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[ 29 de agosto, sábado ]





  — Você quer ajudar a planejar o casamento?!

  — Claro. Eu sou a noiva, afinal.

  — E era a grávida, mas deixou toda a organização do chá de bebê nas minhas mãos e nas do Leigh.

  Dou de ombros — o que posso dizer?

  Os rapazes estão de folga hoje, então decidiram me dar uma folga também. Eles foram pra não sei onde e levaram os bebês, então chamei minha irmã para uma tarde de relaxamento na hidromassagem; acho que ambas merecemos isso. Me sinto um pouco vazia sem meus filhotinhos, mas eles precisam de um tempo de qualidade com o pai, e eu preciso de umas horas sem choros, amamentação e fraldas sujas.

  — Me sinto inspirada — respondo. — Estou de bom humor, quero ajudar.

  — É, notei seu bom humor — Ana me lança um olhar insinuante, tomando um gole do vinho branco. — O que está rolando, hein?

  — Nada. O Keith e o Leigh levam as crianças pra dar uma volta toda noite, então eu e o Castiel aproveitamos esse tempo para...

  — Fazer um sexo selvagem? — completa com um sorrisinho.

  — É — sorrio orgulhosamente.

  — Puxa vida, toda noite? Que inveja.

  É, o sexo frequente tem sido incrível. Acho que todo mundo notou a melhora no nosso humor. Nós sorrimos mais e cantarolamos sem motivos por aí. Por mais que amemos nossos filhos mais que tudo no mundo, sempre ficamos ansiosos pelo passeio noturno de meia hora.

  — O sexo virtual com o Lys não tem te deixado satisfeita?

  — Bom, seria muito melhor se ele estivesse aqui, né — suspira. — Até comprei um brinquedinho, se é que me entende, mas não é a mesma coisa. É uma pena que ele tenha sido escolhido para o programa de verão pros calouros. Teve que ficar lá para apresentar a faculdade e ajudar os novatos.

  — E como anda a economia de dinheiro?

  — Bem, acho, mas obviamente ainda não tenho o suficiente para me manter na Califórnia. Estive pensando em enviar currículos para Stanford. Posso fazer entrevistas por videochamada e me mudar quando conseguir algo.

  — Parece um bom plano, mas... Sentirei saudades se se mudar para tão longe — confesso.

  — Eu também, irmãzinha — ela atravessa a banheira e se senta ao meu lado. — E vou sentir saudades dos meus sobrinhos lindos, do Andy, dos nossos pais... Mas eu amo o Lys.

  — Eu entendo — assinto. — Também me mudaria pelo Castiel.

  — É, esses homens nos pegaram de jeito — ela ri. — De qualquer forma, vamos continuar nos vendo sempre que possível. E prometo que não vou embora antes do seu casamento, ok?

  Ariana estica o mindinho. Rio antes de entrelaçar o meu próprio no dela.

  — É bom não ir — digo. — Mas vamos mudar de assunto, senão vamos começar a chorar e meu leite espirra quando ouço choro.

  Ana solta uma gargalhada.

  — É sério?

  — Pode apostar. As alegrias da maternidade — sorrio sarcasticamente. — E isso não é tudo; logo terei que me ordenhar com a bomba de leite, como diz o Castiel.

  — Não é fácil, Ari, mas você parece feliz.

  — Eu estou. Muitíssimo.— afirmo com sinceridade. — Mas vamos falar sobre o casamento. Será no inverno, então...

  — Espera. Antes disso, temos que planejar um chá de calcinha.

  — O que, diabos, é isso?

  — É pra você ganhar lingeries sensuais para a noite de núpcias.

  — O intuito da noite de núpcias não é ficar pelada?

  — Não é só para a noite de núpcias, Ari — ela revira os olhos. — Pode usar em outras ocasiões.

  — Ana, eu já sou casada. Não acho que um chá de calcinha seja necessário.

  — Confie em mim, maninha, o Castiel vai adorar. É sempre bom manter a chama acesa.

  — Oh, a chama está bem acesa, acredite.

  — Pense a longo prazo.

  Eu a deixo me convencer a fazer um chá de calcinha, porque lingeries são caras e necessárias, então não vou reclamar por ganhar de graça. Depois discutimos algumas ideias para o casamento. Passamos uma tarde muito agradável juntas, como nos velhos tempos — até assistimos filmes de romance e fizemos skincare. Foi divertido; não havia notado quanta falta senti disso.

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