoa tenho que perder as esperanças com... — você. Não terminei, pois bateram na porta.

Carla: Me solta — murmurou baixinho e concentrada — Agora! — a larguei e voltei para meu trabalho.

Passamos o dia nos lamentando isolados em nossos cantos da sala. Mal nos olhávamos, nem sequer nos falávamos. Na hora do almoço desci só pra conversar, pois estava sem fome. Distraí-me com o pessoal, que planejava novamente a festa dos funcionários. Seria de um jeito peculiar agora... Iriamos numa sexta-feira à noite para a casa de campo dos pais de Thaís e voltaríamos no domingo de manhã.

Gil: Gente, isso vai ser incrível! — Gil estava todo envolvido com o pessoal agora. Era quase lei passar o almoço em nossa companhia.

Melanie: Vai mesmo gente... Posso levar minha sobrinha?

Thaís: Claro... Vai ser um lance meio familiar. Lá é grande, cabe muita gente! — bateu palminhas.

Vitória: Topa  Arthur? Se você for eu vou...

Arthur: Topo — assenti — Estou precisando sair e relaxar. Vou levar meu sobrinho e minha mãe também... As minhas irmãs trabalham direto, é raro terem folga.

Gustavo: Opa! Você tem irmãs? — Ele se aproximou interessado — E como elas são?

Melanie: Que idiota... — jogou uma batata frita nele. Eu sabia que os dois estavam meio brigados nos últimos dias. Crise.

Arthur: Thaís é a mais velha. Eu e a caçula Daniela.  — resumi –- Ah, elas são... Minhas irmãs! — dei de ombros e todos riram.

Gil: Vou levar um bofe bem sarado... Bronzeado, tudo de bom! — as meninas começaram a rir.

Beto: Acho melhor deixar as crianças em casa!

Voltei a minha sala realmente pensando sobre a tal viajem de final de semana. Iria ser interessante passear um pouco e levar o Pedro. O garoto só ficava preso em casa com minha mãe, já que Thaís trabalhava direto mesmo e Dani trabalhava em uma confeitaria. Pensei também em Maria Clara. Ela iria ficar feliz em poder viajar e com certeza lá teria um lago. Seria a oportunidade perfeita para cumprir a minha promessa de jogar pedrinhas no lago com ela.

Assim que entrei na sala, foi meio que um susto. Carla estava falando ao telefone e quem estava sentada na minha mesa pintando desenhos?

Maria Clara: Arthú!

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