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[ 29 de novembro, segunda-feira ]







  Solto gemidos e suspiros de satisfação enquanto as mãos de Leigh massageiam minhas costas com a quantidade perfeita de pressão. Isso combinado à água quente da hidromassagem e ao céu estrelado me leva ao paraíso. Eu poderia facilmente dormir aqui.

  — Seus músculos estão tensos — ele observa. — O trabalho tem sido muito estressante?

  — Castiel tem sido muito estressante — respondo de olhos fechados. — Te contei o que ele fez, e ainda me pinta como o errado da história. Cretino.

  — É, a atitude dele não foi bacana, mas você não é nenhum santo, Keith. Não devia ter dito aquilo para a Megan — conheço bem seu tom de repreensão. — Não pode acusá-la sem provas, muito menos ameaçá-la.

  — Vem cá, de que lado você está?

  — Do seu, é claro. Só acho que sua atitude não foi muito adulta.

  — E desde quando é infantil querer proteger os amigos? Pode parar, não quero mais massagem.

  Fecho a cara e deslizo para o outro lado da banheira, emburrado. Sei perfeitamente que não estou enganado em relação a Megan, minha intuição não me engana, mas nem meu próprio namorado leva fé em mim. Eu deixaria a merda explodir, se não fosse pela Ari; não quero que ela fique magoada. Também não queria que Castiel saísse chateado, mas estou tão bravo com ele, que não me importo. Tá, eu me importo, sim. Porém ainda estou puto.

  — Bebê, não fique assim — Leigh desliza para perto de mim. — Você sabe que te entendo, só acho que existem jeitos melhores de resolver as coisas. Não estamos mais na oitava série.

  — Sabe, Leigh, eu adoro como você é sensato e maduro e calmo, mas, nesse momento, só queria que me apoiasse. Poderia, pelo menos, falar mal da Megan comigo. Cumpra seu papel de namorado, pelo amor de Deus!

  — Só temos pouco mais de uma semana até sua viagem, não acha que deveríamos utilizar esse tempo de forma mais proveitosa?

  Olho para ele e minha carranca se desmancha em um sorriso, porque sei que esse é o tipo de insinuação safadinha que Leigh Frey faz. Ele não fala baixarias, não abre um sorrisinho malandro, nem aperta minha bunda quando está a fim de algo mais íntimo — embora faça algumas dessas coisas durante o ato. Já aprendi a pescar suas indiretas. Diferente de mim, meu amorzinho é tímido demais para ser explícito.

  Eu não estava pensando em sexo, mas Keith Hartwell não nega fogo, então não hesito em começar um beijo cheio de quartas intenções. Vai ser um ótimo jeito de relaxar ainda mais; nunca fizemos nada na hidromassagem porque Leigh é recatado e fica meio envergonhado por estarmos no jardim, mesmo estando protegidos por muros.

  — Me surpreende sugerir essas coisas enquanto estamos aqui — digo. — Sei o quanto gosta de estar entre quatro paredes.

  — Os vizinhos estão viajando — informa, mordiscando meu queixo.

  — Gosto desse seu lado.

  Ficamos só nos amassos durante um tempo, e estou prestes a enfiar a mão em seu calção de banho quando ouvimos alguém limpar a garganta. Ambos viramos a cabeça para encontrar a Ari, então Leigh se afasta de mim com as bochechas rosadas.

  — Oi — nossa visitante sorri. — Eu não ia interromper, mas me lembrei de todas as vezes em que você empacou minhas transas e achei que era hora de dar o troco. Desculpe por invadir, Leigh, a porta estava aberta e a campainha não funcionou.

  — De boa, Arianinha — respondo sem demonstrar nenhuma timidez, porque não dou a mínima se ela quase me flagrou com a mão no pênis do meu namorado. — Quer entrar na banheira com a gente?

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