Minha própria mãe estava irritada comigo após saber a verdade. Não cheguei a contar a ela sobre a carta que recebi na época, porém, agora que sabia não parava de me culpar pela minha falta de caráter há anos atrás. Nem mesmo minha própria família estava ao meu lado nessa...Carla estava sendo muito boa comigo me permitindo ter acesso a Maria Clara, recuperar o tempo perdido e ganhar o amor de minha filha.
Maria Clara: Vovó! — ela gritou assim que desceu do carro e viu minha mãe parada na porta, estreitando o olhar para ter certeza que vira direito. Assim que percebeu ser mesmo a neta, ela abriu os braços para receber a pequena com um sorriso de arrebatar o coração.
Beatriz: Meu amor! — Maria Clara pulou no colo dela e as duas se abraçaram com força. Ficaram uns bons segundos grudadas — Que saudades querida... Deixa-me te ver! — segurou Maria Clara pela mão e a olhou de cima abaixo — Está tudo bem? — levou as mãos ao rostinho feliz da criança.
Maria Clara: Sim, tudo bem! — garantiu convicta.
Beatriz: E a mamãe? Tudo bem com ela também? Estou com saudades daquela menina... — choramingou ainda olhando Maria Clara como se ela fosse a coisa mais linda do mundo.
Maria Clara: Mamãe também está bem... Também sente saudades de vocês. — pegou na mão da avó e levou ao rosto. Fiquei apenas olhando a cena parado a uns passos de distância. Minha mãe olhou para mim brevemente.
Beatriz: O papai te trouxe para me ver, foi?
Maria Clara: Trouxe! Irei passar até o domingo com ele! Não é legal? — pulou no lugar — Onde está o Pedrinho?
Beatriz: Lá dentro amor... Jogando vídeo game no quarto. Pode subir que já vou levar algo para vocês comerem... — tocou o cabelo de Maria Clara e lhe deu um beijo.
Maria Clara: Certo vovó... — Ela me olhou antes de ir e pisquei para ela, que saiu em disparada até o quarto do primo.
Minha mãe parou à minha frente e cruzou os braços um pouco nervosa. Beijou-me no rosto delicadamente, quase confusa.
Beatriz: Como Carla permitiu que você ficasse com ela?
Arthur: Ainda estou me perguntando isso, mãe. Estranho não é? — sorri de canto um pouco sem graça — Ela está sendo incrível. Deixou-me registrar Maria Clara e tudo.
Beatriz: Deixou? — cobriu os lábios com as mãos. Os olhos transbordando felicidade — Então agora é oficial? Ela vai ser mesmo minha neta?
Arthur: Mamãe... Ela é minha filha. Tem meu sangue. Meus genes... É sua neta de qualquer jeito! — toquei seu ombro — Mas sim, vou registrá-la como minha filha perante a lei também. — antes que terminasse, me envolveu em um abraço longo e forte, cheio de sentimentos.
Beatriz: Ai filho, como fico feliz! — choramingou deitando em meu ombro — Finalmente! Tenho que agradecer a Deus por Carla ser uma mulher tão digna e maravilhosa assim... Ela fez uma benção em nossas vidas ao permitir que Maria Clara faça parte de nossa família!
Arthur: Pois é mamãe. Ela fez. — minha voz era sem humor.
Beatriz: Carla te ama. — separou-se de mim e tocou meu rosto brevemente — Por isso permitiu.
Arthur: Será que ela me ama mãe? — suspirei percebendo o que falei e tentando corrigir — Sei que ama... Mas talvez o amor não seja tão grande. Talvez o ódio seja maior.
Beatriz: Ela não te odeia. Se te odiasse não te confiaria à filha! — fiquei calado — Logo vocês vão voltar querido...
Arthur: Carla, sabe do amor que tenho por Maria Clara. — tentei usar isso como argumento para entendê-la — Sabe do amor que Maria Clara tem por mim. Fez isso tudo em nome do amor.
Beatriz: Exato! Fez em nome do amor que tem pelos dois... Por você e por Maria Clara! Será que é difícil me ouvir? Acredite em si mesmo filho! — apesar de suas insistências, tive que ficar calado e ouvindo. Suas palavras serviam de certo consolo para mim.
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O Secretário.
FanfictionSinopse: Aos 30 anos Carla Diaz era a mais nova Diretora do departamento de moda de uma Empresa famosa. Linda, durona, odiada por todos, ocupada e mãe solteira, não tem tempo para se dedicar a nada que não seja ao trabalho e a filha Maria Clara, de...