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[ 18 de novembro, sexta-feira ]





- Castiel, eu preciso que pareça menos preocupado e mais intimidador, pode ser? - o fotógrafo pede pela quinta vez. Estou tentando, juro, mas é muito difícil no momento. Dois cliques e o homem com a câmera solta um suspiro cansado. - Pausa de cinco minutos, pessoal.

Assim que o pessoal se dispersa, Keith agarra meu braço.

- Qual é a sua, hein? Leigh disse que ia preparar tacos pro jantar e você está nos atrasando.

- Não enche, Keith - liberto meu braço. - Tenho coisas mais importantes que seus tacos com o que me preocupar.

- Tipo o que? Você está todo esquisito desde que chegou.

Olho ao redor. Não tem ninguém super perto de nós, mas ainda poderiam ouvir nossa conversa, então agarro o pulso do Keith e o arrasto atrás de mim até um local com mais privacidade. Infelizmente, esse local é um armário de limpeza com uma lâmpada medonha pendurada no teto. Fecho a porta com a chave encaixada na maçaneta.

- Olha, eu sei que sou irresistível e tals, principalmente com essa roupa, mas não vou dar uns pegas contigo num quartinho escuro.

- Como se eu quisesse te dar uns pegas - bufo. - O assunto é importante, preciso que leve a sério. Qualquer gracinha e eu acabo contigo.

- Toda essa agressividade não te faz bem, Castiel, é muita energia negativa. Toma um Rivotril, acende um incenso, toma banho de sal grosso, sei lá.

- Vou enfiar o sal grosso na sua goela se não calar a boca.

- É disso que estou falando. Anda, me conta o que está pegando antes que nossas roupas se encham de poeira.

- É a Ariane, cara.

- O que aconteceu com a Ari? - sua expressão muda de tranquilidade para preocupação.

- Ela está grávida.

- O QUE?!

Cubro sua boca com a mão rapidamente. Não quero que nos descubram aqui, principalmente porque eu não teria uma boa desculpa para dar sobre o porquê de estarmos juntos num quartinho apertado e mal iluminado.

- Fala baixo - peço, recolhendo a mão. - Ninguém pode saber ainda, ela quer manter segredo até se acostumar mais com a ideia. Só você e o Leigh podem saber.

- Eu fico lisonjeado, mas não estou entendendo nada. Os testes não deram negativo?

- Sim, só que o exame de sangue deu positivo. O doutor ainda disse que podem ser gêmeos.

- Ahá, eu sabia! - ele bate uma palma, rindo vitoriosamente. - Estão felizes?

- Estamos, mas a notícia nos pegou totalmente de surpresa - mordo o lábio, suspirando. - Acho que a ficha ainda não caiu totalmente.

- Você faz sexo sem proteção e fica surpreso por sua namorada engravidar? Talvez eu deva te explicar uma coisinha ou outra sobre reprodução humana.

- Tsc. Você me entendeu - quase passo a mão no cabelo, mas me contenho. Vão me matar se estragar o penteado antes do fim do photoshoot. - Dá para acreditar que vou ser pai? Eu, Castiel Chase?

- Não, não dá - Keith sorri. - Mas tenho certeza de que será ótimo. Sabe que precisa contar isso para o pessoal da empresa, certo?

- Sei e vou contar, só que na hora certa. Cara, eu estou uma pilha! Noite passada eu tive um sonho parecido com o do Shrek.

Keith solta uma gargalhada.

- Pega leve, amigo, não precisa ficar tão nervoso. Todos nós estaremos aqui para ajudar vocês - ele bate afetuosamente no meu ombro. - Tudo o que peço é que chamem o neném de Keith, em minha homenagem. Ou Keithlyn, se for menina.

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