[ 14 de novembro, segunda-feira ]
Castiel está de costas quando entro no quarto, vestindo só a calça, então me aproximo sorrateiramente, o abraço e beijo suas costas. Ele se arrepia, apóia a mão sobre as minhas em seu abdômen e me olha por sobre o ombro com um sorrisinho.
— O que está fazendo? — pergunta.
— Beijando meu noivo cheirosinho — respondo, dando outro beijo em suas costas. Subo minhas mãos até seu tórax. — Eu estava pensando... Já que não vou trabalhar e você só vai sair daqui uma meia hora, que tal brincarmos um pouquinho?
Mantenho uma mão em seu tórax e desço a outra até o cós da calça, mas Castiel a segura antes que eu possa chegar onde quero e se vira.
— Eu adoraria, linda, mas não com você nessa situação.
— Eu estou melhor — faço um bico.
— Você vomitou o café da manhã, Greene. Está claramente doente e não quero que o esforço físico te faça piorar.
— Prometo que fico paradinha e te deixo fazer todo o trabalho. O que me diz?
Abro um sorriso sedutor e deslizo as mãos em seu torso; Castiel volta a segurá-las quando chegam perto demais de seus países baixos. Bufo, frustrada.
— Não me tente, por favor. Já que está tão disposta, por que não vai ao médico?
— De novo isso? — reviro os olhos. — Não preciso ir ao médico, Castiel, sabemos o que vão dizer.
— Não, não sabemos. Estou preocupado, Greene, sério. Já são quatro dias vomitando e sua pressão caiu ontem, você tem que fazer algum exame, isso não é normal. A gravidez foi descartada, mas existem milhares de outras possibilidades.
— Eu estou bem.
— Não está, sua teimosa — ele desfere um peteleco leve na minha testa. — Quer saber? Eu te levo ao médico. Vou ligar para a gravadora e dizer que vou me atrasar.
— Eu não...
— Você me ama?
— O que?
— Você. Me. Ama?
— É claro que sim, oras — cruzo os braços. — Que história é essa, de repente?
— Se me ama, então vai me deixar te levar ao médico porque, se não deixar, eu vou morrer de preocupação. É isso o que quer? Ser responsável pela minha morte?
Estreito os olhos.
— Eu te odeio — declaro, porque não vou me render sem atacar.
— Tá, tá, eu também — ele abana a mão. — Agora, vai se arrumar enquanto telefono.
Mantenho um silêncio emburrado enquanto me apronto, durante o trajeto e na sala de espera, para que ele saiba que não estou de acordo com essa atitude. Por que deveríamos pagar duzentos dólares para o doutor perguntar sobre minha vida sexual e menstruação? Os testes deram negativo, não preciso disso.
Castiel guarda o celular no bolso e passa o braço ao meu redor, dando uma risadinha.
— Não fica brava, amor, qual é — pede. — Só estou tentando cuidar de você. Não faria o mesmo se a situação fosse inversa?
— É diferente — resmungo.
— Não é nada diferente. Desamarra essa cara, vai. Se for determinado que você não tem nada grave, então poderemos ir para casa e fazer o que você queria fazer.
