[ 22 de abril, quarta-feira ]
Leigh explode em aplausos quando encerro Vienna. Toquei seis músicas até agora e ele aplaudiu todas as vezes, o que me faz querer beijar aquela carinha fofa. Preciso praticar minhas habilidades vocais e com outros instrumentos, por isso pedi que Leigh me ouvisse tocar o piano e me desse opiniões sinceras sobre meu desempenho.
— Então, o que achou? — pergunto, escolhendo uma nova partitura.
— Excelente, como sempre. Sua voz está cada vez melhor, e seus dedos deslizam pelo piano com habilidade impressionante.
— Está sendo honesto ou só está dizendo tudo isso porque me ama? Não quero que diga que sou bom se eu não for. Sou um músico profissional, não posso vacilar.
— Estou sendo honesto.
— Não sei se posso confiar nos seus ouvidos apaixonados. Você me colocou num pedestal, me acha perfeito, nada que eu faça parece ruim aos seus olhos.
Leigh ri baixinho e balança a cabeça.
— Tem toda a razão. E sabe qual é a característica que mais aprecio? Sua modéstia fascinante. Nunca, em toda minha vida, havia encontrado tamanha humildade.
— Há há — retruco, me ajeitando no banco. — Vou tocar uma última música para encerrar.
— Tudo bem.
Ainda não aprendi a tocar Sunday Morning completamente, então dedilho as teclas com certa dificuldade enquanto canto. Vejo Leigh balançar a cabeça no ritmo da música pela visão periférica, e o ouço cantarolar baixinho. Essa é minha favorita do Maroon 5 atualmente, apesar de ser antiga, porque me faz sentir relaxado e contente, assim como o homem ao meu lado. Ele aplaude entusiasticamente quando termino, me fazendo rir.
— Qual é, nem foi tão bom assim. Você está me bajulando.
— Aos meus ouvidos soou incrível.
— Só porque seus ouvidos leigos não são capazes de detectar as pequenas falhas — pego o livro de partituras, fecho e o coloco sobre o piano. — Mas obrigado, você foi uma ótima platéia.
— Bom, sou um grande fã!
— Ah, é mesmo? — sorrio. — Então, talvez eu deva te dar umas fotos autografadas, que tal?
Leigh pega minha mão e deposita um beijo carinhoso no nó dos meus dedos, então me inclino para beijar sua boca. Mesmo depois de um ano, mantenho a opinião de que ele tem o melhor beijo do mundo. É firme e suave, e seus dentes mordiscam meu lábio levemente. Deslizo os dedos por seu abdômen exposto pela camisa aberta, e o sinto se contrair por um segundo.
— Seus dedos estão gelados — justifica.
— Desculpa — recolho a mão.
— Não, tudo bem. Não foi uma reclamação.
Ele bota minha mão em seu abdômen outra vez e volta a me beijar no mesmo ritmo, porém com mais intensidade. Oba, oba! Tenho uma ideia de onde isso vai dar e gosto muito. Os Chase saíram para uma noite romântica e temos a casa só para nós, o que significa que podemos mandar ver aqui mesmo se quisermos.
Me ajeito no banco para que fiquemos frente a frente e agarro sua nuca. Leigh faz um barulhinho contra minha boca que me afeta direto entre as pernas. Interrompo o beijo para recuperar o fôlego. Fico arrepiado quando vejo suas pupilas dilatadas, os lábios inchados e vermelhos e o rosto corado. Esse filho da mãe é sexy pra cacete.
— Por que não vai com a gente pra Atlanta? Será só pelo fim de semana. Podemos pegar um quarto só pra nós.
— Não posso, querido — ele afasta o cabelo do rosto. — A Rosa me convidou para um evento de moda em São Francisco no sábado, vou para lá de manhã e voltarei de madrugada.