ARTHUR
Foi difícil deixa-la ir.
Carla estava grávida, eu não poderia fazer pressão em cima dela exigindo que me desse uma resposta imediata, porém, tive a coragem de enquadrá-la e dizer meus sentimentos, algo realmente grandioso. Suspirei. Voltei para casa dirigindo na chuva da tarde irritado, mas antes passei na casa de minha mãe para espairecer um pouco as ideias. Havia muito em minha mente sem ser compartilhado.
Beatriz: Meu Deus... — levou a mão aos lábios enquanto olhava a foto do ultrassom — Mas ele é lindo! Veja só... — mordeu os lábios e pude jurar que havia lágrimas em seus olhos — Que benção meu filho... Vocês dois fizeram um lindo trabalho.
Arthur: Eu sei mamãe — respondi sentado na mesa da cozinha descascando uma fruta qualquer para Pedro, que estava ao meu lado.
Pedro: A Malia já sabe do irmãozinho, tio? — questionou chacoalhando as pernas no ar, já que não chegavam ao chão.
Arthur: Não! E o senhor também não vai contar rapaz... — entreguei a fruta a ele.
Pedro: Claro que não... Vou jogar vídeo game. Quer vir comigo? — neguei — Tio... Se o seu filho for menino você vai me esquecer?.
Arthur: Claro que não, xafadin. Que ideia é essa? — chacoalhei seu cabelo e sorri — Vou amar os dois.
Pedro: Aham... Sei — e saiu para a sala um pouco nervosinho.
Beatriz: Ah meu filho... Vai ser outra menina. Carla já está com os quadris largos e quando a gente está com os quadris largos é menina na certa! Pode apostar — ainda olhava a foto e afirmava com convicção o que dizia.
Arthur: Que seja mamãe. Não estou preocupado com o bebê, com ele está tudo bem, graças a Deus. Carla se cuida — pigarreei — Estou preocupado é com ela mesmo, sabe. A pedi em casamento hoje...
Beatriz: O QUE? A PEDIU EM CASAMENTO? — gritou — AI QUE ÓTIMO!
Arthur: Calma mãe... Ela não disse sim — ironizei.
Beatriz: Ela disse não? — Ela ficou pálida, vindo para perto de mim surpresa.
Arthur: Não... Ela não disse nada!
Beatriz: Menos mal — suspirou aliviada, apoiando-se na mesa. Abanou-se com a foto do ultrassom e me olhou — Não dizer nada não significa não, bobo.
Arthur: Mas também não quer dizer sim, mãe — relembrei desanimado — Porra... Não faço nada direito! — abaixei a cabeça entre os braços choramingando. Recebi um tapa na cabeça.
Beatriz: Olha a boca moleque! — repreendeu sentando-se ao meu lado — Ela vai aceitar querido. É apenas uma surpresa para ela, sabe? Vocês só namoraram há alguns meses e já vão ter um segundo filho. É tipo uma vida, uma vida de casados, dentro de meses! Entende? Ver isso virar oficial é estranho, nos relembra da verdade... Dos meses.
Arthur: Mãe... A senhora e Carla tem conversado?
Beatriz: Não... Por quê? — A espiei por baixo do braço.
Arthur: Porque ela me disse a mesma coisa que a senhora acabou de dizer! — voltei a esconder o rosto.
Beatriz: Isso se chama pensamento feminino, querido — tocou meu cabelo e riu — Acredite na mamãe. Vai dar tudo certo!
CARLA
Maria Clara: Faz trancinha no meu cabelo? — entrou em meu quarto com uma escova e um amarrador de corações toda feliz. Estava de pijama rosa e pantufa de porquinho, linda e sonolenta. Sentou-se à minha frente após me passar a escova.Carla: Faço — puxei seu cabelo longo para trás e comecei a pentear delicadamente — Está grande, hein moça? Hora de dar uma cortadinha — comentei passando a escova em meio aos fios claros, desfazendo alguns nós.
Maria Clara: Gosto de cabelo grande mamãe — sussurrou com a voz baixa, como se estivesse gostando da sensação de ter o cabelo penteado — Você sempre deixou meu cabelo grandão.
Carla: Tudo bem Maria, mas está grande demais. Logo você senta em cima do seu cabelo — ela riu baixinho — Seu pai vai falar que não estou cuidando direito de você.
Maria Clara: Ele nunca diria isso... Ele não faz nada pra te magoar, mamãe — parei uns segundos de penteá-la, mas voltei logo após, apenas pensando em suas palavras — Vocês dois ainda estão brigados?
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O Secretário.
FanfictionSinopse: Aos 30 anos Carla Diaz era a mais nova Diretora do departamento de moda de uma Empresa famosa. Linda, durona, odiada por todos, ocupada e mãe solteira, não tem tempo para se dedicar a nada que não seja ao trabalho e a filha Maria Clara, de...