ARTHUR
Vesti minha capa de funcionário modelo e fui trabalhar.
Thaís: O que foi aquilo com a rainha de gelo e a Maria Clara ontem? — questionou assim que cheguei. Sorri de lado.
Arthur: Não foi nada, apenas ajudei a senhorita Diaz a colocar Maria Clara no carro — pisquei — A proposito... Ela já chegou?
Thaís: Ainda não — respondeu e voltou a trabalhar — Bom dia!
Arthur: Bom dia!
Era mesmo verdade. Ela não havia chegado mesmo. Sendo assim, me sentei e arrumei as coisas, fiquei de boa ajeitando meu trabalho evitando pensar sobre ontem, porque dentro da Delux tudo ou qualquer assunto pessoal deveria ser totalmente deixado para trás. A porta se abriu e Carla estava lá antes do que previ.
Carla: Bom dia... — disse antes de mim.
Arthur: Bom dia senhorita — fiquei olhando em sua direção.
Carla: Tenho uma pilha de desenhos pra escolher e ajustar — ela colocou as pastas sobre sua mesa e tirou o casaco — Pode pegar sua cadeirinha linda e vir me ajudar.
Arthur: Sério? — fiquei de pé vendo seu sorriso e peguei a cadeira — Ok. Vamos lá!
Carla: Você acha bonito uma mulher usando vestido?
Arthur: Acho... Claro que acho! — continuei empilhando os modelos enquanto minha chefe escolhia as cores que deveriam preencher os espaços deixados em branco por Sebastian e Gil do Vigor.
Carla: Hum... Também acho super bonito homem de terno — Carla estava escrevendo enquanto conversávamos, sentados lado a lado, nossas pernas se tocando embaixo da mesa.
Arthur: Sei como é exigente — sorri de canto e Carla me deu uma cutucada com o cotovelo rindo — O que foi? Vai me dizer que para te levar para jantar um cara não precisa estar vestindo Armani? — Ela largou a caneta e me encarou séria.
Carla: Não gosto de jantar — respondeu metida, me fazendo rir mais ainda de sua postura — E outra... Sei lá, o que interessa é o conteúdo, o que ele representa para mim... Se for um cara bacana, que me agrade, pode ir até de short se quiser!
Arthur: De short? — parei com meu serviço meio surpreso — Duvido!
Carla: Ah... Por quê? Pra sair com você precisa usar vestido, ouro e Chanel? — Ela esticou a mão para pegar o copo de cappuccino do outro lado da mesa. Ajudei-a, colocando o copo mais perto de seu alcance.
Arthur: Claro que não! Roupa é tão... Dispensável — Carla me chutou de novo embaixo da mesa e começamos a rir.
Carla: Vou fingir que não disse isso no ambiente profissional, senhor Picoli! — Me repreendeu ainda rindo e desenhado no modelo de Sebastian.
Arthur: Desculpe patroa, mas foi à senhorita quem puxou esse papo comigo. Peço perdão se feriu sua moral... — continuei preenchendo os espaços com as cores que Carla pediu.
Carla: Oh, por Deus! É um direito seu sair com mulheres nuas — deu de ombros ironicamente, sem olhar para mim, focada no desenho — Por isso que não sairei com o senhor; roupas são indispensáveis de onde venho.
Arthur: Saio com a senhorita usando até roupa de palhaça... Isso é claro, se por ventura, resolvesse sair comigo qualquer dia desses... — fiquei pensando se deveria me arrepender por ter dito isso. Não era certo, muito menos depois da conversa que tivemos na noite anterior.
Carla: Flertando no ambiente de trabalho? — largou a caneta de novo e me olhou pasma — Oh! Ai já é imperdoável!
Arthur: Imperdoável e a senhorita dizer flertando! Quem usa essa palavra? — nós rimos novamente — Diz logo que quer sair comigo e acabe com essas violações de conduta por minha parte, por favor. Não posso me controlar.
Carla: Aceito se me levar para tomar champanhe na beira da praia... — Se inclinou em minha direção com o copo de cappuccino em mãos — E depois tirarmos a roupa.
Arhur: O que? — levei um susto ao ouvir a última parte. Ela, que tomava o liquido do copo com canudinho, quase cuspiu em meu rosto querendo rir de minha expressão.
Carla: É brincadeira! — revelou tocando a ponta do meu nariz com o indicador, algo que considerei muito intimo.
Bom, em partes aquela conversa constrangedora em meu apartamento rendeu bons frutos. Sabíamos o que sentíamos um pelo outro; não era um segredo agora.
Arthur: Oh! Droga... — abaixei o rosto fingindo desapontamento e depois a olhei novamente — Mas tudo bem; podemos tomar champanhe na beira da praia. Eu te levo num lugar lindo e a gente se diverte.
Carla: Ok — assentiu — Mas ninguém pode saber, é claro!
Arthur: Claro... — sorri de canto.
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O Secretário.
FanfictionSinopse: Aos 30 anos Carla Diaz era a mais nova Diretora do departamento de moda de uma Empresa famosa. Linda, durona, odiada por todos, ocupada e mãe solteira, não tem tempo para se dedicar a nada que não seja ao trabalho e a filha Maria Clara, de...