Capítulo 132 :

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Contagem regressiva: Oito Meses.

Carla: Para de crescer Maria Ísis, para de crescer! — sussurrei para minha barriga enquanto olhava na direção da mesma, sentada na cadeira de meu escritório.

Arthur: O que foi? — olhou por cima do ombro preocupado.

Carla: Nada... Só estou conversando com ela — dei de ombros e sorri. Ele voltou a digitar sorrindo também

Arthur: Posso saber do que estão falando? — curioso, lançou a pergunta.

Carla: Falei para ela parar de crescer! — Arthur riu alto — Está ficando bem grandinha, daqui a pouco não consegue sair de dentro de mim.

Arthur: Nós damos um jeito... Papai não vê a hora de ver a carinha dessa menininha.

Carla: Mamãe também não vê a hora — parei de falar com minha barriga e comecei a escrever também.

Arthur: É... Daqui a pouco ela sai correndo pelo escritório. Porque se depender de você, nossa filha nasce aí nessa cadeira mesmo — larguei a caneta e olhei para ele com a expressão mortal. Arthur fazia questão de me alfinetar, jogando em minha cara toda hora que já passava da hora de eu largar a Delux em licença maternidade — Não faça essa cara!

Carla: Para de fazer drama! — repreendi nervosa — Eu já falei e não vou voltar atrás... Só paro quando a bolsa estourar. PONTO!

Arthur: Tá bom estressadinha, tá bom! A responsabilidade disso é toda sua, sabe até onde pode ir... — assenti.

Carla: Exatamente... Sei até onde posso ir. Ísis não atrapalha em nada o meu serviço. Tenho um secretário marrento para fazer todo o trabalho pesado — dei de ombros e ele deu uma longa gargalhada.

Arthur: Fala assim porque está brincando. Quero ver a hora em que algo sério acontecer com a nossa filha... Não vai levar na esportiva desse modo — Ele não me olhava, seguia fazendo seu trabalho. Senti vontade de fazer xixi e fiquei de pé com cuidado, fazendo mil manobras para sair da cadeira.

Carla: O que poderia acontecer a ela? — estiquei as costas delicadamente, parada, esperando Ísis se ajustar a posição vertical de meu corpo.

Arthur: Eu não sei! E não somente sobre ela... Mas sobre você também — ironizou — E aí está o problema, não tem como prever!

Carla: Deixa de ser bobo Arthur e para de ler esses livros sobre gravidez pelo amor de Deus! — caminhei devagar em direção à porta, sentindo que se forçasse um pouco iria fazer xixi ali mesmo. Aos oito meses de gravidez era muito difícil controlar essas sensações — Maria Ísis está segura dentro de mim! É melhor se acalmar antes que fique louco e me deixe louca antes dela nascer, ok? Exagerado... — pousei a mão na maçaneta.

Arthur: Não sou louco... Não exagero! — repreendeu-me.

Carla: Não? Já faz três meses que você praticamente não dorme pra ficar me olhando... E ainda passa a noite toda com a mão sobre minha barriga. Não está mesmo exagerando? — gargalhei baixinho.

Arthur: Tem ideia de que se algo te acontecer eu não vou poder me perdoar? — abri a porta revirando os olhos — Aonde vai Carla? — ameaçou levantar-se.

Carla: Fazer xixi, por quê? Vai querer me limpar também? — parou no lugar e suspirou enquanto eu ria.

Arthur: Vai zoando... — voltou ao seu posto e se sentou contra vontade. — Porque você não usa este banheiro? — Referiu-se ao banheiro que tinha na minha sala.

Carla: Porque este é pequeno. Já voltamos — sai da sala e respirei o ar puro!

Arthur andava meio sensível ultimamente... Talvez tenha sido pelo último exame onde a doutora disse que a neném estava quase com quatro quilos e deveria beirar os quarenta e oito centímetros. Ah, claro... Também mencionou o quão difícil seria meu parto e, caso a neném não desse sinal de que iria nascer nas próximas duas semanas, mesmo que estivesse de oito meses, iria induzir meu parto para que ela não chegasse a proporções mais elevadas. Para mim as novidades nem sequer tinham força, uma vez que Maria Clara nasceu com as mesmas medidas e ao mesmo tempo. Porém, apesar de me sufocar com seus cuidados exacerbados, Arthur não deixava de alegrar meus dias com suas perguntas e gestos. Tudo o que fazia soava absurdamente doce!

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