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[ 11 de novembro, sexta-feira ]





Estou atravessando o saguão, carregando meu violão na capa de proteção, quando ouço meu nome ser chamado. Reconheço a voz como sendo do Nathaniel, então apenas continuo andando e deixo que ele me alcance. Eu não gosto nem desgosto desse cara e não sei o que ele pode estar querendo comigo, já que não temos tanto contato assim.

— E aí — cumprimento quando ele passa a caminhar do meu lado.

— Tudo bem com você?

— Tudo — respondo, achando essa interação um tanto quanto esquisita. Paro de andar. — Por que a pergunta?

Nathaniel penteia o cabelo para trás com os dedos e dá de ombros.

— Por nada. Eu conversei com a Ariane ontem e ela me falou que vocês estão em maus lençóis, então quis conferir como você está. Somos quase amigos, afinal, não é?

De repente, fico muito interessado no assunto.

— Ela disse que estamos mal? — franzo as sobrancelhas. — O que, exatamente, ela te falou?

— Nós tivemos um desentendimento na segunda e ela disse que estava estressada com um " lance envolvendo o Castiel " — ele faz aspas com o dedo.

— Na segunda...? Ah, tá, sei do que se trata. Está tudo bem, já foi resolvido, mas valeu aí pela preocupação.

Dou um tapa amigável em seu braço e continuo meu caminho até o estacionamento, mas Nathaniel ainda parece ter algo a dizer, porque me segue. Arqueio levemente as sobrancelhas em questionamento, porém me mantenho em silêncio.

— Então, suponho que não tenha acontecido nada grave. Fico contente. Às vezes mulheres fazem uma tempestade por coisas pequenas.

— Hum...

— Qual foi a treta? Eu teria perguntado pra Ariane, mas fiquei com medo de levar um soco.

— E não tem medo que eu te soque?

Nathaniel sorri.

— Não me leve a mal, cara, mas eu tenho mais medo dela.

— Então, somos dois — paramos ao lado da minha moto e tiro a chave do bolso. — Foi só uma pequena discussão por ciúme.

— Seu ou dela? Espero que não seja por minha causa, porque você sabe que somos só amigos e...

— Tá, tá — abano a mão. — Você não me incomoda, embora isso não signifique que não vou quebrar sua cara se precisar. A Ariane está um pouco incomodada com uma colega minha.

— Saquei... Desculpa perguntar, mas se sua noiva se incomoda com uma colega, por que não se afasta?

— Porque não é como a banda toca. A Ariane não se afastaria de um amigo se eu me incomodasse com ele, então não vou parar de falar com a Megan sem um bom motivo.

— Como pode ter tanta certeza?

— Porque já aconteceu. O importante é que já nos acertamos — boto a alça da capa de proteção no ombro e pego o capacete. — Olha, o papo está bom e tudo mais, mas tenho que ir.

— Tá legal. Temos que tomar uma cerveja juntos de novo qualquer dia.

— Você paga?

— Só se rolar um beijo no final da noite.

Acho que ele está zoando, mas vai saber. Bato em seu braço de novo e coloco o capacete.

— Vou te apresentar um amigo — digo, subindo na moto. — Tchau.

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