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[ 12 de setembro, domingo ]






  Castiel está no telefone quando entro no quarto, com Kurt enrolado na toalha. Emily já está devidamente vestida, mas Hayley ainda esperando para ser trocada. Ela parece bem à vontade, deitada sobre a toalha com o corpinho um pouco úmido. Os três adoram ficar pelados, às vezes armam o maior berreiro quando tentamos vesti-los. É compreensível, acho; eu também não gostaria de usar fralda o tempo todo.

  — Isso é ótimo! Não, a Ariane vai adorar a notícia, tenho certeza. Vou conseguir credenciais, vocês poderão ver o show e visitar os bastidores. Não seja boba, não vão ter que pagar nada, serão meus convidados. Não, isso está fora de discussão. Bom, eu sou pai, então ganhei autoridade. Eu sei, também estou empolgado. Eles são muito mais lindos pessoalmente, você vai ver. Ok. Tudo bem. Até logo, então. Também te amo, tchau.

  Ele encerra a chamada e guarda o celular no bolso.

  — Puxa, que sorrisão — comento, secando as dobras das pernas do Kurt. — Quem te deixou feliz assim? Devo me preocupar?

  — Era a minha mãe — ele volta a secar a Hayley. — Meus pais conseguiram uns dias de folga, vamos passar um tempo com eles em Los Angeles.

  — Que maravilha! Finalmente vão poder conhecer os netos pessoalmente. Vai ser muito divertido.

  — Nem me fale, eles estão super animados.

  — E você também, né? — sorrio. — Adoro te ver feliz assim.

  — Eu estou nas nuvens, Greene. A Crowstorm vai participar de um evento musical e minha família toda estará comigo, não poderia ser melhor. A única coisa que superaria isso seria ganhar um Grammy.

  — Tsc, quem precisa de um Grammy? Eles são um bando de vendidos, gostam de usar artistas para conseguir audiência.

  — Só diz isso porque seus coreanos não ganharam — provoca.

  — Não só por isso — dou de ombros. — Você não precisa de um Grammy pra saber que é extremamente talentoso. Não precisa de validação, sua família e amigos já têm muito orgulho de você.

  — E isso me deixa muito feliz, garotinha, mas seria ótimo receber uns prêmios.

  — Bom, estaremos na platéia quando isso acontecer, te aplaudindo de pé.

  — Estou ansioso pra esse dia — Castiel se curva e deposita um monte de beijinhos no pescoço da Hayley, fazendo-a rir. — Coisinha gostosa! Nunca pensei que fosse curtir tanto cheirinho de neném.

  — E eu nunca pensei que ficaria tão preocupada com cocô; quanto, quando e que cor. Ter filhos nos deixa malucos — passo pomada no Kurt e entrego o tubo pro Castiel. — E a tendência é piorar. Tomara que eles se tornem adolescentes tranquilos, senão teremos cabelo branco antes dos quarenta.

  — Relaxa, eles serão de boa. Nós somos tranquilos, não tem porque eles não serem também.

  Solto uma gargalhada.

  — Desde quando você é tranquilo?! Seu temperamento melhorou um bocado, mas tranquilo é exagero.

  — Qual é, Greene, eu sou super zen.

  — É, tá bom — debocho. — Se você fosse um animal, seria um pinscher ou um demônio da Tasmânia.

  — Discordo — ele balança a cabeça, passando os braços da Hayley cuidadosamente pelas mangas do body. — Eu me vejo mais como um cordeirinho ou pombinha da paz, sabe? Uma criatura bem angelical e pacífica, um anjo que caiu na Terra.

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