Capítulo 111 :

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Carla: É tia, mas a gravidez já tem um tempo... — Carla estava tremendo ao meu lado. Segurei sua mão para acalmá-la e ela agarrou meus dedos como se sua vida dependesse disso — E eu descobri ontem.

Arthur: É mãe... Aconteceu durante o namoro. Ficamos um tempo sem usar proteção, ela não tomava remédio... — comecei a explicar como se tivesse 17 anos. Detive-me antes de piorar tudo.

Silêncio novamente.

Beatriz: EU VOU SER AVÓ NOVAMENTE! — gritou abrindo os braços e dando a volta no balcão para nos abraçar — AI MEU DEUS, QUE NOTÍCIA ÓTIMA MEUS AMORES!

Um peso do tamanho do mundo saiu de minhas costas e senti que o mesmo aconteceu com a Carla. O sorriso no rosto de minha mãe apenas evidenciava o quão bem recebido seria nosso novo filho; pelo visto o mesmo traria somente felicidade para nossa família. Carla tinha lágrimas nos olhos quando minha mãe a soltou e tocou sua barriga delicadamente.

Beatriz: Meu Deus querida! De quanto tempo você está? —questionou empolgada, os olhos brilhantes por lágrimas.

Carla: Pouco mais de um mês... — a voz falhava.

Beatriz: Ai que maravilha! Maria Clara já sabe? — tocou meu ombro de modo a aproximar ainda mais Carla e eu.

Arthur: Não.

Carla: Vamos contar juntos. — suas palavras me fizeram sorrir.

Beatriz: Nossa... Que emoção! — colocou uma mão sobre o peito — Meus parabéns aos dois! Sinceramente... Já estou ansiosa. Que presentão, hein filho? — tocou meu rosto.

Arthur: É mãe. Eu disse a Carla que foi o melhor de todos... — abaixei o rosto um tanto envergonhado. As duas sorriam e Carla estava com as bochechas coradas.

Beatriz: Vocês estão felizes? — trocamos um olhar tímido e cúmplice. Carla mordeu os lábios e assentiu positivamente.

Carla: Muito... Sério. Não consigo assimilar que estou grávida, mas já sinto alguma coisa aqui... — colocou a mão sobre o ventre — E claro... Aquele sentimento inexplicável.

Arthur: Nem preciso dizer nada... — dei de ombros — Ter esse bebê... Poxa. Nem dá pra explicar.

Beatriz: Ah meu Deus! E vocês vão se casar? — suspirou pegando nós dois de surpresa. Nisso, alguém apareceu convocando minha mãe para ir até a sala e ficamos a sós.

CARLA

A alegria de Tia Bia  me deixou confiante. Eu não estava nessa sozinha. Diferente da primeira vez, agora havia Arthur para me acompanhar, Tia Bia para paparicar o netinho, os priminhos, as tias e a própria Maria Clara , que com certeza iria curtir muito a chegada do irmão ou irmã. A família conseguiu deixar minha gravidez mais feliz.

Carla: Que bom que sua mãe gostou da notícia... — comentei encostada ao balcão. Sozinhos na cozinha, a palavra que ainda ecoava era casamento.

Arthur: Eu não tinha dúvidas de que seria uma notícia maravilhosa para ela. — ele parou a minha frente com as mãos nos bolsos da jaqueta preta que usava. Estava com a mesma roupa do trabalho, talvez nem tivesse tido tempo de trocar o vestuário ao chegar e encontrar a surpresa — Já contou para seus pais?

Carla: Ainda não. Mas nem tem importância... Eles não são tão próximos assim de mim para se importarem com esse detalhe.

Arthur: Pelo que vi, parecem ser apegados a Maria Clara.

Carla: Digamos que gostem dela... — dei de ombros e captei exatamente o momento em que Arthur tirou uma mecha de meu cabelo do meu rosto, colocando-o atrás de minha orelha. Ficamos em um silêncio constrangedor durante alguns segundos.

Arthur: Obrigado por ter vindo. Realmente pensei que não veria vocês aqui essa noite. — o modo como falou foi daqueles matadores. Não dava para encarar aqueles olhinhos um tanto tristes — Sei que deve ter feito isso por Maria Clara, mas mesmo assim devo agradecer. A presença de vocês significa muito para mim.

Carla: Não fiz isso apenas por Maria Clara . — garanti mordendo os lábios.

Arthur: Não mesmo? — ergueu uma sobrancelha.

Carla: Qual é? Sabe que não. — corei. Ele sorriu.

Arthur: Então por quê? — Ele foi chegando mais perto.

Carla: Porque... — fiquei parada no mesmo lugar deixando que se aproximasse — Eu também quis estar aqui. Você é importante para mim.

Arthur: Hum... — pensativo apoiou uma mão ao lado do balcão, fechando-me entre seu corpo e o meu — Por acaso a senhorita tirou o dia para me surpreender? — gargalhei baixinho.

Carla: Digamos que também estou surpresa comigo mesma hoje. — abaixei o rosto um tanto nervosa. Toda aquela proximidade entre nós era demais para minha cabeça.

Arthur: Sobre Maria Clara. Não disse mesmo a ela?

Carla: Claro que não! — afirmei com convicção — Vamos fazer isso juntos. — O sorriso e contentamento no rosto de Arthur foi tão largo que me desconcertou.

Arthur: Algo me diz que Maria Clara vai ficar feliz...

Maria Clara: Estão falando de mim? — ela entrou na cozinha carregando um copo de refrigerante e um bolinho colorido na mão.

Carla: Ah. Estava demorando! Eu disse pra senhorita ficar na sala... — A repreendi vendo que Maria Clara não estava nem ligando. Parou perto do pai mastigando o bolo.

Maria Clara: Vocês estavam demorando. Vim ver o que houve... — deu de ombros e sorriu para Arthur com a boca cheia de bolo.

Arthur: Me dá um pedaço? — Ela revirou os olhos, mas colocou um pedaço de bolo na boca de Arthur quando ele se abaixou reivindicando.

Maria Clara: Tem uma tia sua que fica apertando minhas bochechas, papai. Não quero ir lá na sala, todos olham para mim. — sorri de sua carinha de dó. Arthur tocou seu cabelo ternamente.

Arthur: É porque você é muito bonita.

Maria Clara: Elas querem conhecer a mamãe. — os dois me olharam.

Maria Clara: Bacana... Lá vai eu ser a atração principal. — suspirei.

Arthur: Fazer o que. Ajoelhou tem que rezar, correto? — fomos os três para sala. Arthur guiando-me e a Maria Clara como se fosse um segurança.

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