102

219 28 17
                                    

[ 25 de setembro, sábado ]







  Hoje é o dia do festival e as coisas estão agitadas desde muito cedo. O evento começará às quatro da tarde, o Baby Blue se apresentará às seis e a Crowstorm, às seis e meia. Já posso imaginar o quão lindos eles ficarão, tocando ao pôr do sol.

  Os rapazes foram pro ensaio, então pegamos o carro que Leigh alugou para levarmos os trigêmeos até a casa dos meus sogros — ele, eu, Ana e Lysandre. Eles nos fizeram entrar e tomar café da manhã, o que foi divertido. Na volta para o hotel, enquanto Lysandre dirigia, aproveitei para falar sobre algo em que estive pensando desde que acordei.

  — Quero fazer algo especial pro Castiel — falei. — Uma coisa que mostre o quanto eu me importo com ele e o amo, mas não sou boa com romance. Vocês têm alguma sugestão?

  — Uma demonstração de amor, assim, de repente? — Lys perguntou.

  — Bom, ele é meu marido. Além do mais, ele está chateado porque não pode me levar ao deserto — suspiro. — Quero que ele saiba que nosso casamento também é muito importante pra mim. Castiel vive fazendo coisas românticas e fofinhas, tenho que fazer algo também. E não estou falando de surpresinhas sexuais, quero algo significativo.

  — É tão esquisito te ouvir falar ' marido ' e ' casamento ' — Ana diz, tremendo os ombros como se estivesse com frio. — Temos a mesma idade, mas você é toda adulta e eu sinto como se ainda tivesse dezesseis anos.

  — É estranho pra mim também — confesso. — Então, ideias?

  — Do que o Castiel gosta? — Leigh pergunta, sentado no banco do passageiro.

  — De música, de cigarro, de pilotar, de tomar cerveja, de me ver pelada.

  Lysandre ri da última parte.

  — Pode comprar uma guitarra maneira pra ele — sugere.

  — É caro demais, não tenho tanta grana. Temos três bebês para alimentar e vestir, lembra?

  — E, que tal, cervejas importadas? Não custam tanto quanto uma guitarra. Pode comprar de tipos diferentes e, para completar, um copo diferente.

  — Não é especial — estalo a língua.

  — Então, sobra você pelada — Ana sorri. — Cigarros são simples demais e não pode comprar uma moto nova, certo?

  — Nada sexual — reforço.

  — Eu sei — ela revira os olhos. — Não precisa usar seu corpo, pode fazer algo no seu corpo. Castiel adora tatuagens, você poderia fazer uma. Alguma homenagem, um símbolo especial, sei lá. Mas não o nome dele. Nunca tatue um nome.

  — Hum... A ideia é boa, mas não posso.

  — Não dói tanto — Leigh informa. — É suportável.

  — Não é por isso — balanço a cabeça. — Eu amamento.

  — Pode desmamar os bebês — minha irmã sugere.

  — Não! É meu momento especial com eles. São meus patinhos.

  — Mas eles também tomam mamadeira, não seria difícil.

  — Ainda assim, é meu leite. Eles não tomam fórmula.

  Nós continuamos a discutir, então Lysandre sugere que consultemos um especialista. Paramos em um hospital e vamos até a ala de maternidade, onde conversamos com uma obstetra. A ideia da tatuagem me animou, porém, infelizmente, a doutora diz que o ideal seria esperar até que os trigêmeos passassem pela introdução alimentar. Então, o plano foi frustrado. Mas ainda quero muito fazer algo especial pro Castiel.

YOU 2Onde histórias criam vida. Descubra agora