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[ 19 de abril, domingo ]




  — Bem-vindos a mi casa, amigos! — Keith abre a porta antes mesmo de tocarmos a campainha. Acho que o barulho do caminhão de mudanças nos entregou. — Leigh foi visitar a mãe, mas vou ajudá-los com tudo.

  — Não vai receber gorjetas — Castiel responde, descendo da moto e tirando o capacete.

  — A verdadeira gorjeta são os amigos que fazemos pelo caminho — o loiro bota a mão no coração com um ar emocionado. — Arianinha, pode se sentar e relaxar. Nós cuidaremos de tudo.

  — Posso carregar algumas coisas — puxo o banco do motorista para a frente e pego a caixa para gatos que usamos para transportar o T'Challa.

  — Nada disso, já está carregando coisas demais — ele segura meus ombros e me empurra gentilmente em direção a porta de entrada. — Sente sua bundinha fofa no sofá e deixe os homens descarregarem o caminhão, ok? Tem café na cozinha, se quiser. Não sente saudade de tomar uma bebida preparada por mim?

  — É descafeinado?

  — Hum... Não. Castiel, descarregue o caminhão. Vou preparar um macchiato descafeinado pra minha querida amiga.

  — Nem a pau! Não vai tirar sua bunda magrela da reta, pode ficar e me ajudar. Ariane sabe como se faz um macchiato.

  — Boa tentativa — tento consolá-lo com tapinhas em sua mão. — T'Challa e eu os deixaremos com seus afazeres. Estarei apresentando o ambiente para ele, se precisarem de mim.

  Realmente faço um tour pela casa, evitando o quarto do Leigh e o do Lysandre. T'Challa sempre se comportou bem em casa, tirando algumas coisas quebradas e o fato de ele trepar nas coisas, então espero que continue assim enquanto estivermos aqui. Deus me livre desse gato estragar algum móvel caro do Leigh. O deixo na caixa por ora.

  Preparo um macchiato descafeinado e o bebo tranquilamente, ouvindo as discussões do Castiel e do Keith enquanto tiram os móveis do caminhão e os carregam até a garagem dos fundos, depois arrumo a bagunça. Me sento no sofá por um tempo, mas decido ver o que está havendo quando ouço gritos vindos da garagem. Keith está estatelado no chão, debaixo do colchão da nossa cama, e Castiel está gargalhando.

  — O que aconteceu?!

  — Ele empurrou o colchão em mim! — Keith acusa. Sua voz soa abafada.

  — Não empurrei — Castiel nega entre risadas. — O colchão caiu, eu só não tentei segurá-lo.

  — Castiel, o colchão é pesado — tento repreender, mas não consigo segurar um sorriso. — Ajude o Keith.

  — Tá, ok. Você não é nada divertida, garotinha.

  Observo atentamente os músculos e as veias do Castiel enquanto ele levanta o colchão. Nunca fui muito fã de homens musculosos, mas minha nossa! Keith está vermelho enquanto se levanta, emburrado.

  — Eu ralei o cotovelo, seu cuzão.

  — Não fale palavrão perto dos meus filhos — Castiel rebate.

  — Tá, então vou chutar sua bunda. Eles não vão ver isso.

  — Pode tentar, mas não acho que consiga alcançar.

  — É muita audácia! Eu sou cinco anos mais velho, mereço ser tratado com deferência.

  — Nem sei o que isso significa.

  — Tá legal, gente, já chega — interfiro. — Vou preparar o almoço, tentem não se matar, ok? Vocês têm uma relação muito agressiva para dois melhores amigos.

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