Capítulo 38 :

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O almoço estava diferente hoje. Todos falando entre si sobre a viajem para a casa de campo dos pais de Thaís, empolgados com a possibilidade de passar um final de semana longe das maluquices da Delux.

Gil: Ai gente! Estou namorando e vou levar o meu macho... — anunciou sentado ao lado de Thaís e rindo. — Aí Brasiiiiiil!

Melanie: Vai ser uma coisa familiar Gil. Olha lá o que vai fazer!

Gil: Ai calma... Eu e o Jean Pablo somos discretos — mordeu um pedaço de alface crocante e todo mundo riu.

Thaís Braz, que estava sentada do meu lado um tanto afastada, me mandou uma mensagem no celular e achei estranho.

Thaís: "Cuidado! A Vih vai te atacar depois do almoço! Top secret!"

Abaixei o celular e olhei para Thaís. Notei neste momento que estavam afastados de nós, deixando curiosamente Vitória e eu frente a frente.

Vitória: Já vai subir? — perguntou quando ameacei me levantar.

Arthur: Já — sorri timidamente e dei de ombros — A senhorita Diaz está a minha espera...

Gustavo: Isso Arthur, volta pra Rainha porque sem sua presença ela não vive...

Melanie: Pois é, desde que chegou às coisas estão melhores por aqui.

Arthur: Melhores? — fiquei de pé confuso, analisando aonde essa conversa iria chegar.

Gil: Claro que melhores — piscou — Minha Rainha tem um motivo bem maravilhoso para sorrir. Por isso não pega mais tanto no nosso pé.

Thaís: Está preocupada demais em te impressionar... — cantarolou.

Arthur: Pois é né... Meu charme! — mordi a língua tentando fazer uma careta sexy e riram de mim — Brincadeira! Estou subindo. Até mais tarde galera... — eles me disseram tchau juntos e logo percebi que Vitória estava me seguindo.

Vitória: Thur... — coloquei a bandeja no lugar certo e me virei para ela tentando dar uma de perdido, de quem não estava entendendo nada. Depois de também empilhar sua bandeja, Vitória parou em minha frente — Podemos conversar em um lugar mais reservado?

Arthur: Ah Vih, que pena... Tenho mesmo que voltar para minha chefe — Ela me interrompeu de forma bruscas, se jogando na minha frente e agarrando meus braços.

Vitória: Por favor, Thur. É um assunto que quero tratar contigo há muito tempo... — começou a me puxar pela mão até a saída dois do restaurante e acabamos no corredor vazio que me levaria direto a sala da chefe.

Arthur: Ok pode falar... — seria até bom esclarecer de uma vez a história; dizer com todas as letras que não estou e a fim de iniciar nada com ela, mesmo que casual.

Vitória: Essas coisas não se dizem com palavras, mas sim com gestos — cinco segundos depois estava praticamente me jogando na parede e engolindo minha boca com a sua.

Fiquei estático, surpreso com sua atitude e confuso! Deveria eu afastá-la? Tentei virá-la de todos os jeitos, tirá-la de cima de mim, mas foi em vão. Deixei seguir até que pudesse dizer alguma coisa.

CARLA

As coisas entre Arthur e eu estavam passando um pouquinho dos limites aceitáveis dentro da Empresa, quer dizer... Praticamente marcamos um encontro enquanto escolhíamos o modelo final da coleção; certo. Não estava fazendo mal também, pelo contrário! Fazia tudo ser mais fácil, mais aceitável... Mesmo que não me levasse a sério, deixar rolar poderia ser até interessante. É um bom garoto, trabalhador, tem um bom apartamento e isso é sinal de que tem responsabilidade. Maria Clara o adora e eu... Bom, estou doidinha pra sair com ele e estou totalmente ciente desde fato.

Pode ser que Gil tenha razão e meu coração necessite de um afago, de um amor; Arthur com certeza merece uma chance!
Não sei por que tive a brilhante ideia de ir ao restaurante hoje. Era lá que ele sempre estava com o pessoal e não havia lugar melhor para conversar e deixar claro a todas que quisessem algo com ele que eu também estava na jogada. Sim, estava disposta a isso por ele, porque estou apaixonada. A evidenciar o nosso possível relacionamento apenas por sentir um ciúme ridículo daquelas menininhas pendurados ao redor dele.

Comecei a caminhar em direção ao refeitório pelo caminho mais rápido, o do corredor vazio... Porém parei no meio do caminho com o que vi. Vitória e Arthur. Ela pendurada no pescoço dele. O beijando.

O que pensar quando isso acontece? Era a pergunta que me fiz quando entrei de volta para a sala. Parecia que fogo sairia dos meus olhos, fumaça de minha boca e sangue do meu nariz! Estava revoltada, nervosa, até tremendo! Peguei um bloquinho e comecei a rabiscar algo sem noção, com a cabeça apoiada na mão esquerda. Homens não prestam! Homens não valem nada!Sussurrei em mente.

Porque resolvi ser tão estupida e ir contra meu maior principio, o de evitar homens e o relacionamento mentiroso que nos oferecem? Porque fui acredita em Arthur, nos sentimentos que insinuou ter por mim, se na primeira oportunidade iria vê-lo se agarrando com a garota mais piranha da Empresa? Porque fui tola! Voltei a ouvir o coração e ignorar a razão, sendo que a única coisa que existia sólida entre nós estava quebrada... A confiança que tive nos sentimentos dele. A porta se abriu. Arthur entrou e se aproximou de minha mesa. Não o olhei nos olhos, apenas fiquei do mesmo jeito.

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