4

352 47 27
                                    

[ 30 de outubro, domingo ]




  O rosto de Castiel se contorce em prazerosa agonia abaixo do meu enquanto mexo meus quadris lentamente. Sua cabeça está encostada na cabeceira da cama, os olhos estão fechados e os lábios, abertos, permitindo que um gemido rouco ou outro escape por eles. O observo atentamente. Vê-lo assim, sentir seus dedos apertando partes específicas do meu corpo, me deixa ainda mais próxima do orgasmo.

  — Você vai me matar se continuar devagar assim — ele diz, abrindo os olhos.

  — Não quero que acabe rápido demais — explico baixinho. — Já faz um tempo desde a última vez em que fizemos amor de verdade.

  — Isso é uma tortura, Greene. Sinto como se alguém me impedisse de pular do precipício.

  — Uma comparação mórbida — sorrio.

  — Acelera, por favor.

  Seguro seu maxilar com uma mão e inicio um beijo lento e sensual, depois me afasto com um sorriso provocador.

  — Vou pensar no seu caso.

  — Você é uma coisinha sádica, não é?

  Castiel abre um sorriso predatório antes de mudar nossas posições com facilidade. Caio de costas na cama, com o cabelo espalhado por toda parte e um sorriso desafiador, enquanto ele se posiciona entre minhas pernas. Diferente do meu, seu ritmo é rápido e profundo, e suas mãos seguram meu quadril com certa força. Fecho os olhos e jogo a cabeça para trás, envergando as costas. Tenho que admitir que isso é muito melhor do que ir devagar. Solto um grunhido manhoso quando Castiel sai de dentro de mim.

  — Vire-se de bruços, por favor — ele meio pede, meio ordena, e me entrega um travesseiro. — Coloque isso debaixo da barriga.

  — Sim, senhor — sorrio de canto. — Devo te chamar de alguma coisa também? Tipo, papai?

  — Argh — seu corpo é tomado por um arrepio enojado. — Isso só não me fez brochar porque estou muito no pique.

  Rio enquanto obedeço seu comando. Toda a graça some quando ele volta a se enterrar em mim com estocadas fortes, fazendo um som de pele contra pele soar pelo quarto em conjunto com meus gemidos. É meio constrangedor estar ciente de que faço muito barulho nessas ocasiões, mas não posso evitar. Castiel é bom demais para que eu consiga me conter, principalmente quando estamos a sós. Os vizinhos podem ouvir, mas e daí? Ninguém aqui é puritano.

  Castiel apóia um braço de cada lado da minha cabeça e se curva sobre o meu corpo para sussurrar em meu ouvido:

  — É assim que se faz, garotinha.

  Não sou capaz de formular palavras no momento. Enterro o rosto no colchão e agarro o cobertor com ambas as mãos. Posso sentir o orgasmo se aproximando cada vez mais e mal posso esperar para sentir a sensação divina de alívio, embora não queira que isso acabe. Sei que Castiel também está quase alcançando o clímax porque as investidas ficam descompassadas. Ele volta a se curvar sobre mim e beija meu pescoço, ignorando o suor. As estocadas passam a ficar mais lentas e profundas até ambos chegarmos ao orgasmo, ofegantes e cansados e contentes.

  — Eu senti falta disso — Castiel diz, se levantando após um tempo deitado sobre mim.

  — Eu também — me viro na cama enquanto o observo tirar a camisinha e jogá-la no lixo perto da escrivaninha. — Posso sentir todo o mal humor e tensão acumulados se esvaindo.

  — Fico feliz em saber disso, linda, porque... tenho uma notícia para dar.

  O jeito como ele diz isso faz o sorriso em meu rosto desaparecer aos poucos. Me sento na cama.

YOU 2Onde histórias criam vida. Descubra agora