Capítulo 70 :

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Quando Arthur abriu a porta do apartamento, fiquei olhando em volta um pouco tensa, mas entrei antes dele, largando a bolsa no sofá. Virei-me em sua direção e o vi afrouxando a gravata, abrindo alguns botões da camisa.

Carla: Mas já? — brinquei e ele sorriu lindamente.

Arthur: Vou trocar de roupa, engraçadinha. — se aproximou e tocou sua testa na minha — Quer uma camisa?

Carla: Não, eu... — olhei nos olhos dele e vi nada mais que amor. Aquilo me deixou mais certa de que estar ali era a coisa certa — Claro. Claro que quero.

Arthur: Então vem cá. — me puxou pela mão até o quarto e fomos tropeçando um no outro até lá. Tirei meu salto antes de entrar no cômodo. O vi abrindo o closet numa parte grande e olhando por todos os lados — Tem muitas camisas aqui. Escolhe uma aí...

Carla: Ah... Me dá qualquer coisa! — caminhei até seu lado e observei. Havia uma verde clarinha que me lembrava perfeitamente o tom dos olhos dele. O imaginei vestindo aquela camisa e quase derreti com a beleza criada por minha fértil imaginação — Aquela... — Apontei para a tal camisa e prontamente Arthur atendeu ao meu pedido, indo pegá-la.

Arthur: Só usei uma vez essa camisa, — comentou me passando a peça — Foi presente da minha irmã. Ela disse que combina com os meus olhos. — Eu ri de seu tom engraçado, mas o surpreendi quando concordei.

Carla: Pior que combina mesmo. — Aproximei a camisa de meu rosto, cheirei e senti o cheiro dele. Aquele mesmo cheiro que se podia sentir ao ficar a dois passos de distância... O que me deixava louca de vontade de beijá-lo, de saber de onde vinha tanta doçura — E tem seu cheiro. Que perfume você usa?

Arthur: Não uso perfume. — garantiu me olhando como se fosse de outro mundo, agora se ocupando em tirar a camisa.

Fiquei meio constrangida com essa situação, mas Arthur não parecia se importar em tirar a roupa na minha frente. Fui corando aos poucos, levando uma das mãos para a parte de trás do vestido e tentando alcançar os botões.

Carla: Desodorante? — tanto minha voz quanto minhas mãos tremiam, mas ele logo entendeu a situação e me virou de costas, abrindo os botões para me ajudar. Afastou meu cabelo e pude sentir sua respiração roçar contra minha pele. A sensação era nova, mas perfeita. Arrepiante.

Arthur: Também não. — senti seu sorriso. Aproximou-se para sussurrar em meu ouvido — Talvez seja aquilo que os machos liberam para aproximar as fêmeas no acasalamento, sabe? — gargalhei baixinho sustentando meu vestido pela frente e ele me deu um beijinho no pescoço — Já volto. Vou pegar o vinho.

O vi saindo do quarto sem camisa e percebi que estava só. Aquilo me despertou uma vergonha maior ainda, ressaltando a atitude infantil que adotei, porém percebi também que Arthur se importava demais com meu bem estar, com minha situação, para levar em conta qualquer coisa mais. Tirei o vestido com calma e coloquei a camisa dele, me desfazendo também do colar, brincos, anéis... Ajeitei o cabelo e fui atrás dele, que estava mesmo na cozinha mexendo num armário.

Carla: O vinho está aí? Se não tiver você apanha! — ameacei o abraçando por trás, tocando seu abdômen nu e entrelaçando os dedos delicadamente sobre sua pele, que senti se arrepiar ao meu toque.

Arthur: Claro que está! — garantiu cobrindo minhas mãos com as suas, que pareciam ser mil vezes maiores. Nossas peles pálidas contrastavam — E tenho certeza que vai adorar... É bem seu estilo.

Carla: Fraco?

Arthur: Delicado, delicioso, refinado... — beijei suas costas levemente e encostei-me totalmente nele. Suspirei.

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