Capítulo 52 :

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(Look da Carla na capa)

Beatriz: Querida! — nos abraçamos quando cheguei ao estacionamento do meu prédio e a encontrei no carro de Arthur. O mesmo, neste momento, trazia minhas malas.

Carla: Oie, Beatriz, como vai? — me apertou um pouco forte, carinhosamente. Sorri.

Beatriz: Estou ótima meu amor. E você pequenininha? Vem dar um beijo na vovó!

Quando nos separamos Maria Clara voou para o colo dela com uma facilidade enorme. Apenas fiquei olhando. Pedrinho, o garotinho, estava falando com Arthur na parte de trás em frente ao porta malas.

Pedro: Oi tia... — sorriu para mim de um jeito meigo. Retribui. Ele saiu para falar com a Maria Clara.

Arthur: Tudo pronto? — finalmente estávamos a sós desde a ligação. Assenti — Pode ficar tranquila. Não vou tocar nesse assunto com ninguém por perto — sorriu torto, sedutoramente. Chegou mais perto — Você está linda.

Carla: Ah... Maravilhosa! — abaixei os olhos para meu blusão de moletom branco. — Vamos logo espertinho.

Maria Clara: Vai demorar para chegar? — Apareceu ao nosso lado puxando a blusa de Arthur — Quero ir na piscina logo!

Arthur: Vai demorar umas cinco horas, Maria — respondeu acariciando o cabelo dela — Mas você vai dormir e passará bem rapidinho.

Maria Clara: Tomara!

Nos momentos seguintes, ajeitei Maria Clara e Pedrinho no banco de trás com Dona Beatriz. Os dois estavam incrivelmente felizes pela viagem, era como se fosse a primeira vez que saíam da cidade. Arthur se empolgou também, tanto que parecia uma das crianças.

Carla: É bom que dirija direito! Vai chover, o céu está horrível... — comentei vendo os raios cortando o céu escuro. Porém, estava um ar seco e quente — Temos duas crianças lindo.

Arthur: Eu dirijo bem, Carla. Não fique preocupada... — pareceu seguro nas afirmações.

Relaxei e fiquei quieta enquanto o pessoal do branco de trás brincava. Beatriz pedia que falassem baixo para não atrapalhar Arthur, mas as crianças continuavam brincando entre si alto. Até que...

Carla: Meu Deus, eles apagaram! — sussurrei olhando para trás e vendo Maria Clara deitada de um lado, Pedro do outro e Beatriz no meio, abraçando os dois.

Arthur: Meu Deus, começou a chover! — já estávamos na estrada e era quase uma hora da manhã. O tempo passou rápido demais!

Carla: Preciso fazer xixi! — comentei impaciente, batendo a perna depois de tirar o fone de ouvido. Resolvi não falar muito para não desconcentrá-lo na chuva forte que caia — Sério... Preciso mesmo! — Comecei a bater os joelhos de forma nervosa.

Arthur: Eu também preciso... — estreitou os olhos olhando para frente, tentando enxergar através da chuva forte — Acho que tem um posto à frente. A gente vai parar lá e vai ao banheiro.

Carla: Ok... — suspirei e continuei quieta. Tombei a cabeça no banco e olhei para ele meio sonolenta — Você dirige bem mesmo, querido.

Arthur: Querido? — sua carinha foi a mais fofa do mundo, orgulhosa. Quase apertei suas bochechas.

Carla: Delicia — pisquei e ri brincando com ele, que também riu.

Arthur: Carla, pelo amor de Deus hein? Não vai me dar permissão com minha mãe e duas crianças no carro... Assim não dá gata! — Revirei os olhos e ri.

Carla: Dirige logo. A coisa tá apertando aqui! — coloquei as mãos no colo e apertei os joelhos.

Arthur: Aqui também — olhou pras minhas pernas maliciosamente e bati em seu braço levemente — Parei.

Após pararmos, chamamos Dona Beatriz e perguntamos se queria ir ao banheiro. Disse que não, que estava tudo bem e falou para trazermos algo para as crianças comerem. Saímos do carro sob a chuva mesmo, correndo até alcançarmos a porta da loja de conveniências do posto. Fui ao banheiro com ele e quando voltei Arthur já tinha saído e estava no balcão comprando algumas coisinhas.

