[ 05 de novembro, sábado ]
— Fiquei surpresa por ter aceitado me ajudar com isso tão facilmente — declaro enquanto ajusto as configurações da câmera.
Castiel está sentado na cama — que nós empurramos para perto da janela depois de mover a escrivaninha para o outro lado do quarto — completamente nu, com um lençol branco proposital e estrategicamente desarrumado. Tenho que tirar umas fotos para a aula; estamos aprendendo sobre iluminação e sombras e Castiel topou ser meu modelo. Minha ideia é fazer algo simples, intimista e sofisticado — nada vulgar, apesar de conter erotismo.
— Quando foi que eu te neguei alguma coisa? — ele responde, desviando a atenção da janela para mim. — Essas fotos não vão ser expostas, não é? Porque eu precisaria da permissão do meu chefe para isso.
— Você precisaria da minha permissão — rebato. — Só o professor vai vê-las. Acha mesmo que eu exporia meu namorado gostosinho peladão desse jeito? Seria como fazer propaganda.
— Ora, Greene, o que é bonito é para ser mostrado — Castiel encosta a cabeça preguiçosamente na cabeceira da cama, sorrindo presunçosamente. — Eu me sinto meio estranho estando pelado na sua frente em uma situação não sexual. Sinto que fico mais atraente com uma ereção.
— E quanto às vezes em que tomamos banho juntos?
— É diferente. No momento, estou exposto como um leitão assado numa bandeja bem no centro da mesa.
— Poético, amor. Vamos começar.
— Espera, tenho uma objeção — ele levanta a mão. — Já que estou posando nu, você não deveria tirar as fotos sem roupas também? Seria mais justo.
— Se colaborar, posso levar isso em consideração. Agora, vamos começar.
A coisa toda flui maravilhosamente bem. Deixo que Castiel pose como quiser, e ele é um modelo nato. Eu, de fato, quase tiro as roupas enquanto o fotografo — seus músculos estão mais definidos e as coxas e o bumbum estão maiores, embora seu corpo ainda seja esguio. Que homem! Nos ocupamos com esse trabalho por mais ou menos uma hora, e tiro fotos suficientes para a aula de iluminação e sombras, e também para praticar edição no photoshop.
— Tem certeza que ninguém, além do seu professor, vai ver essas fotos? — Castiel pergunta enquanto empurramos a cama de volta pro lugar.
— Bom, o funcionário da loja de impressão também vai ver, suponho. Mas ninguém mais, eu garanto.
— Ótimo, que bom. Por mais que eu pareça uma estátua grega, não me sinto tão confortável quanto elas com gente estranha admirando meu corpinho. Essa visão é para os seus olhos apenas, meu bem — então ele abre a toalha que prendeu em volta da cintura, sorrindo maliciosamente e balançando as sobrancelhas.
Balanço a cabeça, rindo. Nem parece que eu queria enche-lo de socos há dois dias atrás, embora ainda fique meio zangada quando lembro de sua " omissão ". Eu perdôo com facilidade, mas não me esqueço com a mesma rapidez, o que me faz mudar de humor involuntária e aleatoriamente. Aconteceu ontem, por exemplo, mas hoje estou determinada a não deixar isso estragar meu dia. Castiel ganhou o fim de semana de folga e tenho que aproveitar isso, não perder tempo com chateações.
— Muito bem — digo quando todos os móveis estão de volta em seus devidos lugares. — Agora que todo o trabalho foi feito, que tal nos divertirmos um pouco?
— No que está pensando? Espero que não queira sair, porque o clima está perfeito para ficar em casa. Já sei, podemos pôr o colchão na sala, comprar uma garrafa de vinho e fazer uma maratona de filmes.
