[ 24 de abril, sexta-feira ]
O sol está se pondo e os meninos estão prontos para viajar até a cidade vizinha, onde pegarão um vôo para Atlanta. Leigh e eu os trouxemos até a gravadora. A van já está pronta para partir, mas não quero largar o Castiel. Ele estará de volta na madrugada de domingo para segunda, porém quase morro de saudades sempre que não estamos na mesma cidade.
— Eu poderia te beijar para sempre, garotinha, mas preciso ir — ele sussurra, um pouco sem fôlego.
— Só mais um pouco — peço, capturando seus lábios novamente. — Vamos sentir tanto a sua falta.
— Vamos? Tipo, você e o Leigh?
— Eu e seus filhos — esclareço. — Eles sentem o que eu sinto.
— Estarei de volta num piscar de olhos, ok?
— Você poderia não ir — faço um biquinho.
— Temos três filhos, não posso fugir do trabalho — ri. — Vai assistir a entrevista, né? Será ao vivo.
— Eu não perderia por nada — afirmo. — E vou divulgar também. Espero que a audiência seja bem alta e todos vejam o quão maravilhosos vocês são.
Castiel segura meu rosto e me beija outra vez.
— Levanta a cabeça e abre a boca, quero ver uma coisa — pede. Não entendo, mas obedeço. — Caralho, é verdade! O céu da boca realmente fica roxo depois de chupar um pau. Vi isso na internet, mas não botei fé.
Fecho a boca rapidamente e olho em volta para garantir que ninguém ouviu. Tá, me julguem, foi um presente de despedida. Estapeio seu braço.
— Ouch! Quanta agressividade, garotinha.
— Anda logo, Castiel, temos que ir — um homem apressa de dentro da van. — Vocês vão passar dois dias separados, não dois anos. Vamos!
— Tá, já vou, calma aí — ele responde. Nós voltamos a nos beijar. Nos separamos depois de alguns segundos, mas Castiel mantém nossos narizes colados. — Até mais, Chase.
— Me chamou de que? — sorrio largamente.
— Esse é seu sobrenome, não é?
— É, sim! — exclamo com empolgação. — Caramba, esperei que me chamasse assim por quatro meses! Minha nossa, adorei isso. Fala de novo.
— Até mais, Chase — ele repete devagar. — Não soa melhor do que Greene.
— Soa muito melhor do que Greene! — aperto seus braços. — Espero que só me chame assim de agora em diante.
— Mas você é minha Greene — protesta. — Sempre foi.
— Eu assinei os papéis, Castiel — argumento. — Sou legalmente uma Chase e quero ser tratada como tal. De que adianta ser casada contigo e continuar sendo chamada pelo nome de solteira?
— Quer dizer que só se casou comigo pelo meu nome? — sorri. — Tá legal, garotinha, como quiser. Contanto que seja minha, te chamarei do jeito que preferir.
— É assim que eu gosto — aceno com a cabeça, satisfeita. — Bom, então, até segunda. Boa sorte na entrevista, estarei torcendo por você. Me ligue antes de entrar no avião, me ligue quando sair do avião, quando chegar no hotel e antes de dormir. Isso vale para ida e volta, entendeu?
— Sim, senhora. Você quem manda.
Aceno enquanto Castiel entra na van — Keith corre atrás dele. Leigh e eu ficamos parados na calçada até o veículo sumir no horizonte. Já sinto saudades do meu amorzinho. Quando me viro pro meu companheiro, ele está meio descabelado e com um chupão surpreendentemente escuro no pescoço, bem visível.