Carla: Comprou o que? — me apoiei no balcão ao seu lado. Estávamos apenas eu, ele e o atendente, um senhor de idade simpático.

Arthur: Chá gelado pra minha mãe e pra você, chocolate pra mim e para as crianças. Claro, água! — pegou o dinheiro e estendeu para o senhor — Quer algo mais?

Carla: Não, bebêzão! — brinquei com ele por ter comprado chocolate para as crianças e para ele — É bom parar de ficar mimando a Maria Clara... Ela vai ficar mal acostumada e a culpa será sua... — me encostei mais nele, nossos braços se tocaram.

Arthur: Claro que vou mimá-la! Ela é minha garotinha, caramba... — insistiu de um jeito meigo, esperando o senhor terminar de guardar as compras.

Xxx: É sempre assim com as meninas — comentou enquanto empacotava tudo — Nós, pais, ficamos babões.

Carla: Mas ele não... — Arthur me interrompeu.

Arthur: Pois é! Babões é a palavra certa... Você tem filhos? — me abraçou e tive que rir baixinho de sua postura.

Xxx: Três meninas — pareceu orgulhoso — E uma mulher tão linda quanto a sua, meu rapaz... Por mais que o tempo passe, elas sempre são lindas para nós, não é?

Arthur: Claro, sempre... — beijou minha testa e sorri para o senhor da loja.

Carla: É... Amor, que tal irmos para o carro? — cutuquei suas costas e ele me olhou pasmo.

Arthur: Claro querida... Vamos. Tchau, boa noite! — saímos de perto do balcão e paramos na porta, olhando a chuva que havia apertado muito.

Carla: Que porcaria de grande ideia foi essa? — Cruzei os braços um pouco irritada — Não pode ficar me apresentando como sua mulher assim... E se a Maria Clara ver?

Arthur: Para de paranoia... — estava tranquilo — Não farei isso na frente da Maria Clara por enquanto.

Carla: Não? Espero mesmo... — continuei de braços cruzados.

A chuva caia bem forte, estava escuro e um pouco frio. O carro não estava longe, mas significaria se molhar muito e ir até ele. Arthur estava usando um casaco preto e longo, quentinho... E eu ali, de vestido, apesar de ser um moletom, estava com as pernas de fora. E nem me ofereceu a blusa, que com certeza ficaria um vestido longo em mim. Cavalheiro demais –

Carla: Quer saber? Vou para o carro!

Arthur: O que? NÃO!

Sai andando em meio à chuva mesmo, arruinando meu cabelo e minha roupa. Ouvi a voz dele atrás de mim, mas só parei quando suas mãos se fecharam em minha cintura, mesmo segurando a sacola. Puxou-me contra o seu corpo e me beijou antes mesmo que pudesse reagir. Foi um choque para mim. Aquele beijo tão doce e gentil me pegou desprevenida, mas tive a sensação de que era o momento mais romântico da minha vida... A chuva roçando minha pele ao mesmo tempo em que os lábios de Arthur afagavam os meus. Existia sensação melhor? Havia um jeito melhor de beijar? Agarrei seu cabelo e me pendurei sobre ele, uma de suas mãos apertando meu corpo contra o seu de uma forma quase impossível de se libertar. Era alucinante. Bom demais.

Carla: Que porcaria de grande ideia foi essa? — sussurrei ainda parada na chuva, molhada até a calcinha.

Arthur: Para de paranoia... Já queríamos isso há muito tempo! — Ele sorriu lindamente, com alguns fios de cabelo no rosto pela chuva.

Fiquei sem resposta, mas em seguida saímos andando até o carro. Assim que entramos, Maria Clara acordou.

Maria Clara: Por que está molhada, mamãe?

Arthur até engasgou com a água que bebeu com a pergunta soando em duplo sentido, depois de me passar uma toalha e estender um casaco dele enfiando em algum lugar do carro.

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