[ 22 de outubro, quinta-feira ]
Flagro Castiel me observando enquanto amamento a Hayley, deitada de lado na cama. São duas e pouco da manhã agora, ela foi a primeira a acordar. Acendi o abajur do meu lado para tentar ficar um pouco mais desperta; sempre tenho medo de dormir enquanto amamento e acabar sufocando um deles.
— O que foi? — sussurro. — Todo esse tempo e ainda não se acostumou a ver meus peitos?
— Não seja pervertida — sussurra de volta, sorrindo de lado. — Não... Eu só estava pensando. Sinto um pouco de saudade de te ver grávida. Tenho algumas fotos no celular, você estava tão linda.
Sorrio, esticando o braço para pegar sua mão.
— Me achou mesmo bonita com aquela barriga enorme? Parecia que eu tinha engolido a lua, fiquei toda inchada.
— Você é sempre linda pra mim — ele acaricia minha mão com o polegar. — É que você estava adorável, e era tão incrível sentir os chutes. Quem sabe, talvez eu deva te engravidar de novo.
— Bate na boca! — sussurro um pouco mais alto do que deveria, assustando a Hayley. A acalmo rapidamente. — Não vai fecundar óvulo nenhum tão cedo, pode esquecer. Três bebês, um gato e você já sugam demais minha energia. Mais um bebê agora e eu bato a cabeça na parede até estourar os miolos.
— Delicada como uma flor, minha rainha. Qual é, vamos nessa — provoca. — Como meu presente de aniversário. Mais um moleque, para empatar. São três contra dois, estamos em desvantagem.
— Olha, eu planejei algo especial pro seu aniversário, mas não vai rolar nenhum sexo se não parar com esse papo — aviso. — E não se atrase, por favor. Fiz reservas no restaurante há uma semana, vou deixar os gêmeos com a minha irmã. Também iremos jogar boliche.
— Por que tanta comemoração?
— Você está fazendo vinte anos, é quase maior de idade. Temos que comemorar!
— Hmmm. Quando eu for de maior, então, vai me levar para tomar minha primeira cerveja e tirar minha virgindade?
— Puxa, estragou a surpresa.
Castiel ri. Hayley larga meu peito e olha para o pai, sorrindo. Argh, eu poderia come-la com calda de chocolate! Os três parecem muffins fofinhos. Castiel chega mais perto para brincar com ela, então guardo o seio porque nada é páreo para o papai. Ele se deita de bruços e a coloca sentada, apoiando-a com as mãos porque Hayley ainda não se sustenta sozinha. Sorrio involuntariamente por conta das gargalhadas da neném, as mãozinhas agarrando o cabelo do Castiel enquanto ele esfrega o rosto na barriguinha dela.
— Cara, dá pra acreditar que fizemos um ser humano? — ele pergunta pela milionésima vez, deitando a cabeça sobre as perninhas gorduchas. — É maluquice. É mais doido ainda pensar que já fomos desse tamanho.
— Doido é pensar que um dia eles serão do nosso tamanho, isso sim. Não estou preparada.
— É, estão crescendo rápido — ele acaricia as costas da Hayley enquanto ela brinca com seus cabelos. — Quase dei mamadeira pro Keith esses dias, achando que era o Kurt.
— Você é tão irritante. Conseguiu chamar o Keith de grande e pequeno ao mesmo tempo — rio. — Tsc, viramos pais corujas. Eu, Ariane Greene, transformei Castiel Chase num papai babão.
— E eu te transformei na minha esposa, sua boboca, estamos quites — mostra a língua. — Ei, te contei que ganhei uma refeição grátis ontem? E umas marcas estão entrando em contato para publicidade. Além de gostoso, prestativo, romântico, talentoso, sexy e bom pai, seu marido está ficando cada vez mais famoso. Você é tão sortuda, Greene.