[ 30 de outubro, domingo ]
O rosto de Castiel se contorce em prazerosa agonia abaixo do meu enquanto mexo meus quadris lentamente. Sua cabeça está encostada na cabeceira da cama, os olhos estão fechados e os lábios, abertos, permitindo que um gemido rouco ou outro escape por eles. O observo atentamente. Vê-lo assim, sentir seus dedos apertando partes específicas do meu corpo, me deixa ainda mais próxima do orgasmo.
— Você vai me matar se continuar devagar assim — ele diz, abrindo os olhos.
— Não quero que acabe rápido demais — explico baixinho. — Já faz um tempo desde a última vez em que fizemos amor de verdade.
— Isso é uma tortura, Greene. Sinto como se alguém me impedisse de pular do precipício.
— Uma comparação mórbida — sorrio.
— Acelera, por favor.
Seguro seu maxilar com uma mão e inicio um beijo lento e sensual, depois me afasto com um sorriso provocador.
— Vou pensar no seu caso.
— Você é uma coisinha sádica, não é?
Castiel abre um sorriso predatório antes de mudar nossas posições com facilidade. Caio de costas na cama, com o cabelo espalhado por toda parte e um sorriso desafiador, enquanto ele se posiciona entre minhas pernas. Diferente do meu, seu ritmo é rápido e profundo, e suas mãos seguram meu quadril com certa força. Fecho os olhos e jogo a cabeça para trás, envergando as costas. Tenho que admitir que isso é muito melhor do que ir devagar. Solto um grunhido manhoso quando Castiel sai de dentro de mim.
— Vire-se de bruços, por favor — ele meio pede, meio ordena, e me entrega um travesseiro. — Coloque isso debaixo da barriga.
— Sim, senhor — sorrio de canto. — Devo te chamar de alguma coisa também? Tipo, papai?
— Argh — seu corpo é tomado por um arrepio enojado. — Isso só não me fez brochar porque estou muito no pique.
Rio enquanto obedeço seu comando. Toda a graça some quando ele volta a se enterrar em mim com estocadas fortes, fazendo um som de pele contra pele soar pelo quarto em conjunto com meus gemidos. É meio constrangedor estar ciente de que faço muito barulho nessas ocasiões, mas não posso evitar. Castiel é bom demais para que eu consiga me conter, principalmente quando estamos a sós. Os vizinhos podem ouvir, mas e daí? Ninguém aqui é puritano.
Castiel apóia um braço de cada lado da minha cabeça e se curva sobre o meu corpo para sussurrar em meu ouvido:
— É assim que se faz, garotinha.
Não sou capaz de formular palavras no momento. Enterro o rosto no colchão e agarro o cobertor com ambas as mãos. Posso sentir o orgasmo se aproximando cada vez mais e mal posso esperar para sentir a sensação divina de alívio, embora não queira que isso acabe. Sei que Castiel também está quase alcançando o clímax porque as investidas ficam descompassadas. Ele volta a se curvar sobre mim e beija meu pescoço, ignorando o suor. As estocadas passam a ficar mais lentas e profundas até ambos chegarmos ao orgasmo, ofegantes e cansados e contentes.
— Eu senti falta disso — Castiel diz, se levantando após um tempo deitado sobre mim.
— Eu também — me viro na cama enquanto o observo tirar a camisinha e jogá-la no lixo perto da escrivaninha. — Posso sentir todo o mal humor e tensão acumulados se esvaindo.
— Fico feliz em saber disso, linda, porque... tenho uma notícia para dar.
O jeito como ele diz isso faz o sorriso em meu rosto desaparecer aos poucos. Me sento na cama.