Capítulo 26 :

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Respirei fundo. Desci do carro. Peguei os presentes. Andei até o elevador. Subi até o apartamento dela impaciente. Um vizinho me deu "Bom dia". Parei de frente a porta e toquei a campainha. Suspirei.

Carla: Já vai! — Ouvi alguém gritando lá de dentro e reconheci aquele grito de imediato.

Apenas tentei relaxar, tentei pensar que havia sido convidado e iria dar tudo certo. Ouvi vozes, as duas estavam conversando. Barulhos de chaves e... Carla abriu a porta branca e grande meio ofegante.

Arthur: Bom dia — pisquei a observando.

Usava um short jeans meio curto, blusa de alças branca e uma sandália. É... O dia estava quente e iria ficar mais! Estava com o cabelo molhado e cheirava a banho morno. Imaginei-a no banho e não foi uma boa ideia...

Carla: Bom dia — Ela disse meio irônica, abrindo passagem para eu passar com o embrulho grande que era o urso — Pensei que iria dar um cano na minha filha! Eu ia te arrebentar!

Arthur: Nunca! — entrei e ela fechou a porta atrás de nós — Está um dia lindo demais para se passar sozinho... — pisquei e tirei de trás de mim uma rosa vermelha — Isso é pra você.

Carla: Hã? — demorou um tempo pra ela entender a situação. Pra entender que eu estava lhe estendendo uma flor — Uma rosa? Pra mim? — riu se apoiando na porta de forma engraçada. Estava olhando de um jeito engraçado — Oh...

Arthur: Sim, pra você... Esse aqui — Sacudi o pacotão em meu braço — É da Maria Clara.

Carla: Não precisava se incomodar com isso... — deu de ombros ainda olhando para meu braço sustentando a rosa entre nós dois. Parecia pensativa.

Arthur: Mas me incomodei. Já era — sorri — Anda... É só uma rosa.

Carla: Pois é... Uma. Nunca vi um homem dar uma rosa para uma mulher — comentou enquanto pegava a rosa de forma sutil, quase nem percebi olhando seu comportamento genuíno e gracioso.

Arthur: Não é uma rosa; é uma rosa vermelha — Carla segurava a flor de forma meio indiferente, algo que não me magoou como deveria, já que era uma vantagem ela ter aceitado o presente — O símbolo do desejo, da paixão, do amor.

Carla: Maria Clara quer te ver — Ela cortou minha frase quase no meio, assim que ouviu a palavra desejo. Sorri com isso.— Ela, falou a noite toda sobre sua visita.

Arthur: Onde ela está? — tentei fingir que passou despercebida sua cortada no meu discurso.

Carla: Na sala vendo de televisão. Pode ir lá, já sabe onde é. Vou ver o almoço... — Quando saiu andando, a repreendi.

Arthur: Você cozinhou? — quase cuspi as palavras querendo rir — Não posso imaginar isso...

Carla: Por que não? — Ela deu de ombros e saiu para a cozinha de forma descontraída.

Andei até a sala depois que ela desapareceu no corredor e me deparei com a pequena Maria Clara sentadinha no sofá com sua perna ainda engessada pousada numa almofada.

Arthur: Cadê a menina mais linda dessa casa?

Quando ela ouviu minha voz, olhou no mesmo instante em minha direção. Abriu um sorriso gigante e notei que ela e Carla estavam vestidas quase da mesma forma; eu ri disso.

Maria Clara: Arthur! — Se pudesse pular, tenho certeza que ela pularia e viria correndo em minha direção com os bracinhos abertos. Largou o controle remoto e esticou os braços para mim. Aproximei-me e me abaixei para lhe dar um beijo no rosto —- Que saudades!

Arthur: Que saudades de você também pestinha — me sentei ao seu lado quando me deu a proeza de me largar. Estiquei o urso para ela — Toma. Trouxe pra você — Ela fez carinha de surpresa — E não adianta fazer igual sua mãe e rejeitar o meu gesto.

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