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[ 15 de junho, domingo ]




  Enquanto Castiel e as meninas dormem, decido descer com Kurt e amamentá-lo enquanto vejo o nascer do sol, no jardim. É verão, então tudo bem — está quente. Por um tempo penso sobre o festival de fotografia, que acontecerá amanhã, e em como não poderei comparecer. Tento pensar positivo. É um festival anual; algum dia serei capaz de ir, certo?

  Depois minha mente se ocupa com o que pode ter acontecido com Keith e Leigh, e espero que não tenha sido o que o Castiel acha. Por que Keith o rejeitaria, depois de dizer que se casaria? Não faz sentido. Leigh deve ter ficado nervoso demais para fazer o pedido, só isso.

  De repente, Kurt começa a tossir. O afasto do meu seio rapidamente, mas a tosse persiste e é como se não conseguisse respirar direito. Está engasgado. Engasgado! Entro em pânico imediatamente. A enfermeira nos ensinou como desengasgar os bebês, mas o medo me impede de lembrar qual o processo. Então, começo a gritar por socorro desesperadamente.

  Leigh passa pela porta alguns segundos depois, parecendo totalmente assustado. Explico o que está acontecendo, ele pega o Kurt e faz a manobra com sucesso. Pego o neném choroso e o aninho contra mim, muito aliviada.

  — Tudo bem, meu amor. Tudo bem, tudo bem, está tudo bem — garanto, mais pra mim do que pra ele, enquanto abraço seu corpinho. — Me desculpe, fiquei com tanto medo! Me desculpe. Obrigada, Leigh. Minha nossa, eu te amo mais que tudo nesse momento.

  — Fiquei muito assustado também — ele coloca uma mão no peito. — Meu coração está acelerado como nunca esteve. Deveríamos levá-lo ao médico? Sabe, só para ter certeza de que está tudo bem.

  — Eu não sei, eu... não consigo nem pensar direito — passo a mão pelo cabelo. — É uma boa ideia, tem razão. Vou falar com o Castiel. Muito obrigada de novo, Leigh, você é meu herói.

  Consigo fazer o Kurt parar de chorar enquanto me dirijo ao quarto, mas minhas pernas e braços estão tremendo pelo susto. Quando entro, Castiel está tirando a Hayley do berço. Ele parece ter acabado de acordar, está com o rosto inchado e o cabelo todo desgrenhado.

  — O que aconteceu? — pergunta com a voz rouca. — Parece assustada.

  — Kurt se engasgou. Entrei em pânico, ele estava sufocando e eu não sabia o que fazer. Por sorte, Leigh fez a manobra para desengasgá-lo.

  — Puta merda, ele está bem?

  Castiel se aproxima depressa, mais desperto agora.

  — Está, mas acho bom levarmos ele ao médico só para garantir.

  — Tá, claro. E você, como está?

  — Péssima — confesso, ajeitando o cabelo da Hayley, mas ele está sempre espetado. — Não acredito que fui tão incompetente. Se não tivesse ninguém em casa, Kurt teria morrido nos meus braços.

  — Não se culpe por isso. Você está cansada e nunca tinha passado por essa situação antes, é normal entrar em pânico.

  — Só que não posso entrar em pânico, tenho que proteger meus filhos sempre. Não posso ficar paralisada.

  — Somos humanos, Greene, não super heróis. Ter filhos não muda o fato de que somos indivíduos com sentimentos e emoções. O importante é fazermos o melhor que pudermos.

  — Quando foi que ficou tão maduro? — pergunto com um sorrisinho.

  — Bom, quando os hormônios da gravidez te deixaram mais louca que o normal, eu tive que aprimorar meu mindset. Caso contrário, teria te jogado pela janela.

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