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[ 22 de agosto, sábado ]







 
  — Ariane Elizabeth Chase, eu já estou cheio dessa patifaria! — Castiel esbraveja entrando na cozinha, quase me fazendo derrubar a tigela de susto. — Uma semana! Já faz uma semana que você está de mal de mim. Não me abraça, não me beija, dorme na beirada da cama, não me deixa nem segurar sua mão! Cansei, ouviu? Se não parar com isso, eu juro que vou... Vou... Pedir pra companhia raspar minha cabeça. Na zero.

  — Não faria isso — desafio, estreitando os olhos.

  — Quer apostar? — ele desafia de volta, então pega o celular, disca alguma coisa e o leva à orelha. — Senhor Yang? Boa noite. Não, não, está tudo bem, eu só queria pedir permissão pra...

  Deixo a tigela na ilha e avanço em cima dele. Nós lutamos por um breve momento, mas consigo pegar o celular e encerrar a chamada. Enfio o aparelho no cós da calça.

  — Pode esconder meu telefone, Greene, não importa. Eu posso falar com o senhor Yang pessoalmente na segunda-feira, o que acha? Quando chegar em casa, à noite, estarei com a cabeça lisinha e brilhante!

  — Tá! — esbravejo. — Você ganhou, ok?

  — Não, não, não, isso não basta. Eu quero um beijo, Greene, e um abraço. Preciso sentir seu toque.

  Reviro os olhos. Minha intenção era lhe dar um beijo rápido, mas Castiel me segura com firmeza contra seu corpo e não tenho forças para escapar. Tento resistir a princípio, mas vou amolecendo pouco a pouco e coloco as mãos em seus ombros. Gosto de sentir o piercing dele deslizando pela minha língua. Castiel parece quase desesperado, como um vampiro que não se alimenta há semanas. Me afasto quando ele morde meu lábio.

  — Ai! Vai com calma!

  — É difícil me controlar depois de sete dias de seca total.

  Antes que eu responda, ele me coloca sobre a ilha e se posiciona entre minhas pernas.

  — Quando tivermos nossa própria casa, vou te foder em cima de cada móvel novo, assim não precisará ter ciúmes de ninguém.

  É claro que essas palavras ditas em voz baixa e meio ofegante me fazem pulsar no mesmo instante.

  — Ótimo — respondo.

  — Leigh e Keith levaram as crianças pro parque de novo. Não quer aproveitar a casa vazia pra se reconciliar de verdade?

  — Preciso tomar um banho primeiro.

  — Tá. Enquanto isso, vou ligar pro Keith e pedir para demorarem mais.

  — Não! Que constrangedor, eles vão saber o que estamos fazendo.

  — E daí? A gente ouve os gemidos daquele imoral três vezes por semana, pelo menos. Se ele não tem nenhum pudor, por que nós deveríamos ter?

  Balanço a cabeça e desço da ilha, deixando ele decidir o que vai dizer ou não pro Keith.

  Tomo um banho caprichado, ansiando o que está por vir. É, eu estava zangada e enciumada, mas Castiel Chase ainda é um gostoso do caramba. Quando entro no quarto, enrolada na toalha, ele está deitado na cama com as mãos atrás da cabeça — os músculos de seus braços ficam mais evidentes assim. Um tremendo gostoso; como um cara como ele quis ficar comigo, ainda não entendo.

  Castiel se levanta num pulo e vem até mim, me pressionando contra a parede. Ele beija minha boca e depois desce para o meu pescoço. Fico toda arrepiada.

  — Espera, espera — peço, afastando-o gentilmente. — Eu te devo desculpas por ter ficado de birra esse tempo todo.

  — Tudo bem, garotinha. Eu até gosto de saber que tem ciúmes de mim — ele abre um sorriso convencido.

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